PJC: 83% dos feminicídios em MT ocorreram no ambiente doméstico

Mídia News • 8 de março de 2025

A Polícia Civil identificou que 83% dos casos de feminicídio registrados em 2024 aconteceram dentro do ambiente doméstico. O dado consta do relatório "Mortes Violentas de Mulheres e Meninas em Mato Grosso por razões de gênero 2024", produzido pelo quinto ano seguido pela Diretoria de Inteligência.


O relatório analítico, produzido desde 2020, é realizado com base nos dados dos boletins de ocorrências de homicídios e feminicídios, cruzamento de informações e em inquéritos policiais, e traz o perfil das vítimas e dos autores dos crimes, local e meio empregado, solicitação de medidas protetivas, vínculo entre vítimas e autores dos crimes e os efeitos da violência contra mulheres e adolescentes. 

 

Conforme o diagnóstico, das 47 vítimas de feminicídio em Mato Grosso no ano passado, 41 eram mães. Nove vítimas foram mortas na frente dos filhos. Os crimes foram registrados em 28 cidades de Mato Grosso e setembro foi o mês com mais ocorrências: oito crimes. 

Um dos casos foi o assassinato de Leidiane Ferro da Silva, de 43 anos, brutalmente morta por seu companheiro na cozinha de casa, em abril de 2024, na cidade de Peixoto de Azevedo. A vítima foi atingida por vários golpes de faca no momento em que servia sua refeição. O filho e a enteada dela presenciaram o crime e buscaram ajuda, porém a vítima não resistiu aos ferimentos e morreu ainda em casa. 

Após o crime, o autor fugiu da casa. Ele se apresentou em uma Delegacia da Polícia Civil quatro dias após matar a companheira, quando teve o mandado de prisão preventiva cumprido. 

A delegada-geral da Polícia Civil, Daniela Maidel, reforça que a legislação para proteção de vítimas de violência avançou muito, como a mudança penal que tornou o feminicídio um crime autônomo, e ressalta que a instituição atua continuamente em várias frentes para evitar que um feminicídio ocorra, com atendimentos no dia a dia, acolhimento das mulheres, informações sobre direitos instituídos pela Lei Maria da Penha e fazendo a aplicação da Lei. 

“Nessa linha de enfrentamento, ao menos uma grande operação estadual de combate à violência contra a mulher é realizada todos os anos em Mato Grosso. Além disso, trabalhamos com ações de conscientização, desenvolvimento de políticas públicas e campanhas que envolvem palestras, rodas de conversas e blitz educativa em várias cidades do Estado, especialmente nos meses de março, agosto e novembro”, pontua a delegada. 

 

Ela lembra ainda que a Polícia Civil atua em conjunto com várias instituições de estado e entidades que desempenham papeis essenciais na criação de políticas públicas e aprimoramento de serviços às mulheres. “Neste ano, queremos avançar mais em educação, estruturas de atendimentos às mulheres e vulneráveis, operações de combate, e em políticas de enfrentamento e prevenção à violência de gênero que resulta em feminicídios”, acrescenta.

Mudança penal 


Em outubro do ano passado, o presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, sancionou a Lei 14.994/2024, conhecida como Pacote Antifeminicídio, que tornou o feminicídio um crime autônomo, deixando de ser uma qualificadora de homicídio e equiparando o delito a crimes hediondos.

 

O crime passou também a ter uma pena maior, com mínima de 20 e máxima de 40 anos de reclusão, nomeou os assassinatos de mulheres motivados por discriminação ou desigualdade de gênero e permitiu outras qualificadoras de natureza objetiva, como emprego de fogo, asfixia, tortura ou outro meio cruel.

 

A mudança na legislação trouxe ainda a majoração de crimes cometidos no contexto da violência doméstica e familiar contra a mulher, que antes dependiam da vítima para dar início ao inquérito policial, como o crime de ameaça, que não necessita mais de representação da vítima. 

O descumprimento de medida protetiva e lesão corporal também tiveram aumento nas penas e a lei prevê a perda automática do poder familiar e de cargo público em caso de condenações definitivas por crimes contra a mulher em razão do gênero.

