Mendes autoriza zona sem impostos em MT; lei será enviada à AL

MídiaNews • 13 de maio de 2025

O governador Mauro Mendes (União) autorizou a criação de uma zona comercial que vende produtos importados livres de impostos, chamada de  free shop, na cidade de Cáceres (a 220km de Cuiabá).

 

A decisão foi anunciada na manhã desta segunda-feira (12), após reunião com diversas autoridades e representantes da região.


"Ouvindo a prefeita, vereadores, deputados, o padre, comerciantes, OAB, vemos que a região Oeste começa um despertar. Fizemos uma análise criteriosa dessa questão e vamos autorizar sim o Free Shop", afirmou.

 

Mendes afirmou que ainda nesta semana a lei será enviada para a Assembleia Legislativa, de forma a "dar segurança jurídica" à decisão.

 

"Como Cáceres já foi reconhecida como cidade-gêmea de San Matias, na Bolívia, agora só precisamos desse aval dos deputados para concretizar. Se Deus quiser, em poucas semanas estaremos em Cáceres assinando o decreto definitivo", adiantou.


Para o vice-governado Otaviano Pivetta, a medida vai fazer com que Cáceres avance para o futuro e consolide a sua vocação, assim como outros municípios de Mato Grosso fizeram.

 

"Agora é hora de somar esforços para que o município se desenvolva, atraia empresas, investimentos e seja um novo polo de desenvolvimento", ressaltou.

 

O presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi, garantiu que irá trabalhar para aprovar o projeto de lei "o mais rápido possível".

 

"Essa ação vai deixar um legado. Vai se somar aos outros grandes investimentos do Governo em Cáceres, como a ZPE [Zona de Processamento de Exportação], as obras no aeroporto, reforma de escolas, novas estradas. Cáceres é o município mais importante da região Oeste e agora todos nós vamos nos sentir motivados a fazer essa ação se tornar realidade", destacou.

 

O deputado estadual Valmir Moretto afirmou que o free shop vai impulsionar o desenvolvimento da região, assim como ocorreu com outras cidades que adotaram essa iniciativa, a exemplo de Foz do Iguaçu (PR).

 

"Todos nós temos o mesmo objetivo: ver a nossa região voltar a crescer. O Governo tem feito importantes investimentos, principalmente em Infraestrutura, e essa ação vai impulsionar Cáceres e os municípios vizinhos", pontuou.

 

Para a prefeita de Cáceres, Eliene Liberato, o free shop vai não só desenvolver o comércio de toda a região, mas também "atrair turistas".

 

"Esse free shop vai mudar o perfil de Cáceres. É uma decisão que vai trazer muita coisa boa para o nosso município e para todo o entorno", registrou.

 

Também estavam no evento: o deputado federal Nelson Barbudo; os prefeitos Hector Alvarez (Mirassol D`Oeste), Gheysa Borgato (Glória D`Oeste), Marcelinho da Bem Estar (Lambari D`Oeste), Enilson Rios (Araputanga) e Pabollo Victor (Rio Branco); a reitora da Unemat, Vera Maquea; os secretários de Estado Fábio Garcia (Casa Civil), Rogério Gallo (Fazenda), Laice Souza (Comunicação), Dr. Leonardo (Representação do Governo) e Jordan Espindola (Gabinete do Governo); o consul boliviano em Caceres, Davi Perez; a presidente da OAB Cáceres, Cibeli Simões; o ex-senador Márcio Lacerda; entre outras autoridades locais.



