Chineses ampliam interesse e já têm 36 empresas em MT

Persio Oliveira • 10 de março de 2025

Principal parceiro comercial de Mato Grosso no mercado internacional, a China tem ampliado seus investimentos no Brasil. Nos últimos anos, a capilaridade dos negócios chineses expandiram 4 vezes no território mato-grossense. Atualmente há 36 empresas chinesas com operações dentro das fronteiras do estado, a maioria (86%) delas atuando no comércio de produtos.

 

Há pouco mais de uma década, o total de empreendimentos locais controlados por chineses era restrito a 7 empresas. Desde 2014, houve expansão de 414% da presença empresarial chinesa no mercado local, conforme demonstra levantamento realizado pela Junta Comercial de Mato Grosso (Jucemat) a pedido do Jornal A Gazeta.

 

A estratégia de capilaridade dos negócios em diversos setores econômicos fortalece a atuação chinesa para além dos principais centros urbanos do estado, como a capital Cuiabá, se irradiando para outros municípios, especialmente naqueles que são polos da produção agropecuária. É o caso da multinacional Cofco. Proprietária de uma fábrica de biodiesel e esmagamento de soja em Rondonópolis, além de 13 armazéns e 8 escritórios locais, a chinesa Cofco International completou dez anos de operações em Mato Grosso. Em 2014, a partir da compra da holandesa Nidera e da asiática Noble - as duas maiores aquisições internacionais da história da estatal e do mercado chinês de grãos e óleos vegetais - a Cofco aportou no estado que lidera a produção brasileira de grãos.

 

Atualmente atende 4.500 fornecedores em Mato Grosso, sendo 65% produtores rurais. Dos 142 municípios mato-grossenses, atua em 110 deles, com mais de 1 mil colaboradores. Na safra de soja 2023/2024, a Cofco International originou por volta de 15 milhões de toneladas. Para a próxima safra de grãos, estima potencial similar ao da última safra, levando em consideração o impacto das questões climáticas. Em 2023, o volume de vendas a terceiros atingiu 121,7 milhões (t) de commodities, gerando receitas de US$ 50,1 bilhões, globalmente.

 

A companhia também está tomando medidas para melhorar a rastreabilidade, o gerenciamento de riscos e o desempenho dos fornecedores, além de progredir em seu compromisso de alcançar cadeias de suprimentos de soja livres de desmatamento até 2025 e livres de conversão em regiões sensíveis da América do Sul até 2030. Em maio de 2024, a empresa concluiu o primeiro envio de 50 mil (t) de soja brasileira livre de desmatamento e conversão (DCF), resultado do acordo com o Grupo Mengniu. A carga foi descarregada em Tianjin, China.

Por Agência Brasil 21 de julho de 2025
O corpo da cantora Preta Gil, que morreu neste domingo (20), aos 50 anos, nos Estados Unidos, será trazido ao Brasil para as cerimônias de despedida. Mas a família ainda não divulgou quando e onde será realizado o velório, nem se ele será aberto ao público. Preta estava nos Estados Unidos desde maio, e fazia um tratamento experimental contra o câncer, mas morava no Rio de Janeiro, onde também nasceu. A prefeitura e o governo do estado do Rio decretaram luto oficial de três dias pelo falecimento. A cantora e empresária foi diagnosticada com um câncer no intestino em 2023, e chegou a entrar em remissão da doença, após cirurgias e tratamentos. Mas em 2024, voltou a apresentar a doença em outros locais do corpo, o que a levou a uma nova rodada de operações e medicamentos, e ao tratamento experimental nos EUA. Preta Gil é filha do cantor Gilberto Gil com Sandra Gadelha, e deixa o filho Francisco Gil e a neta Sol de Maria. Como intérprete, ela gravou quatro álbuns de estúdio - o último - Todas as Cores -, foi lançado em 2017 -, e dois CDs e DVDs ao vivo. Um dos pontos altos de sua carreira foi a criação do Bloco da Preta, bloco de carnaval de rua do Rio de Janeiro, que chegou a reunir cerca de 500 mil pessoas. Ela também era sócia da empresa Mynd, uma das principais agências de