Justiça nega pedido de cautelar e agrava crise bilionária do Grupo Safras, que já cita RJ

AGFeed • 26 de março de 2025

Exatamente às 18h25 desta terça-feira, 25 de março, a juíza da 4ª Vara Cível da comarca de Sinop (MT), Giovana Pasqual de Melo, decretou mais um revés na luta do Grupo Safras para buscar uma solução para sua grave crise financeirdecretou mais um revés na luta do Grupo Safras para buscar uma solução para sua grave crise financeira.


Em um despacho suscinto, de apenas seis páginas, a magistrada indeferiu um pedido de tutela cautelar, protocolado na sexta-feira, 21 de março. Assim, frustrou a intenção do conglomerado – que possui negócios nas áreas de originação, comercialização e processamento de grãos, além de usina para a produção de biodiesel –, que buscava impedir seus credores de “procederem com constrições, bloqueios, retiradas, reintegrações de posse, busca e apreensão ou quaisquer outras medidas que prejudiquem o funcionamento dos requerentes” – no caso, as três empresas que formam o grupo, a Safras Agroindústria, a Safras Bioenergia e a Safras Armazéns.


Negou também outra solicitação do Safras que constava na petição, assinada pelo advogado Elias Mubarak Junior e obtida pelo AgFeed, para que fossem suspensos os efeitos de uma decisão da 1ª Vara Cível de Cuiabá, que na semana passada determinou a reintegração de posse de uma esmagadora de grãos, pertencente à empresa Carbon Participações, mas subarrendada ao Grupo Safras. Segundo a juíza, “não se encontram preenchidos os requisitos legais e objetivos indispensáveis à concessão da medida excepcional”.


Ela considerou indevida a tentativa de utilização da lei que rege a recuperação judicial e as falências para paralisar os efeitos da reintegração de posse, mas, ao final de sua decisão, abriu as portas para que, no mesmo processo, o Safras ingresse com o pedido de RJ. “Por economia processual, faculto às requerentes que emendem a petição inicial, no prazo de 15 (quinze) dias, formulando pedido adequado de recuperação judicial, se assim entenderem pertinente”, escreveu.


No documento, eles afirmam que o Safras é o operador da planta industrial e que, sem ela, a empresa corre “severo risco de solução de continuidade”. O embroglio da planta industrial é complexo, mas apenas mais um entre os diversos que resultaram no buraco que engoliu o Safras. Conforme mostrou o AgFeed em reportagem publicada na sexta-feira, em torno dessa planta se formou uma esteira de arrendamentos e subarrendamentos, contestada agora pela Carbon, que passou para o seu controle ao assumir a massa falida da empresa Olvebra Indústria e Comércio.


Em seguida, a Carbon arrendou-a para a Allos Participações, que, segundo o processo, repassou a posse da unidade para a Copagri, adquirida e incorporada pelo Grupo Safras em 2023. Já o Safras teria também subarrendado novamente, agora pra a trading Engelhart, pertencente ao banco BTG Pactual. Segundo o pedido de cautelar protocolado agora, o Safras entrou em paralelo com um “procedimento de mediação perante a Câmara privada”, buscando uma solução junto à Carbon e a Allos.


A versão Safras da crise


 A petição protocolada pelo Safras serve como uma resumo da versão do grupo para sua situação atual.No documento, o advogado faz um relato da história da empresa e elenca fatos que, segundo os administradores da companhia, a teriam levado ao limite da viabilidade econômica - e já aponta, de fato, para o caminho da RJ.


Constituído em 2010 por Pedro Moraes Filho e Dilceu Rossato, ex-prefeito de Sorriso, “dois empreendedores profundamente vinculados ao setor agropecuário”, o grupo calcou-se nas relações com produtores locais como base para sua rápida expansão. “A relação de amizade entre os fundadores evoluiu para uma parceria empresarial sólida, alicerçada na confiança mútua”, diz o texto. E cita como filosofia central do negócio a “máxima adotada pelos fundadores: ‘primeiro, a gente faz amigos, depois a gente faz negócioʼ". Pelo relato dos advogados, os problemas financeiros do Safras começaram a se revelar com a piora do cenário macroeconômico, nos últimos dois anos, sobretudo em função da oscilação do preço da soja.