Por Gazeta Digital 15 de julho de 2025
O governador Mauro Mendes (União) conseguiu estancar o início de uma crise interna dentro do União Brasil, após ter declarado apoio à candidatura do seu vice, Otaviano Pivetta (Republicanos) ao governo em 2026. Diante das principais lideranças da legenda, Mendes destacou que a decisão final de apoio ou de candidatura própria ao governo do partido será coletivo e não individual. A reunião para aparar as ‘arestas’ foi realizada dentro do Palácio Paiaguás, na noite de ontem (14), com a presença do chefe da Casa Civil, Fábio Garcia, os irmãos Júlio e Jayme Campos, e os deputados estaduais Eduardo Botelho e Dilmar Dal Bosco. Mendes afirmou que tem um compromisso pessoal de apoiar Pivetta, mas que o partido é quem definirá se apoiará Pivetta ou se terá candidatura própria. “A reunião foi ótima. O Mauro disse que o seu apoio ao Pivetta é pessoal. E disse que o senador Jayme Campos pode construir sua candidatura ao governo sem nenhuma resistência. Mas que a decisão sobre eleição majoritária terá que ser apenas no ano que vem”, disse Botelho ao . Leia também - 'Será por sorteio, não ordem de chegada', diz secretária após população dormir na rua para cadastro em programa O parlamentar ainda explicou que o próprio governador ainda não decidiu o seu futuro político, se deixará o governo em março e disputar o Senado, ou se concluirá o mandato. “Ele não está 100% convencido sobre esse assunto”. Já Jayme Campos afirmou que seu nome está disponível para disputar o governo ou a reeleição ao Senado, e que iria se movimentar para construir o seu nome dentro do partido. Aliança com o PL Durante a reunião também foi colocado a discussão sobre a aproximação que o governador tem tido com o Partido Liberal (PL), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo os presentes, Mendes afirmou que existe sim uma conversa para uma repetição para uma aliança como ocorreu em 2022, mas que isso só ocorreria, caso o PL recuasse de uma candidatura própria ao governo, que hoje é do senador Wellington Fagundes (PL). Eduardo Botelho deixou a reunião satisfeito, destacando que o encontro põe fim a qualquer 'mal-estar' dentro do partido. Ele também afirmou que o foco neste segundo semestre será construção das chapas proporcionais. “Cada um saiu com uma missão para ajudar na construção das chapas para deputado estadual e federal. Porque para se ter uma candidatura majoritária, é preciso ter base, que basicamente são deputados estaduais e federais. Então precisamos construir duas chapas fortes”, concluiu.
Por Gazeta Digital 15 de julho de 2025
Operação Reversus, deflagrada na manhã desta terça-feira (15), pela Polícia Civil de Mato Grosso, cumpre mais de 50 ordens judiciais - entre elas 27 prisões - contra um grupo especializado em golpes e fraudes eletrônicas, fazendo vítimas em vários estados do país. Contas bancárias dos alvos foram bloqueadas, atingindo um valor de até R$ 2,7 milhões. Segundo a assessoria do órgão, o grupo atuava no golpe do "falso intermediário". Além das 27 prisões, são cumpridas 24 buscas e apreensões, inclusive dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE). Foram sequestrados bens de até R$ 100 mil de cada investigado, além do bloquei das contas. Segundo o delegado Bruno Mendo Palmiro, responsável pelas investigações na Delegacia Especializada de Estelionato, o grupo criminoso atuava de forma contínua entre os anos de 2023 e 2024, aplicando diversos golpes por meio de anúncios falsos de venda de veículos e gado, com prejuízos superiores a R$ 800 mil às vítimas. As diligências são realizadas de forma simultânea em Mato Grosso, Rio de Janeiro, Piauí e Minas Gerais, com o apoio operacional das Polícias Civis dos respectivos Estados. Esquema criminoso  As investigações foram iniciadas depois de um golpe ocorrido em janeiro de 2024, em Cuiabá, no qual a vítima foi atraída por um anúncio fraudulento de venda de veículo no Facebook. Após o primeiro contato, ela foi induzida a manter comunicação com um suposto intermediador — que se passava por advogado — e acabou transferindo R$ 45 mil via Pix, acreditando estar em uma negociação legítima. Durante os trabalhos de apuração dos fatos, o autor intelectual da fraude foi identificado e está, atualmente, custodiado na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá. Ele cumpre mais de 40 anos de prisão por crimes como homicídio, tráfico e roubo. Já o responsável pela publicação do anúncio fraudulento teve sua prisão decretada na cidade de Teresina (Piauí). O dinheiro obtido com o golpe foi inicialmente enviado ao Estado do Rio de Janeiro, distribuído entre 13 contas bancárias distintas e, posteriormente, transferido de volta a Cuiabá, onde foi novamente pulverizado em 11 contas diferentes, até se concentrar, majoritariamente, na conta de uma investigada residente em um condomínio de alto padrão. Essa investigada possui condenação com trânsito em julgado por fraudes no Estado de Minas Gerais. Ela é também viúva de um homem com extensa ficha criminal, executado por facções criminosas na fronteira com a Bolívia, onde seu corpo e veículo foram incendiados. As investigações revelaram uma estrutura criminosa complexa e altamente coordenada, com clara divisão de tarefas entre os membros e estratégias de movimentação financeira projetadas para dificultar o rastreamento dos valores. Se condenados, os investigados podem ser apenados com até 20 anos de reclusão, considerando a prática conjunta dos crimes de estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro, podendo a pena ultrapassar 30 anos em caso de agravantes.
Por Gazeta Digital 15 de julho de 2025
Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (15), a 3ª fase da Operação Escamotes, que investiga o tráfico de drogas e armas saindo de Mato Grosso para outros estados do Brasil. Nessa fase, são cumpridas 5 prisões. As informações são preliminares, já que a operação está em andamento. As diligências começaram em 2024, quando a PF descobriu que carros alugados no Estado partiam para Goiás, Rio de Janeiro e Bahia com droga e armas. Para isso, os criminosos utilizavam fundos falsos nos veículos. A primeira fase foi deflagrada em maio de 2024. Já a segunda em novembro. A investigação começou agosto de 2023, durante a prisão em flagrante de uma pessoa transportando cerca de 40 quilos de entorpecentes em um fundo falso de um veículo. Com a apuração, a polícia conseguiu chegar aos líderes do grupo criminoso. Estima-se que o grupo tenha transportado toneladas de entorpecentes e diversas unidades de armas de fogo de uso permitido e restrito para outros estados da federação.
Por Canal Rural 14 de julho de 2025