marketing digital do Brasil. Homenagens Após a confirmação da sua morte, Preta Gil recebeu inúmeras homenagens de amigos, autoridades e fãs pelas redes sociais. As mensagens destacam a personalidade exuberante de Preta, seus posicionamentos contestadores e, principalmente, sua dedicação aos amigos e familiares. A apresentadora e chef Bela Gil publicou uma foto de infância no colo da irmã Preta com a frase: "Minha maior grande perda. Minha eterna inspiração e alegria" A atriz Carolina Dieckman, que viajou aos Estados Unidos para passar os últimos dias ao lado da amiga, escreveu em seu Instagram: "Te fazer carinho - incessantemente - esses últimos 4 dias, estar tão perto, com vc... foi o maior presente do mundo. Descansa, meu amor. Como vc lutou... Vai ser muito difícil, mas é uma benção o tempo que tivemos... e nosso amor é muito maior. Vou morrer de saudade; mas vou viver com você aqui dentro!!!", O apresentador Luciano Huck também lembrou os esforços de Preta em busca da cura: "Minha amiga se foi. Lutava com bravura, enfrentando a dor com coragem e sorrisos. A Preta foi a Preta até o fim. Forte, generosa, luminosa. Agora descansou. Ainda não consigo acreditar. Talvez nem queira. Fomos Amigos — com A maiúsculo — por mais de 25 anos. Entre tantos talentos que ela tinha, o de ser amiga dos amigos era dos mais raros e preciosos. Por isso, era tão amada. Por isso era tão dela. E não por acaso, partiu justamente no Dia do Amigo." A atriz Zezé Motta enviou mensagens de solidariedade à família Gil: "A dor de perder alguém que vimos crescer, que acompanhamos desde criança, é uma ferida profunda. Ver essa pessoa enfrentar a vida com coragem, lutar até o fim contra um câncer com dignidade e bravura, nos deixa não só o luto, mas também uma grande lição. Uma lição sobre força, mesmo diante das adversidades. (...) Não sei o que dizer ao meu amigo Gil, para a querida Sandra, a todos desta família tão especial. Só me resta rezar e pedir a Deus que nos dê forças para superar este momento. É uma dor que não dá para medir. Descanse em paz Preta, eu te amo e tenho certeza que o Brasil também." Preta Gil também recebeu homenagens de autoridades. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou, ainda na noite de domingo (20): "Estou profundamente triste em saber que Preta Gil nos deixou nesta noite de domingo. Talentosa e batalhadora em tudo o que fazia – seja como artista, seja como empresária – Preta seguiu espalhando a alegria de viver mesmo nos momentos mais difíceis de seu tratamento. Preta era uma pessoa extremamente querida e admirada pelo público e pelas pessoas que tiveram a felicidade de conviver com ela. Os palcos e os carnavais que ela tanto animou sentirão sua falta." Amada e inspiradora A ministra da Cultura, Margareth Menezes, lembrou que conheceu Preta ainda na adolescência e viu a cantora se transformar "em uma das artistas de personalidade mais amada, inspiradora, mais autêntica do nosso país. "Seu jeito livre de falar e enfrentar a vida, as alegrias e também as dores, sem pudores, sem papa na língua. Você vai deixar muitas saudades, mas também muitas belezas. À família Gil, todo meu amor e solidariedade", escreveu a ministra Os posicionamentos públicos de Preta também foram destacados pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco: "Preta Gil foi e sempre será potência. Uma mulher que enfrentou o racismo, o machismo, a gordofobia e a doença sem nunca perder sua ternura, nem sua voz. Lutou muito por sua vida e por tudo que sempre acreditou." O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, também manifestou o seu pesar: "Poucas vezes conheci em minha vida uma pessoa que trouxesse vibrações tão boas e que espalhasse alegria e amizades aonde chegasse. Que tristeza ver uma pessoa assim nos deixar!". Nos comentários do seu post do Instagram, Paes recebeu sugestões de moradores do Rio para homenagear a cantora, batizando alguma área da cidade com o nome de Preta Gil.