A mudança na legislação penal representa um passo importante na luta para retirar o Brasil da quinta posição dos países mais violentos para as mulheres, como aponta o relatório produzido pela Polícia Civil. 

"O feminicídio exige tratamento diferenciado devido às circunstâncias particulares em que as mulheres são assassinadas. Na maioria dos casos, essas mortes ocorrem em ambientes domésticos e são perpetradas por parceiros íntimos, familiares ou conhecidos”, destaca o relatório da Polícia Civil. 

 

“Mesmo com esse marco jurídico, os índices revelam que o problema é estrutural, relacionado a fatores como o machismo, a cultura de impunidade e a desigualdade social. Além das leis, é essencial um compromisso coletivo para erradicar a violência de gênero, por meio de políticas públicas eficazes, fiscalização rigorosa e um profundo processo de transformação cultural”, finaliza a delegada-geral. 

Perfil das vítimas e crimes


Do total de 47 mulheres mortas no ano passado em razão do gênero, a maioria estava em plena idade produtiva e 85% delas tinham entre 18 e 39 anos. Em relação às vítimas de feminicídio (cometidos por razão de gênero, menosprezo à condição de sexo ou violência doméstica), 74% delas foram mortas por parceiros íntimos, companheiros, namorados e ex-companheiros e 60% eram pardas.

Do total dos crimes, 83% ocorreram no ambiente doméstico, ou seja, nas residências das vítimas; outros 9% foram em vias públicas. 

O modo empregado para o cometimento dos feminicídio mostrou alteração: em 57% dos crimes foram usadas armas cortantes ou perfurantes (faca, canivete, facão) e 17% foram cometidos usando arma de fogo, outros 13% com uso de força muscular, 3% uso de fogo e 8% outros meios (pedaços de madeira ou ferramentas, como marreta). 

A delegada Mariell Antonini Dias, da Coordenadoria de Enfrentamento à Violência contra a Mulher e Vulneráveis, destaca que o estudo ajuda a compreender melhor o fenômeno da violência doméstica, deixando claro o risco ao qual as mulheres estão submetidas quando vivem em situação de violação de direitos em casa e não procuram ajuda da Polícia.

“Muitas mulheres pensam que o agressor não terá coragem de tirar a vida delas e que as ameaças são vazias. Mas as estatísticas demonstram o contrário, pois mais da metade das mortes de mulheres ocorre em casa por pessoas que possuem vínculo com elas. É necessário que todas entendam que a violência pode ser progressiva e cada vez mais letal e devem buscar auxílio para o problema que está dentro de casa, tornando visível para o Estado um fato que apenas quem está na relação tem conhecimento”, observa.