O governo federal vai trabalhar para reverter a imposição de tarifas comerciais sobre as exportações do Brasil aos Estados Unidos, anunciada na quarta-feira (9) pelo presidente Donald Trump, afirmou o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, em São Paulo, neste domingo (13). “Nós vamos trabalhar para reverter isso, porque não tem sentido essa tarifa. Ela, inclusive, prejudica também o consumidor norte-americano. Nós entendemos que ela é inadequada, ela não se justifica. Vamos recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC)”, disse Alckmin. Segundo o vice-presidente, o governo se reunirá nos próximos dias com o setor privado, e também está sendo analisada a aplicação da Lei de Reciprocidade Econômica, sancionada em abril, que estabelece critérios para a suspensão de concessões comerciais, de investimentos e de obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual, em resposta a medidas unilaterais adotadas por país ou bloco econômico que impactem negativamente a competitividade internacional brasileira. “Os Estados Unidos têm conosco superávit na balança comercial, tanto de serviços quanto de bens. O Brasil não é problema para os Estados Unidos. Os Estados Unidos têm déficit na sua balança. E o Brasil e os Estados Unidos têm uma integração produtiva. Nós temos 200 anos de amizade com os Estados Unidos. Então, não se justifica e o mundo econômico precisa de estabilidade e de previsibilidade”, afirmou. Comitê Interministerial Em reunião realizada na noite de domingo (13), em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou a criação de comitê interministerial para conversar com o setores mais afetados pelo tarifação , de acordo com informação da Folha de São Paulo. Lula avisou aos ministros que se reunirá pessoalmente com empresários para tratar do tema e a partir desses diálogos irá traçar estratégias com setores para atuação e negociação com o governo norte-americano. Ainda de acordo com a Folha, o comitê contará com a participação dos ministérios da Fazenda, Relações Internacionais e Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
Por Persio Oliveira 14 de julho de 2025
Empresário Idirley Alves Pacheco, preso pelo assassinato do ex-jogador da seleção brasileira de vôlei, Everton Pereira Fagundes da Conceição, 46, deixou a Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) por volta das 13h30 e se recusou falar com a imprensa. Idirley saiu da unidade conduzido por policiais até a viatura, após prestar depoimento. No depoimento, alegou que vinha sendo extorquido pela vítima e por isso matou. A nova versão foi relatada informalmente por ele à Polícia Civil, após se entregar na manhã desta segunda-feira (14), na Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), 4 dias após o homicídio. Segundo o delegado Caio Albuquerque, Idirley será interrogado formalmente, mas já apresentou uma versão preliminar durante diligências realizadas pela equipe policial. “É uma versão que ele até estava dizendo para os policiais, por ocasião das diligências atrás da arma, seria uma extorsão, que a vítima estaria extorquindo ele. Mas vamos, no interrogatório, caso ele queira dizer, questionar em que consiste essa extorsão, valores, porque e quais pessoas estariam envolvidas nisso”, explicou o delegado. Idirley negou motivação passional e qualquer sentimento de ciúmes. “Ele refuta a questão passional. Ele fala que não tinha ciúmes”, disse Albuquerque. A Polícia Civil, no entanto, ainda trata as informações como preliminares e destaca que a investigação seguirá com apuração de todas as circunstâncias e possíveis testemunhas. “Não quer dizer que a Polícia Civil vai acreditar nessa versão. É uma versão dele, né? Por óbvio ele tem até o direito de permanecer em silêncio e dar a versão que melhor lhe aprouver”, afirmou o delegado. O caso De acordo com as investigações iniciais, Idirley armou a emboscada para executar o ex-jogador a tiros, dentro da caminhonete, na altura do posto Bom Clima, na avenida Dr. Hélio Ribeiro, no Residencial Paiaguás, em Cuiabá. Após desferir pelo menos 5 disparos contra a vítima, que conduzia a caminhonete Amarok do assassino, ele fugiu. Baleada, a vítima perdeu o controle da direção, bateu em outro veículo e morreu ainda na caminhonete. Inicialmente, as investigações apontaram que o crime teria sido motivado por ciúmes do assassino em relação à ex-companheira, que estaria mantendo um relacionamento com a vítima. Os 3 fazem parte do mesmo círculo de amizade e Everton inclusive estaria tentando apaziguar a situação entre o casal, já que a ex-mulher do assassino já teria pedido medidas protetivas contra ele por ameaças. Na noite do crime, Idirley atraiu o jogador pedindo que fizesse um favor a ele, para levar a caminhonete até um local específico. Embarcou com ele no veículo e em dado momento passou para o banco de trás, anunciando o suposto sequestro, que terminou em homicídio.
Por Gazeta Digital 14 de julho de 2025
Cerca de 54% dos reeducandos do sistema prisional de Mato Grosso são ligados a facções criminosas ou subordinadas a elas. O apontamento é da professora de Criminologia e Direito Penal da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Vladia Soares. Só nos presídios mato-grossenses existem mais de 14 mil pessoas cumprindo pena e, cerca de 7,4 mil, têm essa ligação. A estimativa é que dentro e fora do sistema prisional, considerando levantamento do Poder Judiciário, existam mais de 30 mil vinculados às organizações criminosas. Esses números refletem um panorama amplo, englobando detentos presos por envolvimento direto, familiares que atuam como apoio logístico ou financeiro e colaboradores da rede criminosa. Vladia enfatiza que é necessário cortar o comando das lideranças e enfraquecer o poder de recrutamento. Para ela, quanto mais chances de reinserção social, menos atrativo é o abraço da facção, em especial nos presídios, onde as vulnerabilidades e necessidades são acentuadas. Uma das medidas destacadas pela advogada é a separação efetiva entre presos faccionados e não faccionados. Separar internos por perfil criminal, não apenas por grau de periculosidade, evitar que presos recém-chegados ou de baixa periculosidade sejam colocados em alas dominadas por facções. Criação de unidades específicas para presos não vinculados a facções. Um exemplo prático seria criar alas neutras com proteção e programas especiais para quem não quer aderir a facções. A professora destaca ser essencial a proteção ativa para os que não aderem ou querem sair das organizações criminosas. Deve-se garantir segurança física e apoio legal a presos que não querem se envolver ou desejam sair de facções. Criar programas de delação e desligamento com sigilo e proteção real. Presos que abandonam facções sem proteção são alvos. O Estado precisa garantir segurança a eles. Para