Por Gazeta Digital 21 de julho de 2025
A empresária do ramo joalheiro Julinere Goulart Bentos é denunciada como uma das mandantes da execução do advogado Renato Gomes Nery, 72, ocorrida no dia 5 julho de 2024 e, segundo denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), exerceu o papel de mentora intelectual do crime, juntamente com o marido, o empresário do ramo do agronegócio Cesar Jorge Sechi. O crime foi motivado por profundo ressentimento do casal contra Nery, que obteve êxito em uma ação judicial relacionada a uma extensa área territorial no município de Novo São Joaquim, após décadas de litígio. Julinere manifestou seu inconformismo e indignação contra o advogado assassinado perante testemunhas, com ameaça de morte ao dizer que: ‘ele não ia viver para gastar o que tomou dela’. O casal, que se tornou réu na ação penal, está preso preventivamente desde o dia 9 de maio deste ano. A denúncia deles foi aditada à denúncia dos dois intermediadores do crime, nesta sexta-feira (18) e assinada pelos promotores de Justiça Élide Manzini de Campos, Rinaldo Segundo e Vinícius Gahyva Martins, atuantes no Núcleo de Defesa da Vida da Comarca de Cuiabá. Trecho da denúncia aponta que, pelo inconformismo diante de decisão judicial que beneficiou Nery, a empresária articulou os contatos necessários para viabilizar sua execução. “Ademais, no curso das investigações, a referida denunciada confessou, de forma informal, sua participação como autora intelectual do homicídio ao delegado de Polícia Bruno Sérgio Magalhães Abreu, reforçando os demais elementos probatórios constantes dos autos.” O denunciado Cesar Sechi desempenhou igualmente a função de mentor intelectual e exerceu papel fundamental na viabilização financeira da empreitada criminosa. O casal contratou a execução do advogado mediante o pagamento de R$ 200 mil. O policial militar Jackson Pereira Barbosa atuou como intermediário da empreitada entre o casal denunciado e os executores. Além de Jackson, o também policial militar Ícaro Nathan Santos Ferreira também é réu na denúncia do MPE. O crime - Nery foi alvejado na cabeça, quando chegava para o trabalho em seu escritório na avenida Fernando Corrêa da Costa, na manhã do dia 5. Submetido à cirurgia morreu na madrugada do dia seguinte.
Por MídiaNews 21 de julho de 2025
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu neste sábado (19) a reaproximação entre Brasil e Estados Unidos, em discurso feito durante um almoço com políticos e empresários do agronegócio na Fazenda Bom Futuro, em Cuiabá. “As duas maiores economias na América e as duas maiores democracias do Ocidente não podem estar tão distantes. Nunca estiveram, e nós vamos superar essa etapa difícil, tenho certeza, porque teria efeitos muito deletérios para o nosso país”, afirmou o governador. O almoço reuniu empresários do agronegócio, prefeitos e parte dos políticos da direita mato-grossense, como o governador Mauro Mendes (União), o vice-governador Otaviano Pivetta (PL) e o prefeito Abilio Brunini (PL). Tarcísio desembarcou em Cuiabá para o casamento de Ana Gabriele Becker, filha do ex-senador Cidinho Santos (PP), com o empresário Felipe Pitz, mas, antes, foi recepcionado com o almoço. Tarcísio usou a ocasião para fazer um apelo à união em meio às tensões comerciais e políticas recentes. “Estamos aqui para celebrar a união da Ana com o Felipe. E, se estamos aqui para celebrar a união, temos que saber que é a união que vai nos tirar desse tempo difícil. Tem pessoas que insistem em tentar desunir o Brasil", disse. “Jogam o pobre contra o rico, o empresário contra o empregador… Não se fortalece o fraco enfraquecendo o forte. Não se fortalece o empregado combatendo o empregador", completou. O chamado “tarifaço”, anunciado por Donald Trump, prevê taxa de 50% sobre produtos brasileiros a partir do dia 1º de agosto. Em sua fala, Tarcísio ressaltou a importância do diálogo e da cooperação entre os países. “Todo esforço é necessário e possível. Cada porta que a gente abrir, cada conversa que a gente fizer, vai ser importante para gerar senso de urgência, para a gente tentar transpor as fronteiras, para a gente tentar vencer as barreiras”, afirmou. Comparando o cenário atual com crises históricas globais, o governador afirmou que o Brasil saberá enfrentar os desafios. “Se países superaram guerras — veja o que aconteceu com a Europa na Segunda Guerra Mundial —, a gente vai superar também”, disse.