Por Gazeta Digital 20 de julho de 2025
Mato Grosso registrou redução no número de crimes violentos como homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguida de morte nos primeiros 6 meses de 2025, em comparação com o ano anterior, como mostra dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Um índice que segue crescente, porém, é o de feminicídios, que apresentou aumento de 42% no mesmo período. Foram 27 feminicídios no primeiro semestre deste ano. Em 2024, 19 mulheres foram assassinadas no mesmo período. Em comparação, os homicídios dolosos, latrocínios e lesão corporal seguida de morte apresentaram queda de 26,6%, 58,3% e 60%, respectivamente. O secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, César Augusto Roveri, confessou que o combate ao feminicídio precisa melhorar, mas argumentou que existe um problema social que também exige enfrentamento, visto que 77% destes crimes ocorreram dentro da residência das vítimas. “Não é somente um problema de segurança pública. Infelizmente, é um fenômeno social [...] desde dentro das nossas residências, nossas casas, nossas famílias”, disse em entrevista concedida na quarta-feira (16). “Apenas 4 [dentre os feminicídios] tinham registro de ocorrência e apenas dois tinham medidas protetivas. É um número muito grande [em casos] que o Estado nem sabia que essa mulher tinha risco”, argumentou o secretário. Roveri elogiou a Lei Anti Feminicídio (Lei 14.994/2024), proposta pela senadora Margareth Buzetti (PSD), que endurece as penas para o crime tipificado, mas acredita que “as pessoas ainda não se situaram nesse agravamento da pena”. A medida foi aprovada e está em vigor desde outubro do ano passado, sendo já aplicada em julgamentos. O delegado Vitor Hugo Bruzulato, titular da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos, seguiu a mesma linha de Roveri. Ele acredita que o alto número de feminicídios representa uma questão além da segurança pública. "É um problema que tem que ter o envolvimento de toda sociedade", afirmou. No Brasil O número de feminicídios caiu 4% no primeiro semestre de 2025, em relação ao último ano, no resto do Brasil. O índice mostra a dissonância de Mato Grosso em relação aos demais estados no que diz respeito ao combate a violência contra a mulher. A diminuição foi impulsionada especialmente pela região Sudeste, que reduziu em 18% os crimes de feminicídio. No Centro-Oeste, a tipificação cresceu 16%. Mesmo dentro da região, o aumento de Mato Grosso foi significativo negativamente.
Por Gazeta Digital 20 de julho de 2025
O governador Mauro Mendes (União) afirmou, essa semana, que vê “chances reais” de que o Aeroporto Internacional Marechal Rondon, em Várzea Grande, receba voos internacionais regulares ainda este ano. Segundo o gestor, as articulações buscam mostrar para as companhias aéreas que o estado tem potencial econômico e demanda da população por novas rotas, inclusive para destinos no exterior. “As chances são reais, potencial nós temos para isso. Mas isso depende não só do governo. É um diálogo constante que nós estamos fazendo com estas companhias para termos esse voo internacional, já que temos um aeroporto em condições de receber voos internacionais”, afirmou o governador. Conforme noticiou o , apesar de ter se tornado internacional em 1996, o terminal nunca consolidou uma linha direta com outros países. Desde o fim do ano passado, o aeroporto concluiu seu processo de internacionalização permanente. De acordo com a Centro-Oeste Airports (COA), concessionária que administra o Marechal Rondon, o terminal está “totalmente apto a receber voos internacionais comerciais”. O impasse, no entanto, está em convencer as companhias aéreas a investirem em rotas regulares. Recentemente, o aeroporto recebeu o primeiro voo internacional com uma aeronave de grande porte, um Boeing 757-200, em operação privada. Mauro Mendes, por sua vez, destacou o crescimento econômico de Mato Grosso como trunfo na negociação com as companhias aéreas. Para o chefe do Executivo, dados mostram o interesse do público e a rentabilidade de rotas partindo do Estado. “Mato Grosso tem demonstrado sua força econômica. A população tem agregado renda e capacidade de consumir, um dos exemplos é a compra de passagens aéreas. O show do Guns N’ Roses, por exemplo, que aqui foi onde os ingressos se esgotaram mais rápido. Isso demonstra