TRE tem preocupação com 'deepfakes' nas eleições de 2026
A presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), desembargadora Serly Marcondes Alves, assegurou que para as eleições de 2026 os eleitores mato-grossenses devem ser preparados pelo tribunal para evitar o consumo de informações eleitorais distorcidas, em especial as que são produzidas por meio de inteligência artifical, os chamados ‘deep fakes”. Ela assegurou ainda que caso ocorram denúncias do uso de conteúdos desinformativos no pleito as providências serão tomadas e os responsáveis julgados e penalizados.
Segundo a desembargadora, o tribunal deve preparar uma campanha forte de combate à desinformação para que o eleitor possa distinguir aquilo que é verdade do que não são fatos reais. Ela apontou que devem ser desenvolvidos produtos que esclareçam ao eleitorado o que é um deep fake, quais são os tipos de atenção que o eleitor deve ter, para informar a população.
“A informação combate a ignorância, a informação combate o crime, muito mais do que a repressão. A gente tem que ter uma informação clara, transparente, eficiente, uma linguagem que chegue para o jovem, eleitor, para o idoso, para as famílias. Temos que levar os conceitos eleitorais dentro da escola. Então a gente tem esse projeto de levar para a população o que combate todo tipo de crime”, destacou.
De acordo com Marcondes, a atual diretoria recém-empossada do TRE deverá trabalhar nos mesmos moldes da eleição anterior e caso ocorram denúncias e casos venham a público, o tribunal deve se posicionar e julgar conforme cada caso. “Cada processo que foi identificado o uso dessa inteligência artificial de forma negativa foi corrigida e foi penalizada. Tiveram decisões dentro do pleno aqui. Então é da mesma maneira. Primeiro, a informação”, concluiu.
O que são deep fakes
O "deep fake" consiste em uma técnica com uso de inteligência artificial para gerar conteúdo como vídeos, imagens ou gravações de áudio que manipulam a imagem de uma pessoa parecendo fazer/dizer algo que nunca fizeram por meio de manipulação, com potencial de espalhar informações ou propaganda falsas.
Por meio de resolução, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) regulamentou o uso da inteligência artificial (IA) na propaganda de partidos, coligações, federações partidárias, candidatas e candidatos nas Eleições Municipais de 2024. Ao alterar a Resolução nº 23.610/2019, que trata de propaganda eleitoral, o Tribunal incluiu diversas novidades que envolvem a inteligência artificial.
São elas: proibição das deepfakes; obrigação de aviso sobre o uso de IA na propaganda eleitoral; restrição do emprego de robôs para intermediar contato com o eleitor (a campanha não pode simular diálogo com candidato ou qualquer outra pessoa); e responsabilização das big techs que não retirarem do ar, imediatamente, conteúdos com desinformação, discurso de ódio, ideologia nazista e fascista, além dos antidemocráticos, racistas e homofóbicos.