“A queda exponencial do preço no primeiro semestre/2023 represou as ordens de venda do grão estocado nos armazéns”, argumenta o documento. Outro ponto relevante, de acordo com a peça, foi a aquisição da empresa paranaense Copagri, também em 2023. Juntamente com ativos de armazenagem e o arrendamento da esmagadora, “houve a absorção de um passivo relevante pelo Grupo Safras, bem como diversos investimentos necessários na planta de esmagamento de soja, afetando diretamente o caixa da companhia”.


Chama a atenção também o fato de a companhia incluir entre os motivos de sua situação atual a dificuldade de seus gestores em integrar times e sistemas da Safras e da Copagri, “significativamente distintos”. “Isso gerou colossal complexidade”, aponta a petição. “Embora se trate de algo da praxe da atividade empresarial, o que agravou a situação foi o fato de que a consultoria responsável pela estruturação e construção do desenho do SAP teve sua falência decretada na fase final de implementação do sistema”. E prossegue: “Assim, em dezembro/2023, a companhia iniciou a operação no novo sistema com um desenho incompleto, gerando significativos prejuízos para a operação e contabilidade”. Esse fato, segundo os advogados, “dificultou – para não dizer que quase inviabilizou” a consolidação das demonstrações financeiras da Safras Armazéns nos últimos dois anos.


“Hoje eles alegam que nem sabem para quem devem”, afirma ao AgFeed um produtor com créditos a receber do grupo. De fato, na petição o Safras informa à Justiça não ter conseguido, até o momento, consolidar a lista de credores. Finalmente, o pedido de cautelar indica as dificuldades em acessar linhas de financiamento como outro ponto crucial para levar o Safras à condição de inadimplência em uma série de dívidas. “Altos investimentos em capex da usina de etanol de milho e na esmagadora de soja sem a utilização de Project  Finance contribuíram para prejudicar a situação de caixa do grupo e sua capacidade em honrar com despesas financeiras de curto prazo”.


De parceiro a vilão


A rede de relacionamentos construída pelos sócios explica o impacto e a mobilização em torno do caso na região de Sorriso. Na petição, a causa é avaliada em cerca de R$ 145 milhões. Mas o próprio Safras admite que as dívidas do grupo superam R$ 1,5 bilhão, sendo 70% com vencimento de curto prazo. No município, maior produtor de soja do País, especula-se que possa ser de mais de R$ 2 bilhões. “Isso sem contar uns R$ 500 milhões de gente que entregou soja a eles e não faturou”, afirma ao AgFeed um produtor rural que tem valores a receber do grupo. A prática, segundo o agricultor, é comum na região. “Como o produtor rural paga imposto de renda sobre o que emiti de nota, eles entregam a soja para essas tipo a Safras e eles ficam com o crédito lá em grão. Aí, quando querem o dinheiro, emitem a nota e o cara paga”, conta ele. Para esse tipo de operação, não há documento, é tudo feito no fio do bigode. “Então, os produtores estão perdidos, eles vão perder.


