'Não dá pra blindar quem comete crimes', diz Mendes sobre PEC
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), teceu críticas contra a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplia o foro privilegiado dos parlamentares, que só poderão ser investigados ou presos após a autorização do Legislativo, mediante votação secreta.
Em entrevista à imprensa nesta terça-feira (24), o governador afirmou que não buscou entender profundamente o embasamento da proposta, mas acredita que a tentativa de blindar deputados de qualquer sanção judicial é algo totalmente rejeitável.
“Em relação a essa PEC, eu, pelo pouco que conheci, sou totalmente contra também. Não dá para criar para ninguém nesse país uma blindagem quando comete crime. Todos são iguais perante a lei. Isso está na nossa Constituição e não seria possível, nem razoável, querer tratar os parlamentares dessa forma. Como cidadão, como governador, mas como cidadão, sou contra criar essa blindagem, seja para quem quer que seja. Todos são iguais perante a lei”, disse.
Apesar da crítica, o governador saiu em defesa de outro projeto também polêmico aprovado na semana passada pela Câmara dos Deputados: PL da Anistia. Para ele, o caminho natural aos condenados é uma dosimetria da pena, porque existe um tratamento "diferenciado" argumentando que a anistia já foi concedida no passado para outros grupos, especialmente aqueles que ele associa à "esquerda".
Defendendo o PL, o governador minimizou os ataques do 8 de janeiro, classificando-os como "protestos" em que as pessoas "erraram", mas não "mataram" ou "roubaram".
“A PL da Anistia é a hipocrisia da esquerda, porque tem muita gente na esquerda que já foi anistiada nos países. Muita gente que cometeu crimes terríveis, pertencentes à esquerda, já foram anistiadas nesse país. Então larga de ser hipócrita, né? Eu não vi nenhuma daquelas velhinhas lá, daqueles velhinhos, daquelas pessoas, matando, roubando, como algumas vezes aconteceu aí e foram anistiados na história do país”, disparou.