Por Gazeta Digital 20 de julho de 2025
Mato Grosso registrou redução no número de crimes violentos como homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguida de morte nos primeiros 6 meses de 2025, em comparação com o ano anterior, como mostra dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Um índice que segue crescente, porém, é o de feminicídios, que apresentou aumento de 42% no mesmo período. Foram 27 feminicídios no primeiro semestre deste ano. Em 2024, 19 mulheres foram assassinadas no mesmo período. Em comparação, os homicídios dolosos, latrocínios e lesão corporal seguida de morte apresentaram queda de 26,6%, 58,3% e 60%, respectivamente. O secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, César Augusto Roveri, confessou que o combate ao feminicídio precisa melhorar, mas argumentou que existe um problema social que também exige enfrentamento, visto que 77% destes crimes ocorreram dentro da residência das vítimas. “Não é somente um problema de segurança pública. Infelizmente, é um fenômeno social [...] desde dentro das nossas residências, nossas casas, nossas famílias”, disse em entrevista concedida na quarta-feira (16). “Apenas 4 [dentre os feminicídios] tinham registro de ocorrência e apenas dois tinham medidas protetivas. É um número muito grande [em casos] que o Estado nem sabia que essa mulher tinha risco”, argumentou o secretário. Roveri elogiou a Lei Anti Feminicídio (Lei 14.994/2024), proposta pela senadora Margareth Buzetti (PSD), que endurece as penas para o crime tipificado, mas acredita que “as pessoas ainda não se situaram nesse agravamento da pena”. A medida foi aprovada e está em vigor desde outubro do ano passado, sendo já aplicada em julgamentos. O delegado Vitor Hugo Bruzulato, titular da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos, seguiu a mesma linha de Roveri. Ele acredita que o alto número de feminicídios representa uma questão além da segurança pública. "É um problema que tem que ter o envolvimento de toda sociedade", afirmou. No Brasil O número de feminicídios caiu 4% no primeiro semestre de 2025, em relação ao último ano, no resto do Brasil. O índice mostra a dissonância de Mato Grosso em relação aos demais estados no que diz respeito ao combate a violência contra a mulher. A diminuição foi impulsionada especialmente pela região Sudeste, que reduziu em 18% os crimes de feminicídio. No Centro-Oeste, a tipificação cresceu 16%. Mesmo dentro da região, o aumento de Mato Grosso foi significativo negativamente.