que é um bom negócio para as companhias manterem e ampliarem as linhas. Algumas inclusive têm taxa de ocupação maior que a média nacional”, completou. Em contrapartida, o gestor reconheceu que o setor aéreo ainda enfrenta dificuldades, especialmente diante da crise enfrentada por grandes operadoras em processo de recuperação judicial e ajustes de custos. “O governo está criando empatia e negociando para manterem ou ampliem suas operações aqui”, disse. Azul suspende e lança rotas Enquanto negocia voos internacionais, o Marechal Rondon vê oscilações no mercado doméstico. A Azul Linhas Aéreas suspendeu recentemente o trecho direto entre Cuiabá e Alta Floresta, além de outras rotas com saída da capital mato-grossense para Campo Grande (MS), Maceió (AL), Brasília (DF), Goiânia (GO) e Curitiba (PR). Por outro lado, a companhia anunciou novos voos diretos entre Cuiabá e Sorriso, a 420 km da capital. A venda de passagens foi iniciada no dia 11 de julho e os primeiros voos decolam em 4 de agosto. As decolagens de Cuiabá ocorrem às 12h45, com chegada em Sorriso às 13h55. No sentido contrário, os voos saem às 14h35, pousando às 15h45 em Várzea Grande. A Latam também ampliou o número de voos entre Cuiabá de Brasília de 7 para 14 decolagens semanais. Os novos horários entram em vigor em agosto.
Por Gazeta Digital 20 de julho de 2025
A construção de um túnel no Portão do Inferno é tecnicamente viável, mas está longe de ser simples. Após ser anunciado, há três semanas, como alternativa por inviabilidade do primeiro projeto, pelo governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, ainda não foi finalizado o anteprojeto da obra, documento que define viabilidade técnica, ambiental e econômica, com informações sobre traçado, estrutura, custos e prazos. Na última quinta-feira (17), no entanto, a construção do túnel foi colocada em xeque pelo próprio secretário de Estado de Infraestrutura, Marcelo de Oliveira, surpreendendo o próprio governador. Enquanto nenhum detalhe técnico é divulgado oficialmente, a escolha pelo túnel gera divergências e incertezas também entre especialistas, diante dos riscos geológicos, escassez de mão de obra especializada na região e inexperiência do Estado com obras desse porte, que podem comprometer a execução do projeto. Presidente do Comitê Brasileiro de Túneis e Espaços Subterrâneos, o engenheiro civil Jean Pierre Ciriades defende que um túnel pode resolver o problema, apesar de algumas ressalvas. Por outro lado, o geólogo Caiubi Kuhn defende que a construção de um viaduto sempre foi a melhor alternativa para o local. Jean Pierre explica que, em geral, obras nessas condições apresentam desafios logísticos, como a instalação de canteiros e equipamentos. Além de interferências com a rodovia, diante de um tráfego intenso de equipamentos que podem causar desconforto aos usuários, danos potenciais ao pavimento e sujidades, que devem ser controladas pelos executantes da obra. O engenheiro ainda cita a geração de vibrações no processo de escavação a fogo, as detonações, que podem gerar instabilizações dos materiais presentes na superfície. Os responsáveis pelo plano de fogo e detonações deverão monitorar e controlar as vibrações, frequências e velocidade pico de partículas, e mitigar quedas de blocos, evitando que haja pessoas passando nas proximidades durante estes eventos. Apesar de não conhecer especificamente as características da região, Jean Pierre defende que os túneis são soluções extremamente eficazes e confiáveis do ponto de vista de resiliência climática, geológica e geotécnica. Os únicos pontos potencialmente vulneráveis em termos de escorregamentos e quedas de bloco são os emboques. Túneis bem dimensionados, com essas entradas posicionadas em locais de menor probabilidade de ocorrência desse tipo de evento, garantem a estabilidade das escavações ao longo de seu percurso. Neste sentido, eles podem, sim, ser considerados uma solução definitiva para o problema. O engenheiro comenta que a construção de túneis é uma atividade com riscos inerentes ao processo, independente dos cuidados tomados. E pontua que não existe risco zero. Contudo, a partir de estudos e um projeto consistente, com os devidos controles executivos, estes riscos podem ser qualificados, quantificados e mitigados em grande parte. Já o comportamento de encostas naturais, em particular aquelas onde há presença de material rochoso instável, pode se tornar uma roleta russa. Desta forma, é esperado que os desmoronamentos fora do túnel continuem a ocorrer, durante e após as obras, o que demandará cuidados da equipe responsável pela obra para minimizar a exposição de colaboradores a estas regiões de risco, ao passo que no interior do túnel teríamos um ambiente garantidamente muito mais seguro, principalmente quando estiver em operação.