O desespero em Sorriso é um negócio assim, você conversa com os produtores e só tem choradeira. Todo mundo tinha um tantão de soja faturado e um tantinho não faturado. De cada 10 pessoas com quem você fala, 5 ou 6 tinham alguma coisa lá”. Assim como os números, as versões que se ouvem nas conversas com credores e produtores locais diferem do que apresenta a petição protocolada pelo Safras. O rumoroso caso da esmagadora é um exemplo. Para muitos que entregaram sua soja à empresa, quem opera de fato hoje a planta é a Engelhart, do BTG Pactual, e não o Safras, como diz o documento. No fim da semana passada, um oficial de justiça esteve no local para notificar a companhia sobre a decisão de reintegração de posse. Lá, segundo um dos credores ouvidos pelo AgFeed, ele teria ouvido de um dos funcionários: “O Safras não tem mais nada aqui, aqui é tudo BTG hoje”. Isso, segundo esse credor, que acompanha de pertoi a evolução do processo, seria relatado no auto de constatação do oficial de justiça. A relação do Safras com o BTG Pactual é outra questão ainda a ser esclarecida.


Na cidade, uma história corrente é a de que a trading controlada pelo banco teria feito uma proposta de aquisição do grupo em 2023, que teria sido recusada pelos sócios do Safras. A partir de então, a conversa teria evoluído para o arrendamento de armazéns e o subarrendamento da planta de esmagamento em Cuiabá.


“Na verdade, eles venderam armazéns dois armazéns para o BTG”, diz o credor, que não quis se identificar. O AgFeed obteve cópia de documento em que, de fato, as duas partes negociam um acordo comercial. Nele, o Safras se compromete a ceder a operação de pelo menos 50% da operação da unidade ao BTG Pactual, que, por sua vez, ficaria responsável pela aquisição de toda a soja originada pela companhia. Procurada pelo AgFeed já no escopo da reportagem sobre a reintegração de posse, a Engelhart afirmou em nota que “nunca foi responsável pela operação da fábrica” e que mantinha um contrato de prestação de serviços para o processamento de soja, “sendo a operação de total responsabilidade do fornecedor”.


A relação com a Flowinvest


Também pairam questionamentos e rumores sobre outro relacionamento do Safras, este com o fundo de investimentos paranaense Flowinvest. Para muitos, a Flowinvest seria hoje a verdadeira controladora do grupo e estaria por trás das decisões recentes da gestão do Safras. “Eu cheguei a ser procurado pela Flow recentemente para renegociar as dívidas do Safra”, aponta um credor ao AgFeed. Circula em alguns grupos de produtores e empresários locais a cópia da minuta para a elaboração um memorando de entendimento, a que a reportagem teve acesso, oferecendo à Flowinvest a opção de compra de 60% do Safras.


A data do documento é de 17 de janeiro de 2025, mas ele aponta que a relação é mais antiga, vindo pelo menos desde meados do ano anterior. Procurado pelo AgFeed, o CEO da Flowinvest, Luiz Henrique Wolf, negou que o fundo tenha interesse em assumir o controle do Safras. " Nosso objetivo é receber o nosso crédito e continuar apoiando a empresa em suas atividade e potencial crescimento da empresa", afirmou, em mensagens encaminhadas à reportagem. Segundo ele, as negociações do grupo com credores "não fracassaram". "Estamos em contato continuo com a empresa e outros credores para encontrar a melhor alternativa para todos. Sempre acreditamos que quando a reestruturação é boa para empresa se torna consequentemente boa para os credores e a continuidade do negócio". 


No início de fevereiro passado, ele contou ao AgFeed que havia sido chamado por Pedro Morais Filho para essa missão, abrindo mão da posição de vice-presidente da GT Foods, gigante do setor avícola. Hoje, Cacá já não está mais na empreitada. Segundo credores ouvidos pelo AgFeed, Dilceu Rossato teria também se mudado para Maringá, para ficar mais longe da pressão dos antigos parceiros de negócios de Sorriso. Ainda de acordo com os credores, ele e o sócio Moraes Filho teriam transferindo bens para os nomes das ex-esposas, de forma a proteger o patrimônio.