Por Gazeta Digital 20 de julho de 2025
O governador Mauro Mendes (União) afirmou, essa semana, que vê “chances reais” de que o Aeroporto Internacional Marechal Rondon, em Várzea Grande, receba voos internacionais regulares ainda este ano. Segundo o gestor, as articulações buscam mostrar para as companhias aéreas que o estado tem potencial econômico e demanda da população por novas rotas, inclusive para destinos no exterior. “As chances são reais, potencial nós temos para isso. Mas isso depende não só do governo. É um diálogo constante que nós estamos fazendo com estas companhias para termos esse voo internacional, já que temos um aeroporto em condições de receber voos internacionais”, afirmou o governador. Conforme noticiou o , apesar de ter se tornado internacional em 1996, o terminal nunca consolidou uma linha direta com outros países. Desde o fim do ano passado, o aeroporto concluiu seu processo de internacionalização permanente. De acordo com a Centro-Oeste Airports (COA), concessionária que administra o Marechal Rondon, o terminal está “totalmente apto a receber voos internacionais comerciais”. O impasse, no entanto, está em convencer as companhias aéreas a investirem em rotas regulares. Recentemente, o aeroporto recebeu o primeiro voo internacional com uma aeronave de grande porte, um Boeing 757-200, em operação privada. Mauro Mendes, por sua vez, destacou o crescimento econômico de Mato Grosso como trunfo na negociação com as companhias aéreas. Para o chefe do Executivo, dados mostram o interesse do público e a rentabilidade de rotas partindo do Estado. “Mato Grosso tem demonstrado sua força econômica. A população tem agregado renda e capacidade de consumir, um dos exemplos é a compra de passagens aéreas. O show do Guns N’ Roses, por exemplo, que aqui foi onde os ingressos se esgotaram mais rápido. Isso demonstra que é um bom negócio para as companhias manterem e ampliarem as linhas. Algumas inclusive têm taxa de ocupação maior que a média nacional”, completou. Em contrapartida, o gestor reconheceu que o setor aéreo ainda enfrenta dificuldades, especialmente diante da crise enfrentada por grandes operadoras em processo de recuperação judicial e ajustes de custos. “O governo está criando empatia e negociando para manterem ou ampliem suas operações aqui”, disse. Azul suspende e lança rotas Enquanto negocia voos internacionais, o Marechal Rondon vê oscilações no mercado doméstico. A Azul Linhas Aéreas suspendeu recentemente o trecho direto entre Cuiabá e Alta Floresta, além de outras rotas com saída da capital mato-grossense para Campo Grande (MS), Maceió (AL), Brasília (DF), Goiânia (GO) e Curitiba (PR). Por outro lado, a companhia anunciou novos voos diretos entre Cuiabá e Sorriso, a 420 km da capital. A venda de passagens foi iniciada no dia 11 de julho e os primeiros voos decolam em 4 de agosto. As decolagens de Cuiabá ocorrem às 12h45, com chegada em Sorriso às 13h55. No sentido contrário, os voos saem às 14h35, pousando às 15h45 em Várzea Grande. A Latam também ampliou o número de voos entre Cuiabá de Brasília de 7 para 14 decolagens semanais. Os novos horários entram em vigor em agosto.