Por Ascom 19 de julho de 2025
Em comunicado em suas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a medida adotada por Donald Trump de revogar vistos de entrada nos Estados Unidos para ministros do STF e para o procurador-geral da República, Paulo Gonet. Trump, acentuando a motivação bolsonarista da medida, não revogou o visto de ministros do Supremo que foram nomeados pelo ex-presidente brasileiro, que responde a processos por atentado à democracia, ao Estado de Direito e à soberania nacional. Leia o comunicado de Lula: Minha solidariedade e apoio aos ministros do Supremo Tribunal Federal atingidos por mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento do governo dos Estados Unidos. A interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios básicos do respeito e da soberania entre as nações. Estou certo de que nenhum tipo de intimidação ou ameaça, de quem quer que seja, vai comprometer a mais importante missão dos poderes e instituições nacionais, que é atuar permanentemente na defesa e preservação do Estado Democrático de Direito.
Por Agência Brasil 19 de julho de 2025
O Pix está sob o escrutínio das autoridades estadunidenses desde, pelo menos, 2022. Há três anos, o Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR, do inglês) já revelava, em um documento oficial, que o país estava preocupado com os impactos da popularização da plataforma brasileira de pagamentos instantâneos, em uso desde novembro de 2020. “Os Estados Unidos estão monitorando de perto os desenvolvimentos relacionados ao mercado de pagamentos eletrônicos de varejo no Brasil para garantir que o Banco Central [BC] brasileiro facilite condições equitativas para todos os participantes do mercado, dado o papel duplo do BC como regulador e operador do Pix, um serviço de pagamento de varejo em tempo real”, apontou o USTR em seu relatório anual sobre as perspectivas das exportações. No documento, o USTR tece comentários sobre o que classifica como “barreiras comerciais estrangeiras” com o potencial de afetar as exportações, os investimentos e o comércio eletrônico dos EUA com 63 nações, incluindo o Brasil, mais o Reino Unido. A edição de 2022 do relatório foi a primeira – e única - a mencionar nominalmente o Pix, embora documentos posteriores tenham voltado a mencionar o sistema financeiro brasileiro. O USTR é uma agência federal que integra o gabinete executivo da presidência dos EUA. Responsável pelo desenvolvimento e coordenação da política de comércio internacional, o escritório tornou público, nesta quinta-feira (16), que instaurou uma investigação para apurar, entre outras ações comerciais brasileiras, o estímulo governamental ao uso do Pix. Segundo o principal dirigente do USTR, Jamieson Greer, a investigação foi solicitada pelo próprio presidente Donald Trump para apurar “os ataques do Brasil às empresas de mídia social americanas, bem como outras práticas comerciais desleais que prejudicam empresas, trabalhadores, agricultores e inovações tecnológicas” dos Estados Unidos. Concorrência Conforme a Agência Brasil noticiou, analistas avaliam que as críticas do governo dos Estados Unidos podem ser explicadas pela concorrência que o sistema de pagamento eletrônico brasileiro, público e gratuito, faz aos serviços oferecidos por operadoras de cartão de crédito tradicionais e ao Whatsapp Pay, chegando mesmo a tornar-se uma alternativa ao dólar em algumas transações internacionais. De acordo com o Banco Central, só no ano passado, o Pix movimentou cerca de R$ 26,4 trilhões.  “O Brasil desenvolveu uma forma de meio de pagamento que oferece uma série de vantagens. O Pix é ágil, promoveu um processo de bancarização, de inclusão de pessoas que não tinham conta. E faz parte da lei de competência e de concorrência oferecer um produto cada vez melhor”, afirmou a economista Cristina Helena Mello, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em entrevista à Agência Brasil. Um dos possíveis motivos para a reação tardia de Donald Trump é a possibilidade das autoridades estadunidenses entenderem que, ao lançar o Pix, em 2020, o Banco Central teria prejudicado os planos de negócios da Meta, empresa que pertence ao empresário Mark Zuckerberg, aliado de Trump, e que anunciou, em junho do mesmo ano, o lançamento da funcionalidade Whatsapp Pay no Brasil. Na época, a Meta anunciou que os brasileiros seriam os primeiros usuários do WhatsApp a poder enviar e receber dinheiro utilizando cartões de crédito pré-cadastrados no aplicativo. Uma semana depois do anúncio, o BC e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) suspenderam a função, com a justificativa de que seria necessário avaliar riscos da operação, potenciais riscos para a concorrência e garantir funcionamento adequado do Sistema de Pagamento Brasileiro (SPB). “O WhatsApp criou uma forma de transferência de dinheiro de pessoas para pessoas, mas estava fazendo isso fora do sistema financeiro legal. Não estava fazendo com integração com o nosso sistema financeiro. Portanto, escapava da regulação do Banco Central, o que fere regras brasileiras de acompanhamento de transações monetárias”, acrescentou Cristina Helena, avaliando que a medida que o BC adotou à época foi correta. A Agência Brasil consultou o Banco Central e o Ministério das Relações Exteriores sobre as menções do USTR ao Pix e ao setor financeiro brasileiro, mas não teve retorno até o momento.
Por Gazeta Digital 19 de julho de 2025
No próximo dia 25 de julho, uma fazenda de 323 hectares em Primavera do Leste (MT) irá a leilão com lance inicial de 17 milhões. A disputa será realizada de forma totalmente online, pela plataforma Positivo Leilões, com início às 15h e duração de quatro dias, encerrando-se em 29 de julho. Se não houver lances durante esse período, um segundo leilão será aberto automaticamente, com término previsto para 5 de agosto. Nessa nova fase, o valor mínimo de arremate será reduzido para R$ 13,5 milhões — uma diminuição de aproximadamente 20% em relação ao preço original. A propriedade agrícola possui área consolidada para cultivo desde 2003, com aptidão para a produção de soja, milho e algodão. Situada em uma das regiões mais valorizadas do país, destaca-se pelo solo fértil e pelo clima ideal, fatores que impulsionam a produtividade e favorecem o desenvolvimento agrícola. O entorno da fazenda reúne importantes propriedades e um ambiente voltado ao agronegócio, o que favorece a integração logística, o acesso a insumos e oportunidades de comercialização. A infraestrutura de acesso também é um diferencial, com estradas em excelentes condições, permitindo o escoamento eficiente da safra em qualquer época do ano. Na visão do leiloeiro Erick Teles, a propriedade representa uma oportunidade rara no mercado. "Estamos diante de uma fazenda pronta para produção, situada em uma das regiões agrícolas mais estratégicas do país. Com infraestrutura completa, alto potencial produtivo e logística eficiente, trata-se de um investimento seguro e diferenciado para quem busca um imóvel rural consolidado e com excelente desempenho”, afirma Teles. O processo de venda é totalmente digital e ocorre por meio do site www.positivoleiloes.com.br , o que possibilita a participação de pessoas e empresas de qualquer região do país. Na plataforma, os interessados têm acesso a todas as informações sobre o imóvel, incluindo fotos, documentos, edital e orientações sobre o processo de habilitação e envio de lances.
Por Gazeta Digital 19 de julho de 2025
O deputado federal Emanuelzinho, hoje no MDB, confirmou que, de fato, deve deixar a legenda para disputar sua reeleição em algum outro partido com o qual se "identifique mais". Vice-líder do governo Lula (PT) na Câmara Federal, o deputado disse que está insatisfeito com a posição do MDB no estado, diante da tendência de aproximação da direita, o que invibializa sua permanência. De acordo com o deputado, há algumas semanas esteve em conversa com o diretório estadual da sigla e entendeu que o melhor caminho será a saída pacífica. “Me incomoda a posição do MDB, que vem defendendo e utilizando um discurso fiscalista para debater a dita falácia fiscal. Assim como minha postura incomoda ao partido. De forma amigável, vamos conversar para que cada um tome seu rumo e defenda o que acredita em 2026”, disse o deputado