O AgFeed tem procurado por ambos através dos advogados que os representam nas diferentes causas, seja a da reintegração de posse, seja no pedido de cautelar. Na terça-feira, o escritório de Elias Mubarak Junior informou que o advogado só se pronunciaria a partir desta quarta-feira. A expectativa é que, diante da rejeição de seu pedido, o Safras busque uma nova alternativa para obter proteção judicial contra execuções. Enquanto isso, a tensão aumenta no Mato Grosso. “Acho que vai ser o maior escândalo de calote do agro do Mato Grosso nos últimos 25, 30 anos”, afirma um produtor lesado. “Vai ser muito grande, porque, como tem fundos e CRAs associados ao Safras e à Copagri, isso vai envolver CVM, isso vai envolver o controle financeiro nacional. Eu acho que isso vai ser muito ruim”.


Com reportagem de Gustavo Porto

Por Metrópoles 7 de outubro de 2025
A China praticamente paralisou as compras de soja dos Estados Unidos nos últimos meses, o que acaba abrindo espaço para as exportações do Brasil. É o que mostra um levantamento da American Farm Bureau Federation, centenária entidade do agronegócio norte-americano, que reúne cerca de 6 milhões de agricultores. De acordo com os dados do estudo do órgão, os chineses compraram 26,5 milhões de toneladas de soja dos EUA no ano passado, o que representou cerca de 50% de suas importações totais do produto. Em 2025, no entanto, esse volume recuou para 5,8 milhões de toneladas até setembro. Segundo a entidade do agro norte-americano, “os mercados de soja se tornaram o sinal mais claro de estresse no comércio agrícola dos EUA”. “Durante junho, julho e agosto, os EUA praticamente não enviaram soja para a China, e a China não comprou nenhuma soja da nova safra para o próximo ano comercial”, diz o levantamento. “Mesmo quando os agricultores americanos produzem safras com preços competitivos, a China tem reduzido gradualmente sua dependência dos Estados Unidos, voltando-se para o Brasil, a Argentina e outros fornecedores”, alerta a American Farm Bureau Federation.  Nos nove primeiros meses deste ano, o Brasil vendeu mais de 77 milhões de toneladas de soja para a China, o que indica, segundo a entidade norte-americana, que “a América do Sul interveio para dominar o mercado e deslocar os agricultores americanos”. Outros produtos A mudança no comportamento da China em relação à compra da soja dos EUA se estende também a outros produtos. Em 2025, até aqui, os chineses também não compraram milho e trigo dos EUA, enquanto as exportações de carne suína e algodão seguem em níveis bem reduzidos. De acordo com estimativas do Departamento de Agricultura do governo dos EUA, as exportações agrícolas para o gigante asiático devem chegar a US$ 17 bilhões em 2025. Caso esse número se confirme, haverá uma queda de 30% em relação ao ano passado e de mais de 50% na comparação com 2022. Já para 2026, as exportações agrícolas para a China devem somar apenas US$ 9 bilhões, o que seria o menor patamar desde 2018. Há 13 anos, em 2012, a China desembolsou mais de US$ 25 bilhões em produtos agrícolas comprados dos EUA. Na época, esse montante correspondia a 20% de todas as suas exportações agrícolas. Pedido de socorro a Trump Em carta enviada ao presidente dos EUA, Donald Trump, em agosto deste ano, produtores de soja norte-americanos representados pela Associação Americana da Soja (ASA, na sigla em inglês) pediram que o governo do país feche rapidamente um acordo comercial com a China que assegure contratos expressivos para a compra de soja. Atualmente, a China é o maior comprador de soja do mundo. “Os produtores de soja estão sob estresse financeiro extremo. Os preços continuam caindo e, ao mesmo tempo, nossos agricultores estão pagando muito mais por insumos e equipamentos”, disse a carta da ASA a Trump, na época. No texto, os produtores de soja norte-americanos disseram ainda que “não podem sobreviver a uma disputa comercial prolongada com nosso maior cliente”. Na campanha de 2023-2024, a China comprou 54% das exportações de soja dos EUA, gerando US$ 13,2 bilhões, segundo dados da associação dos agricultores dos EUA. “Quanto mais avançarmos no outono sem chegar a um acordo com a China sobre a soja, piores serão os impactos para os produtores de soja dos EUA”, afirmaram os produtores.