Por Gazeta Digital 20 de julho de 2025
A construção de um túnel no Portão do Inferno é tecnicamente viável, mas está longe de ser simples. Após ser anunciado, há três semanas, como alternativa por inviabilidade do primeiro projeto, pelo governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, ainda não foi finalizado o anteprojeto da obra, documento que define viabilidade técnica, ambiental e econômica, com informações sobre traçado, estrutura, custos e prazos. Na última quinta-feira (17), no entanto, a construção do túnel foi colocada em xeque pelo próprio secretário de Estado de Infraestrutura, Marcelo de Oliveira, surpreendendo o próprio governador. Enquanto nenhum detalhe técnico é divulgado oficialmente, a escolha pelo túnel gera divergências e incertezas também entre especialistas, diante dos riscos geológicos, escassez de mão de obra especializada na região e inexperiência do Estado com obras desse porte, que podem comprometer a execução do projeto. Presidente do Comitê Brasileiro de Túneis e Espaços Subterrâneos, o engenheiro civil Jean Pierre Ciriades defende que um túnel pode resolver o problema, apesar de algumas ressalvas. Por outro lado, o geólogo Caiubi Kuhn defende que a construção de um viaduto sempre foi a melhor alternativa para o local. Jean Pierre explica que, em geral, obras nessas condições apresentam desafios logísticos, como a instalação de canteiros e equipamentos. Além de interferências com a rodovia, diante de um tráfego intenso de equipamentos que podem causar desconforto aos usuários, danos potenciais ao pavimento e sujidades, que devem ser controladas pelos executantes da obra. O engenheiro ainda cita a geração de vibrações no processo de escavação a fogo, as detonações, que podem gerar instabilizações dos materiais presentes na superfície. Os responsáveis pelo plano de fogo e detonações deverão monitorar e controlar as vibrações, frequências e velocidade pico de partículas, e mitigar quedas de blocos, evitando que haja pessoas passando nas proximidades durante estes eventos. Apesar de não conhecer especificamente as características da região, Jean Pierre defende que os túneis são soluções extremamente eficazes e confiáveis do ponto de vista de resiliência climática, geológica e geotécnica. Os únicos pontos potencialmente vulneráveis em termos de escorregamentos e quedas de bloco são os emboques. Túneis bem dimensionados, com essas entradas posicionadas em locais de menor probabilidade de ocorrência desse tipo de evento, garantem a estabilidade das escavações ao longo de seu percurso. Neste sentido, eles podem, sim, ser considerados uma solução definitiva para o problema. O engenheiro comenta que a construção de túneis é uma atividade com riscos inerentes ao processo, independente dos cuidados tomados. E pontua que não existe risco zero. Contudo, a partir de estudos e um projeto consistente, com os devidos controles executivos, estes riscos podem ser qualificados, quantificados e mitigados em grande parte. Já o comportamento de encostas naturais, em particular aquelas onde há presença de material rochoso instável, pode se tornar uma roleta russa. Desta forma, é esperado que os desmoronamentos fora do túnel continuem a ocorrer, durante e após as obras, o que demandará cuidados da equipe responsável pela obra para minimizar a exposição de colaboradores a estas regiões de risco, ao passo que no interior do túnel teríamos um ambiente garantidamente muito mais seguro, principalmente quando estiver em operação.
Por Ascom 19 de julho de 2025
Em comunicado em suas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a medida adotada por Donald Trump de revogar vistos de entrada nos Estados Unidos para ministros do STF e para o procurador-geral da República, Paulo Gonet. Trump, acentuando a motivação bolsonarista da medida, não revogou o visto de ministros do Supremo que foram nomeados pelo ex-presidente brasileiro, que responde a processos por atentado à democracia, ao Estado de Direito e à soberania nacional. Leia o comunicado de Lula: Minha solidariedade e apoio aos ministros do Supremo Tribunal Federal atingidos por mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento do governo dos Estados Unidos. A interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios básicos do respeito e da soberania entre as nações. Estou certo de que nenhum tipo de intimidação ou ameaça, de quem quer que seja, vai comprometer a mais importante missão dos poderes e instituições nacionais, que é atuar permanentemente na defesa e preservação do Estado Democrático de Direito.
