‘O rombo que vai aparecer, vocês vão cair para trás’, diz Júlio Campos sobre consignado
O vice-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado estadual Júlio Campos (União Brasil), em um tom ácido, disparou duras falas contra as empresas consignadas que realizam os empréstimos aos servidores aposentados do Estado, com juros irregulares e sem detalhes de sua contratação. Para o parlamentar, nos próximos dias informações surpresas irão surgir desarticulando o esquema que, em sua visão, exala corrupção, com possíveis grupos políticos envolvidos e torce para que o assunto torne caso de polícia.
Em entrevista à imprensa, Júlio afirmou que a fraude dos consignados acontece há certo período, beneficiando pessoas que ainda não foram reveladas, em um esquema ‘vicioso’ tirando dinheiro dos servidores, os levando a beira do endividamento.
O deputado cita que a principal empresa apontada como a maior prestadora do serviço de empréstimo, a Capital Consig, atua há muitos anos no Estado, sem fiscalização, por isso teria criado o ‘mecanismo’ que desconta juros irregulares aos servidores.
“É uma grande falha com corrupção. Pode ter falha, mas com participação de alguém interessado. O que vem acontecendo há muito tempo, não é de agora, não é desse governo. Essa empresa já atuou em MT há muitos anos e criou-se um vício. E como não era bem patrulhada, bem fiscalizada, criou-se esse mecanismo de que, lamentavelmente, tira do pobre servidor público”, pontuou.
Segundo o deputado, muitos servidores que já contrataram a Capital alguma vez já terminaram de quitar a dívida estabelecida, mas por falta de acesso às informações torna-se refém dos descontos exorbitantes.
“Ao contratar um empréstimo de R$ 10 mil, sem ter acesso ao contrato, o servidor não sabe quantas parcelas, o valor, qual o juro cobrado, durante tantos anos. Tem gente que já terminou de pagar esse empréstimo e continua pagando hoje porque não tem o controle. Tem vezes que fazem parcelas de 120 meses, 96 meses, um empréstimozinho que é de R$ 10 mil termina virando R$ 70 mil”, emenda.
Júlio ainda enfatizou que já tem a ciência que existem grupos políticos que possuem empresas financeiras que realizam esses empréstimos superestimados, porque sabem que é um ‘retorno certo’.
“Nós sabemos que tem determinados grupos políticos que têm interesse com empresas credenciadas nesse sentido. Vários bancos, bancos virtuais, estão todos interessados. O melhor pé de pequi que tem hoje em termos de faturamento financeiro é ser credenciado por governo do Estado, por prefeituras municipais, pela Assembleia, pelo Tribunal de Justiça, pelas Câmaras Municipais, para emprestar dinheiro, porque é um dinheiro seguro. Só tem que estabelecer os juros”, dispara.
Por último, Júlio finalizou a entrevista pedindo para que a Polícia Judiciária Civil entre no assunto para também investigar e apurar as ilegalidades porque o rombo a ser descoberto surpreenderá muita gente.
“Eu acho que o Tribunal de Contas vai fazer uma análise técnica. Mas tinha que ter, sim, a polícia civil e também o Ministério Público estadual. Se vocês souberem o rombo que vai aparecer, vocês vão cair para trás”, finaliza.