coibir que as facções continuem agindo de dentro dos presídios, Vladia defende o combate rigoroso ao uso de celulares e comunicação ilícita. É preciso implantar bloqueadores de sinal funcionais (e fiscalizar a manutenção deles). Uso de body scanners, revistas eletrônicas e inteligência penitenciária e monitoramento reforçado de visitas e advogados suspeitos de colaboração, completou. De dentro das grades, as ordens  Juiz da Vara de Execuções Penais e coordenador do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo do Estado de Mato, Geraldo Fidelis destaca que, como é o conhecimento de todos, as lideranças das facções criminosas que operam em Mato Grosso estão dentro das grades. O problema é isolá-las, porque o grande Calcanhar de Aquiles é a comunicação. Também há inúmeras situações de entrada de celulares dentro das penitenciárias. Isso tem que ser debelado e tem diminuído. O magistrado cita como exemplo de sucesso o modelo adotado em Santiago, no Chile, que elimina qualquer tipo de sinal celular dentro dos presídios. Em Santiago, a penitenciária fica ao lado do Tribunal de Justiça. Os telefones do Tribunal de Justiça operam normalmente, enquanto os da penitenciária, que ficam a um muro de distância, ficam bloqueados totalmente. Ele reforça que a política de separação por facções em Mato Grosso também é importante, porque garante maior tranquilidade no trato da pessoa que está encarcerada. Existe necessidade de fazer esse isolamento e o Estado tem que buscar esses meios. Lideranças presas, mas com comunicação Coordenador do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) de Mato Grosso, promotor de Justiça Adriano Roberto Alves cita que, em Mato Grosso, mais de 90% das lideranças das facções estão presas. No entanto, existem muitas regalias que permitem a comunicação e ordens mesmo por trás das grades. Se você isola eles, 90% das lideranças estarão incapacitadas de passar ordens. A legislação de execução penal tinha que mudar nesse sentido, tornando mais rigoroso. Hoje o tratamento que dá-se a eles é cheio de privilégios. Pode receber visita íntima, tem banho de sol e é comum, nesses momentos, os líderes estarem juntos. Teria que isolar, inclusive de visita íntima, porque é uma forma de passar comando para o exterior e receber de celular. Esses privilégios propiciam que as facções continuem passando ordens para comandar o tráfico, disse. Adriano destaca a necessidade de um tratamento diferenciado para quem é faccionado e é líder. A outra forma de combate seria focando nos jovens. Nós temos a segunda população de jovens que não trabalha e nem estuda. São pessoas desocupadas, sem perspectiva de vida, sem instrução, sem formação e que são facilmente arregimentadas pelo lucro fácil, pela oferta de pertencer a essas facções violentas. Teria que ter um trabalho social desses jovens, salientou. Relação direta com o sistema prisional Delegado da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil, Frederico Murta comenta que o crime organizado e as facções criminosas, de uma maneira geral, sempre tiveram e continuam tendo uma relação direta com o sistema prisional. As duas principais facções criminosas do Brasil hoje, Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital, por exemplo, foram criadas dentro do sistema prisional. E tem ainda dentro do sistema prisional uma importante base de funcionamento. Isso é algo histórico e dificilmente vai ser mudado, pode ser melhorado, mas isso vai continuar tendo reflexos diretos. O delegado enfatiza que o crime organizado vai estar sempre buscando se renovar. Ele vai estar sempre buscando alternativas para tornar os seus serviços, as suas atividades mais lucrativas. A melhor forma das facções executarem os serviços, conforme o delegado, é recrutando menores. Por quê? A legislação com relação aos menores é muito frágil. As leis são muito frouxas, o menor de idade não fica preso, ele não é condenado por crime, fica internado durante um tempo curto. Isso torna uma moeda muito interessante para o crime organizado e eles sempre se valendo das dificuldades sociais. Então, é por isso que a gente sempre fala que a segurança pública não é o problema em si. A segurança pública, a gente lida com reflexo de vários problemas sociais. A questão de educação, de saúde, saneamento básico, tudo isso desencadeia o problema que a gente sente na segurança pública. A polícia, ela faz um enfrentamento, ela lida com os reflexos de vários problemas sociais.
Por Gazeta Digital 14 de julho de 2025
Foi aprovada nesta sexta-feira (11) pelo Conselho Pleno da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Mato Grosso (OAB-MT) a paridade da lista sêxtupla dos candidatos e candidatas à vaga do Quinto Constitucional, com a eleição de 3 advogados e 3 advogadas. O Conselho realizou reunião em Sessão Extraordinária de forma virtual para discussão e aprovação do edital de abertura das inscrições para processo seletivo de formação da lista. O Edital aprovado será publicado no Diário Eletrônico da OAB e, a partir de então, começam a contar os prazos previstos no Provimento 102/2004 do Conselho Federal da OAB (CFOAB). Durante a sessão foram apresentadas duas propostas, uma pelo conselheiro José Patrocínio Júnior, prevendo votação híbrida, com escolha direta distritalizada e representação regional; e outra do conselheiro Silas do Nascimento propondo o voto secreto foram rejeitadas pelo Conselho Pleno. De acordo com a presidente da OAB-MT, Gisela Cardoso, na próxima sessão será avaliada a criação de um grupo de estudos para discutir possíveis mudanças e outros avanços, com segurança jurídica, para processos futuros. Ela ainda avaliou que está confiante de que, o conselho eleito, fará a escolha de acordo com a apresentação e a qualidades de cada candidato e candidata sem interferências externas. A sessão extraordinária do Conselho Pleno foi conduzida pela presidente da OAB-MT, Gisela Cardoso, ao lado do secretário-geral Josemar Carmerino, com a participação do vice-presidente Giovane Santin, o diretor-tesoureiro Max Ferreira Mendes e a secretária-geral adjunta Aline Luciana, além do presidente da Caixa de Assistência dos Advogados (CAA/MT), Rodrigo Araújo. "A paridade sempre foi defendida por nós, inclusive na sessão de 2023, quando formamos a primeira lista sêxtupla paritária, a proposta foi aprovada por aclamação. Para mim é uma bandeira da qual não abro mão, assim, é uma grande alegria ver que a paridade foi, novamente, aprovada de forma unânime", celebrou Gisela Cardoso. Diversos conselheiros e conselheiras fizeram questão de manifestar o seu total apoio a lista paritária - uma conquista da advocacia mato-grossense. "A paridade assegura às mulheres advogadas o direito à participação efetiva. A