Por Agência Brasil 19 de julho de 2025
O Pix está sob o escrutínio das autoridades estadunidenses desde, pelo menos, 2022. Há três anos, o Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR, do inglês) já revelava, em um documento oficial, que o país estava preocupado com os impactos da popularização da plataforma brasileira de pagamentos instantâneos, em uso desde novembro de 2020. “Os Estados Unidos estão monitorando de perto os desenvolvimentos relacionados ao mercado de pagamentos eletrônicos de varejo no Brasil para garantir que o Banco Central [BC] brasileiro facilite condições equitativas para todos os participantes do mercado, dado o papel duplo do BC como regulador e operador do Pix, um serviço de pagamento de varejo em tempo real”, apontou o USTR em seu relatório anual sobre as perspectivas das exportações. No documento, o USTR tece comentários sobre o que classifica como “barreiras comerciais estrangeiras” com o potencial de afetar as exportações, os investimentos e o comércio eletrônico dos EUA com 63 nações, incluindo o Brasil, mais o Reino Unido. A edição de 2022 do relatório foi a primeira – e única - a mencionar nominalmente o Pix, embora documentos posteriores tenham voltado a mencionar o sistema financeiro brasileiro. O USTR é uma agência federal que integra o gabinete executivo da presidência dos EUA. Responsável pelo desenvolvimento e coordenação da política de comércio internacional, o escritório tornou público, nesta quinta-feira (16), que instaurou uma investigação para apurar, entre outras ações comerciais brasileiras, o estímulo governamental ao uso do Pix. Segundo o principal dirigente do USTR, Jamieson Greer, a investigação foi solicitada pelo próprio presidente Donald Trump para apurar “os ataques do Brasil às empresas de mídia social americanas, bem como outras práticas comerciais desleais que prejudicam empresas, trabalhadores, agricultores e inovações tecnológicas” dos Estados Unidos. Concorrência Conforme a Agência Brasil noticiou, analistas avaliam que as críticas do governo dos Estados Unidos podem ser explicadas pela concorrência que o sistema de pagamento eletrônico brasileiro, público e gratuito, faz aos serviços oferecidos por operadoras de cartão de crédito tradicionais e ao Whatsapp Pay, chegando mesmo a tornar-se uma alternativa ao dólar em algumas transações internacionais. De acordo com o Banco Central, só no ano passado, o Pix movimentou cerca de R$ 26,4 trilhões.  “O Brasil desenvolveu uma forma de meio de pagamento que oferece uma série de vantagens. O Pix é ágil, promoveu um processo de bancarização, de inclusão de pessoas que não tinham conta. E faz parte da lei de competência e de concorrência oferecer um produto cada vez melhor”, afirmou a economista Cristina Helena Mello, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em entrevista à Agência Brasil. Um dos possíveis motivos para a reação tardia de Donald Trump é a possibilidade das autoridades estadunidenses entenderem que, ao lançar o Pix, em 2020, o Banco Central teria prejudicado os planos de negócios da Meta, empresa que pertence ao empresário Mark Zuckerberg, aliado de Trump, e que anunciou, em junho do mesmo ano, o lançamento da funcionalidade Whatsapp Pay no Brasil. Na época, a Meta anunciou que os brasileiros seriam os primeiros usuários do WhatsApp a poder enviar e receber dinheiro utilizando cartões de crédito pré-cadastrados no aplicativo. Uma semana depois do anúncio, o BC e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) suspenderam a função, com a justificativa de que seria necessário avaliar riscos da operação, potenciais riscos para a concorrência e garantir funcionamento adequado do Sistema de Pagamento Brasileiro (SPB). “O WhatsApp criou uma forma de transferência de dinheiro de pessoas para pessoas, mas estava fazendo isso fora do sistema financeiro legal. Não estava fazendo com integração com o nosso sistema financeiro. Portanto, escapava da regulação do Banco Central, o que fere regras brasileiras de acompanhamento de transações monetárias”, acrescentou Cristina Helena, avaliando que a medida que o BC adotou à época foi correta. A Agência Brasil consultou o Banco Central e o Ministério das Relações Exteriores sobre as menções do USTR ao Pix e ao setor financeiro brasileiro, mas não teve retorno até o momento.
