Vereador do PL, Chico 2000 é alvo da PF por suspeita de crime eleitoral
Vereador afastado Chico 2000 (PL) é um dos alvos da Operação Rescaldo, da Polícia Federal, que apura crimes eleitorais praticados na eleição de 2024. Agentes cumpriram um mandado de busca e apreensão contra ele, que está afastado por 180 dias no bojo da Operação Perfídia, onde é acusado de participar de um esquema de cobrança de propina para votar um projeto que favoreceu a empresa HB 20 Construções.
De acordo com as informações divulgadas pela PF, a investigação começou após uma notícia crime protocolada denunciando que um candidato estava abordando eleitores de outro concorrente, mas do mesmo partido.
Na conversa, ele oferecia vantagens indevidas para obter votos. Além da busca contra Chico, a PF cumpriu ainda outro mandado em uma residência, no bairro Água Vermelha, na cidade de Várzea Grande.
As medidas cautelares da operação de hoje objetivam angariar elementos que contribuam para a instrução da investigação em curso.
Confirmada a autoria dos crimes, os responsáveis poderão responder pelos crimes de captação ilícita de sufrágio e difamação eleitoral, cujas penas podem chegar até cinco anos de reclusão.
Operação Perfídia
A Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) deflagrou no dia 29 de abril a Operação Perfídia, que teve entre os alvos os vereadores sargento Joelson (PSB) e Chico 2000 (PL). Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão nas casas de ambos e em nas dependências da Casa de Leis. A Polícia também buscou o controle de acesso à Câmara e imagens do período de agosto de 2023 a agosto de 2024.
A operação investiga uma obra pública, questão de corrupção e propina da gestão passada. Os parlamentares teriam solicitado o valor a um funcionário da empresa para a aprovação de matéria legislativa que possibilitou o recebimento de pagamentos devidos pelo município à empresa no ano de 2023.
No mesmo dia, a juíza Edina Ederli Coutinho determinou a suspensão do exercício das funções públicas dos vereadores envolvidos por tempo indeterminado. Eles estão impedidos de entrar no prédio da Câmara de Cuiabá, bem como nas instalações da empresa investigada e suas obras, como o canteiro do Contorno Leste.
Passadas semanas, os suplentes Gustavo Padilha (PSB) e Rafael Yonekubo (PL) foram convocados e assumiram as vagas.
Um pedido de abertura de Comissão Processante movido pelo advogado e ex-candidato, Julier Sebastião, contra o vereador Chico 2000 (PL), chegou a ser apresentado na Casa, mas arquivado pois no pedido o advogado não incluiu peças oficiais do inquérito, optando por se basear em matérias jornalísticas, o que não foi aceito pela Casa de Leis por falta de materialidade.
Não foi apresentado pedido de cassação de Joelson.