diversidade na composição dos tribunais fortalece a legitimidade social do Poder Judiciário, aproximando-o da realidade social e conferindo maior representatividade às decisões judiciais", defendeu a conselheira Ninagin Dallagnol, autora da proposta de paridade para o processo atual. "Nosso trabalho é pela realização de uma eleição democrática, transparente e responsável. A expectativa é que advogados e advogadas com história de serviços prestados à Ordem e à sociedade se coloquem à disposição para representar a advocacia no Tribunal de Justiça", afirmou Gisela Cardoso. Vaga ao Quinto Constitucional  A Constituição Federal estabelece que um quinto das vagas em determinados tribunais seja preenchido por advogados e membros do Ministério Público para garantir pluralidade e diversidade de experiência e visão no Poder Judiciário. A OAB receberá comunicado do Tribunal de Justiça sobre a vaga e deve publicar edital para inscrições. Posteriormente uma lista sêxtupla deve ser elaborada, visando a paridade de gênero, com 50% dos inscritos mulheres e 50% homens. Em sequência o TJ vota e formula lista tríplice, encaminhada ao governador para escolha de um nome.
Por Gazeta Digital 13 de julho de 2025
Os senadores que representam Mato Grosso estão divididos com relação ao projeto de lei nº 2.234, de 2022, que trata sobre a exploração de jogos e apostas, como as bets e cassinos, em todo o território nacional. A matéria ainda não foi votada no Senado, mas os parlamentares já declararam seus votos. Nesta última semana, o PL chegou a ser pautado para ser votado, contudo, o presidente da casa, senador Davi Alcolumbre (União-AP), decidiu retirá-lo por considerar que é um projeto muito polêmico e que havia alguns parlamentares fora do Brasil, em missão oficial, que gostariam de participar da deliberação da matéria. Senadores, porém, já deixaram claro seus posicionamentos. Ao jornal A Gazeta a senadora Margareth Buzetti (PSD) afirmou que o país deixa de arrecadar ao manter este tipo de prática como ilegal. O Brasil, quando o assunto é jogo de azar, prioriza a hipocrisia. É impressionante. Basta olhar o jogo do bicho, principalmente no Rio de Janeiro. São incontáveis mortes por disputa de território. (...) Ainda é uma contravenção penal. Enquanto isso, o país deixa de arrecadar. Eu sou a favor, sim, da liberação dos cassinos físicos, desde que com responsabilidade, disse. A parlamentar viu como positiva a atitude do senador Davi Alcolumbre, de retirar o PL da pauta, pois avalia que ainda é preciso fazer alguns ajustes no texto. O texto que estava para ser votado na semana passada ainda tinha algumas brechas e deixava dúvidas. Mas, se conseguirmos chegar a um projeto, a um relatório, que determine a instalação de cassinos físicos com regras claras, (...) eu não vejo problema. Sou a favor, sim. O governo não quer tanto aumentar a arrecadação? Está aí uma forma. O senador Jayme Campos (União) já votou favorável ao projeto quando ele tramitou na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Já o senador Wellington Fagundes (PL) é totalmente contra a aprovação do PL. Ele cobrou que haja pressão popular para que o PL não passe no Congresso. Sou totalmente contra aprovar jogos de azar no Brasil, cassinos e bingos. Não dá para aceitar. O Brasil precisa investir na Saúde, na Educação, cuidar do povo brasileiro e não fazer com que muitos se desesperem, inclusive perdendo o seu dinheirinho e esse dinheiro indo para a mão de quem? Dos ricos, dos mais ricos ainda. Portanto voto contra jogos de azar, cassinos, bingos.
Por MidiaNews 13 de julho de 2025
O deputado estadual Faissal Calil (Cidadania), criticou a proposta que deve ampliar o número de cadeiras na Assembleia Legislativa de Mato Grosso e afirmou que será um "exagero" a criação de seis novas vagas. Para ele, a medida trará impactos administrativos significativos, mesmo sem alterar o orçamento da Casa, que atualmente gira em torno de R$ 881,8 milhões. "Mais três já está bom demais, seis é exagerado, não vejo por que ter mais seis vagas dentro da Assembleia Legislativa. Não digo que vai impactar o orçamento final do Estado, porque o Estado tem um orçamento fixo para a Assembleia, que tem que se virar com esse valor", disse em entrevista ao MidiaNews O aumento de seis vagas na Assembleia de Mato Grosso ocorre em decorrência do crescimento populacional do Estado, constatado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A Constituição Federal determina que o número de estaduais deve ser proporcional ao de deputados federais, que, por sua vez, será ampliado de 8 para 11 mato-grossenses na Câmara Federal. Com isso, a Assembleia poderá passar de 24 para até 30 cadeiras. A proposta já foi aprovada no Senado Federal, porém o presidente Lula (PT) disse que não irá sancionar o projeto que aumenta o número de federais. Em contrapartida, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou que, se o petista não sancionar até o prazo final, em 16 de julho, ele próprio promulgará. Ao longo da entrevista, o deputado também avaliou a atual gestão da Mesa Diretora, sob Max Russi (PSB), e disse acreditar na próxima eleição a renovação na Assembleia será baixa. Aliado do prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), ele também analisou os seis primeiros meses e fez uma previsão de quando o mandato irá "deslanchar". Confira os principais trechos da entrevista (e a íntegra do vídeo no final da matéria): MidiaNews - Ano que vem a gente tem uma nova eleição, qual o balanço faz até o momento do seu trabalho na Assembleia Legislativa? Faissal Calil - Estou muito feliz com o trabalho na Assembleia Legislativa. Estou hoje à frente da Comissão de Defesa do Consolidador e Contribuinte. A energia solar é uma grande pauta que parece que vai acabar e não acaba, porque todo ano, todo mês, todo dia aparece algo que tenta derrubar essa energia renovável e tem que ter alguém para defender a população e o meio ambiente, porque é uma energia renovável que não agride o meio ambiente. E conseguimos, através da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, uma liminar suspendendo a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre energia solar. Foi uma conquista grandiosa. Além disso, a gente tem atuado muito com relação aos pedágios. Ingressamos com uma ação popular contra a Via Brasil, em relação a um aditivo contratual com pedágio lá em Alta Floresta, na MT-208, 320, o parecer do Ministério Público é favorável pela suspensão deste aditivo, que causa um prejuízo para os cofres do poder público e também um prejuízo imensurável para a população local do norte, Colíder, Terra Nova, Canaã, Carlinda. A gente tem brigado nessas pautas, principalmente dentro da Assembleia, de energia e pedágio. E estou