ao Jornal do Meio Dia, da TV Vila Real, na última semana. O deputado assegura que sua baixa no partido não tem a ver com a troca de comando da presidência em Mato Grosso, que a partir de agosto estará sob o comando de Janaina Riva (MDB). “Eu tenho uma ótima relação com a deputada Janaina, estivemos juntos recentemente, nos damos bem. É uma fortíssima candidata ao Senado, mas temos divergências políticas em relação como enxergamos a forma que Mato Grosso tem que trabalhar e o rumo. Já que pensamos diferente, é natural que eu venha a dialogar com outros partidos”, emenda. A tendência é que Emanuelzinho se filie ao Partido Social Democrático (PSD), já que recebeu convite do presidente estadual da agremiação, Carlos Fávaro, que também é ministro no governo Lula. O parlamentar entende que o PSD, a nível estadual, defenderá pautas especificas e próximas às suas. No entanto, a filiação está programada para o mês de março do próximo ano, o período das janelas partidárias – que permitem a troca de partidos sem danos no mandato. “O ministro Fávaro me convidou para o PSD e estou conversando. Hoje, o PSD contempla e me deixa mais à vontade para defender as pautas que eu acredito, as pautas que defendi nesse mandato. O MDB está caminhando um pouco no sentido contrário, a tendência é que não venha a continuar no partido. Mas, vamos dialogar até março, que é quando abre o período de janelas partidárias”, finaliza.
Por Gazeta Digital 18 de julho de 2025
O fim de semana será marcado por manhãs geladas e tardes quentes, resultado da chegada da frente fria que deve derrubar as temperaturas entre esta sexta-feira (18) e sábado (19). O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) emitiu um alerta amarelo de declínio na temperatura, com previsão de redução de 3 °C a 5 °C. Este alerta vale até a noite de sábado. Veja a previsão nas principais cidades. Cuiabá deve amanhecer com 16 °C no sábado, mas o frio perder força ao longo do dia e a máxima pode chegar a 30 °C. No domingo, a mínima se mantém, o sol aparece e a máxima chega a 32 °C, com tempo seco e céu limpo. Chapada dos Guimarães (67 km ao Norte de Cuiabá) deve registrar mínima de 14 °C no sábado, com a possibilidade de neblina no início da manhã. Ao longo do dia, o sol predomina e a máxima chega a 33 °C. No domingo, a mínima será de 17°C e a máxima chega a 34 °C. No nortão, em Sinop (500 km ao Norte da capital), o ar fresco não chega muito forte, mas a umidade do ar pode cair até 20%. No sábado, a temperatura varia entre 16 °C e 33 °C. Já no domingo os termômetros marcam entre 18 °C e 35 °C. Já em Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá), a mínima bate os 13 °C. Mas o sol reaparece ainda pela manhã e máxima chega a 33 °C. No domingo, o calor retorna, a mínima é de 16 °C e máxima de 34 °C. Em Cáceres (225 km a Oeste da capital), o sábado amanhece frio, com mínima de 13 °C, mas o sol aparece ao longo do dia e a máxima chega a 32 °C. No domingo, a mínima chega a 15 °C e a máxima de 34 °C. A recomendação é reforçar a hidratação, evitar esforço físico nas horas mais quentes do dia e proteger-se do sol.
Por Gazeta Digital 18 de julho de 2025
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), saiu em defesa da aplicação da prisão perpétua e da pena de morte para crimes hediondos no país. O posicionamento, já externado pelo chefe do Executivo em outas oportunidades, foi reforçado durante apresentação do balanço semestral do Programa Tolerância Zero, do governo do estado. Na ocasião, Mendes expressou preocupação com os altos índices de violência no país, apesar da queda de 6,3% nos homicídios dolosos registrada no ano passado. Para o governador, comparado com dados de outros países, a taxa de homicídios reflete a percepção de que a Justiça brasileira é falha, o que tem levado a criminalidade a perder o medo da prisão. Ao traçar um paralelo com as nações mais seguras do mundo, destacou que todas elas possuem prisão perpétua ou aplicam a pena de morte. “Se você olhar os 20 países mais seguros do mundo, todos eles aplicam penas duríssimas para o crime de homicídio. Se você olhar esses países, todos já tiveram pena de morte, ou tem prisão perpétua. No Brasil, dependendo da forma que o homicídio pode acontecer, você pode pegar 6 anos, 8 anos, pode responder em liberdade, você pode recorrer durante longos e longos anos, 10, 15, 20 