Por Gazeta Digital 19 de julho de 2025
No próximo dia 25 de julho, uma fazenda de 323 hectares em Primavera do Leste (MT) irá a leilão com lance inicial de 17 milhões. A disputa será realizada de forma totalmente online, pela plataforma Positivo Leilões, com início às 15h e duração de quatro dias, encerrando-se em 29 de julho. Se não houver lances durante esse período, um segundo leilão será aberto automaticamente, com término previsto para 5 de agosto. Nessa nova fase, o valor mínimo de arremate será reduzido para R$ 13,5 milhões — uma diminuição de aproximadamente 20% em relação ao preço original. A propriedade agrícola possui área consolidada para cultivo desde 2003, com aptidão para a produção de soja, milho e algodão. Situada em uma das regiões mais valorizadas do país, destaca-se pelo solo fértil e pelo clima ideal, fatores que impulsionam a produtividade e favorecem o desenvolvimento agrícola. O entorno da fazenda reúne importantes propriedades e um ambiente voltado ao agronegócio, o que favorece a integração logística, o acesso a insumos e oportunidades de comercialização. A infraestrutura de acesso também é um diferencial, com estradas em excelentes condições, permitindo o escoamento eficiente da safra em qualquer época do ano. Na visão do leiloeiro Erick Teles, a propriedade representa uma oportunidade rara no mercado. "Estamos diante de uma fazenda pronta para produção, situada em uma das regiões agrícolas mais estratégicas do país. Com infraestrutura completa, alto potencial produtivo e logística eficiente, trata-se de um investimento seguro e diferenciado para quem busca um imóvel rural consolidado e com excelente desempenho”, afirma Teles. O processo de venda é totalmente digital e ocorre por meio do site www.positivoleiloes.com.br , o que possibilita a participação de pessoas e empresas de qualquer região do país. Na plataforma, os interessados têm acesso a todas as informações sobre o imóvel, incluindo fotos, documentos, edital e orientações sobre o processo de habilitação e envio de lances.
Por Gazeta Digital 19 de julho de 2025
O deputado federal Emanuelzinho, hoje no MDB, confirmou que, de fato, deve deixar a legenda para disputar sua reeleição em algum outro partido com o qual se "identifique mais". Vice-líder do governo Lula (PT) na Câmara Federal, o deputado disse que está insatisfeito com a posição do MDB no estado, diante da tendência de aproximação da direita, o que invibializa sua permanência. De acordo com o deputado, há algumas semanas esteve em conversa com o diretório estadual da sigla e entendeu que o melhor caminho será a saída pacífica. “Me incomoda a posição do MDB, que vem defendendo e utilizando um discurso fiscalista para debater a dita falácia fiscal. Assim como minha postura incomoda ao partido. De forma amigável, vamos conversar para que cada um tome seu rumo e defenda o que acredita em 2026”, disse o deputado ao Jornal do Meio Dia, da TV Vila Real, na última semana. O deputado assegura que sua baixa no partido não tem a ver com a troca de comando da presidência em Mato Grosso, que a partir de agosto estará sob o comando de Janaina Riva (MDB). “Eu tenho uma ótima relação com a deputada Janaina, estivemos juntos recentemente, nos damos bem. É uma fortíssima candidata ao Senado, mas temos divergências políticas em relação como enxergamos a forma que Mato Grosso tem que trabalhar e o rumo. Já que pensamos diferente, é natural que eu venha a dialogar com outros partidos”, emenda. A tendência é que Emanuelzinho se filie ao Partido Social Democrático (PSD), já que recebeu convite do presidente estadual da agremiação, Carlos Fávaro, que também é ministro no governo Lula. O parlamentar entende que o PSD, a nível estadual, defenderá pautas especificas e próximas às suas. No entanto, a filiação está programada para o mês de março do próximo ano, o período das janelas partidárias – que permitem a troca de partidos sem danos no mandato. “O ministro Fávaro me convidou para o PSD e estou conversando. Hoje, o PSD contempla e me deixa mais à vontade para defender as pautas que eu acredito, as pautas que defendi nesse mandato. O MDB está caminhando um pouco no sentido contrário, a tendência é que não venha a continuar no partido. Mas, vamos dialogar até março, que é quando abre o período de janelas partidárias”, finaliza.