sempre pronto para estar estudando, para estar defendendo quem nos colocou lá, que é a população. MidiaNews - A gente teve uma troca da Mesa Diretora na Assembleia. Como tem analisado o trabalho da nova composição, manteve o padrão que foi deixado pela antiga? Faissal Calil - Estamos melhorando, tem o padrão da antiga mesa e considero o Max um presidente conciliador. Ele tem o dom de conseguir conciliar o Legislativo com o Executivo e com os demais órgãos. Está indo muito bem, creio que tem melhorado. Esse ano de 2025 melhorou muito a relação institucional com outros órgãos e estou feliz por ter acreditado na pessoa do Max Russi, que tem surpreendido a todos nós. Inclusive, acho que ele é uma grande via para ser candidato a governador. MidiaNews - Já que o senhor puxou esse gancho, na eleição de 2022 a Assembleia teve uma renovação baixa, com vários deputados se reelegendo. Acha que em 2026 isso vai se repetir? Faissal Calil - Acho que vai, você vê que a Assembleia tem evoluído. Basta pegar os anos de 2000, 2004, 2008, 2012, e ver o nível dos deputados que tem entrado. É um nível alto, são bons, são pessoas bastante capacitadas, que sabem o que estão fazendo. A renovação vai ser menor por causa do nível dos deputados que lá estão. É um nível excelente. Se comparar com outras casas legislativas, Câmaras, o nível da Assembleia hoje é muito bom. MidiaNews - E tem essa expectativa de chegar ali mais seis deputados por conta dos desdobramentos da bancada federal. Como viu essa decisão? Acha que é o momento mesmo para aumentar tanto ou poderia ter mantido a quantidade anterior? Faissal Calil - Mais três já está bom demais, seis é exagerado, não vejo por que ter mais seis vagas dentro da Assembleia Legislativa. Não digo que vai impactar o orçamento final do Estado, porque o Estado tem um orçamento fixo para a Assembleia, que tem que se virar com esse valor. Mas acho que para o próximo presidente vai ser um grande desafio ter que acolher mais seis deputados. O trabalho vai quase que duplicar, porque você vai ter que fazer novos gabinetes, vai ter que aumentar o RH (recursos humanos), enfim, se fosse aumentar o número de deputados, três já estariam de bom tamanho, seis é exagero. MidiaNews - E os planos do senhor vai ser tentar a reeleição? A gente vê uma movimentação de alguns políticos que estão trabalhando para essa mudança de partido, quando abrir a janela no próximo ano. Pensa em mudar de partido, já recebeu algum convite de outras siglas? Faissal Calil - Sim. Assim que abrir a janela vou para o PL (Partido Liberal). Não escondo isso de ninguém, nas eleições municipais eu estive com o PL, sou da direita, defendo os princípios e as virtudes da direita e vou ir para o partido que me identifico, que é o PL. Não vai ser uma eleição fácil, certo, primeiramente, meu nome está à disposição para ser candidato a deputado estadual, mas se por alguma ventura, alguma diversidade surgir e eu tiver que ir à federal, estou pronto também, não nego isso a ninguém, mas tem que ir com calma. Primeiro assinar a ficha, se filiar, depois a gente escolhe qual o próximo passo. MidiaNews - Mas isso é consolidado, então, entre a direção do PL e o senhor? Faissal Calil - Consolidado. Participo já de todas as reuniões do PL, o Ananias [presidente do PL em Mato Grosso] é um grande líder, que está à frente e sempre me chama. Considera já como se eu estivesse dentro do time do PL, falta só a questão formal de assinar a ficha e estou esperando a janela. MidiaNews - O senhor foi um dos grandes apoiadores da candidatura do prefeito Abilio Brunini. Que análise faz destes primeiros seis meses de mandato? Faissal Calil - Fui o único deputado da Capital que ficou do lado do Abilio no primeiro turno. É até estranho, me sentia um peixinho fora d'água. O Eduardo Botelho e o Lúdio Cabral, que foram candidatos contra o Abilio, são meus colegas dentro do parlamento, mas eu tinha que defender os meus princípios. Não faço parte da gestão municipal, não tenho nenhum cargo de grande importância dentro, não indiquei ninguém de grande importância, qualquer secretaria que seja, mas fico de fora, na torcida para que dê tudo certo. Acho que está se encaminhando bem. Você percebe que o prefeito Abilio não adentrou em nenhum tema polêmico, no sentido de ser ruim para a população. Então o que ele prometeu na campanha vem cumprido. Esperamos melhoras no transporte, também na saúde, isso tem acontecido aos poucos, porque pegou uma prefeitura muito endividada e a gente sabe que poder público é muito burocrático. O Abílio tenho certeza que vai começar a deslanchar até o início do ano de 2026, vai começar a entregar obras que a população está esperando: asfalto, as novas Unidades de Pronto Atendimento (Upas), chamar os enfermeiros, médicos. Ele está trabalhando duro, pelo que sei e que sempre converso. Há a questão da burocracia. Para fazer um asfalto, por exemplo, no Residencial Coxipó, não é em um, dois meses que faz. Você pode até conseguir a verba, mas, para se ter uma ideia, o processo licitatório é demorado, vai demorar uns dez meses para fazer só a licitação, executar as obras. Então a entrega vai ser um pouquinho demorada sim, mas acho que a partir do início de 2026, as coisas começam a se encaixar. MidiaNews - Muitas pessoas têm criticado Abilio por, passados seis meses, ainda culpar Emanuel Pinheiro pelos problemas da cidade. Não estaria na hora de passar a olhar mais para frente e esquecer um pouco a gestão passada? Faissal Calil - Não. É algo natural, ele vai ter que responder esses ataques, porque a oposição hoje acordou. Durante os oito anos que o Emanuel esteve lá, nunca falaram nada e agora querem que os problemas de Cuiabá, que são problemas antigos, se resolvam em três, quatro meses, isso não vai acontecer. Nós temos que ter coerência, é claro que quem é a oposição vai gritar e quem é a situação vai querer demonstrar que tem o trabalho feito, mas que é demorado mesmo. Não tem como deixar de responder à oposição sem lembrar do passado, tem que falar. MidiaNews - O senhor também foi um dos grandes fiadores da candidatura da irmã, Paula Calil, tanto para vereadora quanto presidente da Câmara. Não acha que é uma responsabilidade muito grande assumir o comando do Legislativo municipal no primeiro mandato da vida? Faissal Calil - Sim. Não tenho dúvida disso, mas eu não tinha dúvidas que ela ia conseguir fazer um bom trabalho. Está se dedicando ao máximo, não vejo mais ela na hora do almoço, quase não converso com ela, porque a hora que converso com ela, moramos lado a lado, é no café da manhã e olha lá. Acho que ela tem, sim, segurado as pontas, feito um bom trabalho, sabia que ia ser difícil, aconselhei a não ter saído a presidente para cuidar mais do mandato dela, porque