Bloqueio às pressas e desvios estreitos impõem novo caos em avenida de Cuiabá
Falta de transparência, desinformação, caos e improvisos marcaram o primeiro dia de mais uma interdição anunciada de última hora na avenida Miguel Sutil, em Cuiabá. Motoristas foram obrigados a encarar as ruas estreitas e sem estrutura do bairro Areão, enquanto ônibus e carretas realizavam manobras arriscadas, travando o trânsito e gerando pânico entre os moradores. A medida foi implantada pela Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra) nesta segunda-feira (28), sem aviso prévio e sem prazo para terminar.
Segundo o governo, o bloqueio foi necessário devido ao risco de desmoronamento nas escavações da nova trincheira no Jardim Leblon. O novo bloqueio afeta a pista sentido Rodoviária para o Coxipó, ao lado da obra da trincheira em construção no acesso à rua Boa Vista, no bairro Areão. Segundo a Sinfra, com o avanço das escavações e o tráfego intenso muito próximo ao corte da nova trincheira, foram identificados sinais de movimentação do solo e do pavimento. Por isso, a interdição foi adotada de forma emergencial, como medida de segurança. Com o bloqueio, motos, carros, ônibus de viagem e até carretas estão desviando pela entrada da rua Boa Vista.
A partir dali, os veículos precisam seguir pelas ruas do bairro Areão. É nesse ponto que os veículos maiores enfrentam dificuldade para fazer as conversões nas vias estreitas, travando o trânsito e colocando em risco quem vive por ali. Na tentativa de entrar na rua Ministro Fernando Costa, carretas e ônibus precisam realizar manobras arriscadas. Durante as manobras, fios de postes são atingidos e calçadas são destruídas, além do risco de colisão com árvores, muros e postes.
Braz Alves, de 68 anos, está aterrorizado com a situação. Ele mora bem na esquina entre as duas ruas mais críticas do trajeto. Há menos de 20 dias, teve o muro derrubado por um veículo que colidiu e fugiu. Braz arcou com mais de R$ 2 mil para refazer a parede e ainda instalou duas hastes de ferro na calçada como contenção, mas um ônibus de viagem já entortou uma delas em uma nova tentativa de manobra apertada.
“Eu sou assalariado, tenho que pagar água e luz e agora estou pagando prestação dos materiais. Consegui arrumar e agora querem derrubar de novo? De hoje para amanhã o meu muro vai cair no chão e eu estou com medo de estar dormindo e um trem desse entrar e me matar”, desabafa.