anos, percorrendo todas as armadilhas previstas na legislação sob o pretexto de garantir a legítimo direito de defesa”, argumentou o governador. Mendes criticou a legislação brasileira, que, segundo ele, permite que criminosos respondam em liberdade ou recorram por anos. Ele ressaltou que a sociedade brasileira "lamentavelmente, se acostumou com esse problema" e que as leis vigentes "não colaboram muito". “O nosso Brasil está chegando a quase 30 homicídios por 100 mil habitantes. Aqui, lamentavelmente, se acostumou com esse problema. As leis brasileiras não colaboram muito. Quantas vezes a nossa Força de Segurança prende bandidos, pessoas cometendo crimes altamente impactantes na estrutura da sociedade, no outro dia ele é colocado em audiência de custódia de verdade, como aconteceu já algumas vezes no Mato Grosso”, emendou. O que diz o relatório do Mapa da Segurança Pública de 2025  Divulgado em junho, o Brasil registrou queda de 6,3% nos homicídios dolosos em 2024, totalizando 35.365 contra 37.754 em 2023. Na média, houve 97 homicídios dolosos (quando há intenção de matar) diários no Brasil no ano passado. Os dados fazem parte do Mapa da Segurança Pública de 2025, do governo federal. Desde 2020, há uma trajetória de queda contínua nos registros de homicídios dolosos, após o país atingir o maior número da série naquele ano, com 42.034 homicídios. Já em 2024, o recuo foi o mais significativo do período, de 6,3% (menos 2.389), totalizando uma queda acumulada de 16% em relação a 2020 (menos 6.669 homicídios). Região Norte apresentou a maior redução percentual, com queda de 16,44%, totalizando 4.249 homicídios dolosos em 2024. No Sudeste, foram 9.274 vítimas, o que representa uma queda de 4,17%. O Centro-Oeste registrou uma diminuição de 7,61%, com 2.369 casos, enquanto a Região Sul teve uma redução de 12,43%, contabilizando 3.451 homicídios dolosos. Já a Região Nordeste apresentou redução de 2,81% em relação ao ano anterior. Apesar da redução de alguns crimes, houve aumento de 7,47% nas tentativas de homicídio, totalizando 40.874 casos em 2023. No Brasil, a pena de morte não existe, sendo proibida pela Constituição Federal, salvo em casos de guerra declarada. A proibição é uma cláusula pétrea, ou seja, não pode ser alterada por meio de uma emenda constitucional. A pena foi abolida para crimes civis após a Proclamação da República, em 1889, e, para crimes militares, em 1911.
Por Gazeta Digital 18 de julho de 2025
O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) instaurou uma sindicância para apurar as circunstâncias da morte da estudante Ana Carolina Aguiar de Lima, 20, na terça-feira (15), após complicações de uma cirurgia plástica. A abertura do procedimento foi feita de ofício pelo conselho, e, conforme determina o Código de Ética Médica, o caso será investigado sob sigilo. O comunicado da apuração foi feito na manhã desta sexta-feira (18). Em nota oficial, o CRM-MT disse que a paciente passou por procedimento cirúrgico no dia 4 de julho e reiterou que está acompanhando o caso. “A sindicância, conforme estabelecido pelo Código de Ética Médica, seguirá sob sigilo”, diz o comunicado. O caso Ana Carolina era estudante de medicina e foi internada para realizar uma cirurgia de mamoplastia e lipoaspiração com lipoenxertia no Hospital Santa Helena, em Cuiabá. Durante a recuperação, ainda na sala pós-operatória e sozinha, ela sofreu duas paradas cardiorrespiratórias. Apesar da reanimação, teve lesões cerebrais graves. A jovem foi transferida para o Hospital Santa Rosa, onde passou por duas cirurgias, uma no cérebro para descompressão e outra no pulmão. No entanto, seu estado se agravou e ela não resistiu. Ela faleceu 10 dias depois. Desde o início da internação, familiares e amigos se mobilizaram nas redes sociais para arrecadar doações de sangue e realizaram uma campanha de oração em frente ao hospital. O caso gerou grande comoção nas redes sociais. Confira a nota do CRM-MT: O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) informa que instaurou, de ofício, sindicância para apurar as circunstâncias da morte da jovem Ana Carolina Aguiar de Lima, de 20 anos, que faleceu no último dia 15 de julho em Cuiabá. Ana teve complicações após passar por um procedimento cirúrgico, realizado no último dia 4 de julho. A sindicância, conforme estabelecido pelo Código de Ética Médica, seguira sob sigilo.