como você vira presidente e cuida mais dos vereadores do que do próprio mandato. Mas foi um chamado também da base, que decidiu que deveria ser ela. A gente não pode fugir de todos os obstáculos, tem que enfrentar. É uma barra pesada, sim, ser presidente, mas acho que ela vem executando um bom trabalho. MidiaNews - A gente vê que a presidente Paula vem sendo muito criticada por uma proximidade com o prefeito. E também tem essa questão do prefeito estar sempre na Câmara. Como vê isso, acha que faz sentido esse tipo de crítica em relação deles? Faissal Calil - Veja bem, falam que é um puxadinho, mas é um puxadinho do bem. Você verifica, por exemplo, os projetos que o próprio Abilio encaminhou para a Câmara. São projetos bons, não são projetos polêmicos, não é aumento de IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana), como foi feito no passado. Não é instalação de taxa de lixo, como foi feito no passado. Então, pelo contrário. Eu não vejo… querem desmerecer falando que é puxadinho, mas se for puxadinho, é um puxadinho do bem. Está fazendo um ótimo trabalho. MidiaNews - Não acha que isso mina um pouco a autoridade dela? Faissal Calil - Mas eles vão falar sempre. Eles não têm o que falar, vão ter que falar isso. Vão falar o quê? Que o Abílio roubou? O Abílio não roubou. O Abílio teve 21 operações policiais nas costas? Não. Porque a base do antigo prefeito teve que segurar esses tipos de rojões, que é muito ruim, trancar processo de investigação, esse tipo de coisa. E hoje em dia não se tem mais. MidiaNews - O governador Mauro Mendes é fiador da candidatura do vice Otaviano Pivetta ao Governo em 2026, mas há certa resistência de alguns setores. Acredita que o Pivetta pode ser um bom governador? Faissal Calil - Ele seria um bom gestor. Nunca falei mal da pessoa do Pivetta como gestor. Acho que não tem nada contra ele enquanto gestão. Acho ele um cara muito coerente, o Mauro deve ter esse compromisso com ele. Por trás dele vem o Max Russi construindo também uma possível candidatura, que é uma coisa natural, uma hora vai chegar do Max. Temos aí a Janaína Riva, que é uma grande liderança em Mato Grosso, está procurando o espaço dela, que é legítimo também. E o governador tem também uma boa fala com o Cidinho, então acho que esses nomes estão do lado do governo. Tem o lado da esquerda, que não sei quem vai ser, não tenho qualquer tipo de conversa, e tem nós da direita do PL, que a nossa intenção é ter uma candidatura própria. Então ou vai ser o Odílio Balbinotti ou vai ser o Wellington Fagundes. MidiaNews - Acha possível uma composição entre o grupo do governador e os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em Mato Grosso? Faissal Calil - Já teve essa composição no passado, em 2022. Já á teve essa composição, em 2024, nas eleições municipais. Rachou e agora em 2026, pode ser que novamente andem lado a lado, não podemos descartar isso. Pode ser que tenha assim uma aliança entre União e PL. Pode ser que tenha, não podemos descartar. Mas seria complicado, porque a gente que vê de fora, o PL parece muito firme, até pelo resultado que teve nas últimas eleições, da força que o partido ganhou, em lançar um nome próprio mesmo. MidiaNews - O senhor mencionou o senador Wellington Fagundes, que é uma liderança no PL, em Mato Grosso, mas ele também tem essa questão de já ter recebido algumas críticas dos bolsonaristas. Acha que isso pode prejudicá-lo, de alguma forma, em uma construção em 2026? Faissal Calil - Tem uma ala mais radical que a gente não pode negar, que não vê muito bem o nome do Wellington, mas a gente tem que pensar do partido ter o nome próprio. Essa é a nossa maior preocupação. As pessoas esquecem que o Wellington, durante todo o mandato como senador, sempre votou com a direita. Eu não sei por que tem um pouco dessa animosidade, porque o Wellington foi uma pessoa que sempre votou com a direita. Então, ele tem, sim, que tentar ser o candidato. Ele tem toda a legitimidade para pleitear. MidiaNews - Acha possível ele ser o candidato de consenso se unindo ao grupo de Mendes? Faissal Calil - Eu acho mais difícil, porque o Mauro tem compromissos, primeiro com o Pivetta e tem um certo compromisso com o Jayme, o que afastaria um pouco do Wellington. Mas esse consenso já foi feito em 2022, não descarto que seja feito em 2026. Eles têm um diálogo. MidiaNews - Qual a chapa ideal para o senhor em 2026 para governador, vice e senadores? Faissal Calil - Para o Governo que seja alguém do PL, independente do nome. Vice, temos que ter alguém que aglutine, que tenha capilaridade, que traga um partido forte, que some. Também é algo indefinido. Senador, para mim, o primeiro nome é José Medeiros. Acho que é a vez dele, já foi senador, fez um ótimo trabalho, teve dois mandatos como deputado federal e sempre votou com a direita. O segundo nome, a gente não tem nada definido ainda. Não sei se o PL vai fazer alguma conjuntura com outro nome. MidiaNews - O senhor, como futuro integrante do PL, acha então que o vice tem que vir de outro partido para trazer mais eleitores? Faissal Calil - Com certeza. Precisamos ter um grupo forte, porque a campanha de governador não é fácil, é igual da prefeitura. A Prefeitura de Cuiabá, quando trabalhamos aqui, só tínhamos o PL. Montamos o PRTB, conseguimos 15 dias antes de fechar a janela regularizar o partido, que estava irregular. Montamos uma chapa, que fez 10 mil votos. Foi uma chapa bem votada, com 26 candidatos. O PL fez 30 mil votos na chapa de vereador, sendo que tivemos duas potências, a Samantha e a Paula, que juntas, deram quase 13 mil votos, quase metade do PL todo. Então, para termos uma candidatura própria, creio que um vice tem que ser de outro partido. Esse segundo nome de senador tem que estar dentro desses dois partidos. É por isso que pode ser alguém ligado ao governador Mauro Mendes, sem problema nenhum. Eu acho que essa é a estratégia certa para o PL em 2026. MidiaNews - O senhor foi citado no inquérito sobre as emendas da Secretaria de Estado Agricultura Familiar (Seaf) e fez duras críticas à delegada Juliana Rado, da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção, chamando o levantamento dela de “leviano”. Incluir o senhor nessa investigação foi uma barbeiragem da Polícia? Faissal Calil - Com certeza. Tenho 24 anos de formação, antes de me formar já trabalhava no próprio Poder Judiciário de Mato Grosso. Veja bem, pegaram todo mundo que encaminhou emendas para a Pronatur [Instituto de Natureza e Turismo] nos últimos anos, colocaram num saco e botaram assim: ‘Todos esses aqui tem culpa no cartório’. Já condenaram a gente, sendo que a gente nem é indiciado, não faz parte. E por que falo isso? A Pronatur é um instituto que atua no mercado há mais de 10 anos. A Pronatur é a única associação que vai até os gabinetes e fala,: ‘Temos um trabalho nesse sentido aqui, de entregar kits com esses 16 itens’. A Pronatur que faz isso. Se você vai à Seaf, não tem licitação para isso, eles não fazem esse trabalho. Se você for na Seaf, a própria Seaf vaimandar procurar a Pronatur, que é um instituto consolidado. Se você quiser entregar kit com essas ferramentas para o agricultor familiar, tem que ir atrás da Pronatur’. Eu considero isso aí [as emendas] algo que democratiza o dinheiro público. Por exemplo, se ficar tudo na mão do executivo, se ele tem um adversário político, pode acabar sem mandar nada para a saúde, sem mandar nada para a agricultura familiar. Quando tem as emendas, a gente consegue democratizar o dinheiro público. As emendas são importantes. Infelizmente, criminalizaram uma coisa que é boa, que era para ser boa, que é agricultura familiar, através desse processo. Eu tenho até minhas dúvidas com relação a esse superfaturamento. Essa questão acho que não foi bem avaliada. Por isso que acho que houve, sim, um viés político muito forte por trás dessa investigação. Se fosse algo sério, tinha que ter pegado os secretários anteriores também, onde essa Pronatur também operou, e tinha que pegar o outro registro de preço que tem dentro da própria Secretaria que é mais caro do que o kit que está na Pronator. É tudo muito questionável. MidiaNews - O deputado Gilberto Cattani, depois de todo esse episódio, chegou a dizer que estava estudando não mandar mais emendas, por causa desse tipo de investigação. Também tem essa insegurança? Faissal Calil - Com certeza. Ano que vem, na hora de mandar emendas, vou repensar, procurar analisar muito melhor para onde está indo. As pessoas têm que entender que o deputado só assina o ofício, nem o projeto acompanha. Esse projeto, quando dada a liberação da emenda, percorre a Secretaria, o Governo de Mato Grosso, o deputado não mexe com o dinheiro. Ele só assina a emenda e, simplesmente, o projeto é protocolado na Secel (Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer), por exemplo, ou na Seaf, ou na Seduc (Secretaria do Estado de Educação), ou na SES (Secretaria do Estado de Saúde) e lá corre, lá que são feitas as licitações, o contrato, o pagamento. O deputado não participa de nada disso, está fora da alçada. Assinou, encaminhou e ponto final. As pessoas não entendem isso. MidiaNews - Para finalizar, acha que será necessário chamar a delegada também para ter essa conversa com os deputados? Já que naquela oitiva da CGE houve uma divergência, eles falaram que não citaram os deputados, mas existe o documento. Faissal Calil - Eu não sei. Gostaria que ela fosse lá. Se eu fosse a delegada entraria em contato com o presidente Max. Sem precisar de convocação, nada, até porque tenho certeza da minha parte que não houve qualquer tipo de ato de corrupção. Tenho certeza. É por isso que eu fiz o desafio. Eu tenho certeza disso.
Por Gazeta Digital 13 de julho de 2025
A maior cratera meteorítica da América Latina, formada pelo choque de um meteorito com a Terra, fica em Mato Grosso e abriga cidades em seu perímetro. O Domo de Araguainha é um “buraco” de 40 km de diâmetro, que abrange inteiramente o município de Araguainha, parte de Ponte Branca (460 km e 491 km ao Sul de Cuiabá, respectivamente) e áreas de cidades goianas na divisa com Mato Grosso. Com menos de mil quilômetros quadrados e um total de 1010 habitantes, segundo censo de 2022, Araguainha é o menor município de Mato Grosso. Povoado a partir da década de 1940 por garimpeiros, só foi oficialmente criado em 1963, com a emancipação de Ponte Branca. Somente em 1970 o domo foi descoberto e passou a ser estudado. Apesar de povoado, ele abriga mistérios milenares que ajudam a explicar a evolução do planeta. Pesquisadores estimam que a cratera tenha se foi formado entre 250 e 259 milhões de anos atrás, após um corpo celeste de aproximadamente 3km de diâmetro atingir o solo. Mesmo com a longa idade, ainda representa um terreno fértil de pesquisas para a geologia brasileira, conforme explicou Joana Paula Sánchez, doutora em Geologia Regional, com experiência em Mapeamento Geológico Estrutural e Mapeamento de Estruturas de Impacto por meteoritos. “O Domo de Araguainha é uma das crateras mais completas do mundo, que apresenta todas as feições de uma cratera de impacto e está muito bem preservado. A gente consegue ver todos os locais e as características que comprovam que são uma cratera de impacto dentro dela”, afirmou a pesquisadora. Sánchez explica que há diferentes tipos de cratera no mundo. Algumas simples, em formato de bacia, e as complexas, com a parte central soerguida. A de Araguainha é uma cratera complexa e uma das maiores do mundo. São 40km de diâmetro e um núcleo soerguido entre 6 km e 12 km. “O Domo de Araguainha foi formado igual uma gota quando cai na água e levanta a parte central deixando um círculo, uma roda em volta. O impacto de um meteorito quando bate na terra vem com muita velocidade, bate, levanta o núcleo e uma borda externa”, explicou a estudiosa, que é referência na área. Mato Grosso divide o domo com Goiás. Em 2022, ele foi considerado um dos 100 primeiros geossítios mundiais pela União Internacional das Ciências Geológicas (IUGS na sigla em inglês). Mesmo com a importância geológica, os estudos acerca do domo ainda são poucos e limitados por fatores como a dificuldade de acesso, o tamanho da estrutura e a falta de pesquisadores especializados na área. Isso faz com que os estudos realizadas no local tragam descobertas constantes que agregam para o avanço da ciência geológica. “Quase todas as vezes que a gente chega para algum estudo, encontramos alguma coisa nova. Pode ser uma rocha, uma feição causada pelo impacto ou algo assim. Isso é algo importante para o estado, pois é a primeira cratera no país como sítio do patrimônio geológico mundial”, destacou a doutora. No Brasil, existem 9 crateras formadas por meteoritos, cientificamente comprovadas. Uma cratera de impacto é formada por um bólido, ou seja, um material que veio do espaço e que atinge a superfície com grande impacto, como um meteorito. No caso de Araguainha, o choque foi tão grande que, como uma forma de reação, formou a estrutura de impacto. As crateras se diferenciam de formações de relevo, como montanhas, pois elas são feitas como resposta da colisão de um corpo com a superfície terrestre e não por influência da movimentação de placas tectônicas, por exemplo. “O maior avanço de estruturas de impacto é a formação da vida e de como a terra foi formada. É importante conhecer o patrimônio histórico de onde vivemos para gente conhecer e ficar com essa história marcada na Terra”, finalizou a pesquisadora.
Mais Posts