Por Gazeta Digital 7 de outubro de 2025
Na próxima sexta-feira (10) ocorrerá a sessão pública da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso (OAB/MT), para a votação para a formação da lista sêxtupla com os candidatos a vaga de desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) pelo 5⁰ Constitucional da entidade.  A lista também será paritária pela segunda vez consecutiva. Ou seja, serão destacados três nomes de advogados e três de advogadas. O resultado será dado imediatamente após a votação eletrônica. A disputa é pela cadeira deixada por Luiz Ferreira da Silva, que se aposentou em junho deste ano. A sessão iniciará às 13h, quando a presidente da OAB-MT, Gisela Cardoso, abrirá a sessão, na sede da Seccional, em Cuiabá, seguindo os ritos previstos no Provimento 102/2004 e na Resolução 500/2025. Primeiramente, a pauta iniciará com o julgamento de três pedidos de impugnação e um recurso. Em seguida, será lida a relação dos candidatos definitivamente inscritos no processo. Logo depois, um sorteio indicará a ordem dos nomes para a arguição. A comissão de arguição será nomeada na hora pela diretoria, composta por três conselheiros seccionais titulares. Após a arguição, a votação acontecerá de forma eletrônica. O próprio sistema dará o resultado de imediato na tela, identificando cada conselheiro (a) votante e seus respectivos votos. Para ser eleito, o candidato ou candidata precisarão ter metade mais um dos votos dos conselheiros (as) presentes. Não havendo eleitos na primeira rodada, serão realizados até quatro escrutínios. Para encerrar a sessão, a presidente da mesa irá declarar o resultado, ou seja, irá ler a lista sêxtupla, com três nomes de homens e três de mulheres, que será encaminhada ao TJMT, onde será reduzida a uma lista tríplice e, desta, o governador irá homologar o nome do advogado ou advogada que irá ascender ao desembargo pelo Quinto Constitucional
Por Gazeta Digital 7 de outubro de 2025
O ex-prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (PSD) ingressou com uma reclamação no Supremo Tribunal Federal (STF) contestando a decisão do desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Mário Kono, que negou o seu pedido para suspender a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na Câmara de Cuiabá, que apura possíveis fraudes fiscais, em sua administração (2017-2024). No documento, Pinheiro alega que apresentou prova documental demonstrando possível ausência de fato determinado específico e concreto, o que configuraria ‘fishing expedition’ (pesca probatória), nulidade da prorrogação por ausência de publicidade tempestiva e desvio de finalidade e abuso de poder pela inércia total nos 120 dias iniciais, sem atos investigativos (reuniões, oitivas, requisições ou perícias). O ex-prefeito afirma que busca apenas preservar os seus direitos fundamentais e teme um ‘linchamento virtual’. “A excepcionalidade reside na iminência de prejuízos irreparáveis, como o linchamento público do reclamante, amplificado por declarações políticas da Presidente da CPI e do Relator, inclusive com recusa de oitiva deste, violando o direito fundamental ao contraditório”, diz trecho do pedido. Leia também - Reunião do União Brasil apresenta nomes para AL, mas mantém candidatura de Jayme ‘morna’ O documento aponta, ainda, que, ao não conceder a liminar de suspensão, o Poder Judiciário Mato-grossense poderá causar prejuízos irreparáveis à ‘honra e reputação, amplificados pela exposição midiática e pela recusa em garantir o contraditório’. Além de solicitar a reforma na decisão de 2ª instância para suspender a CPI, Emanuel Pinheiro pede que ela só retorne após análise de mérito do seu pedido, que é pelo arquivamento da investigação. Na decisão reclamada, o desembargador Mário Kono rejeitou todos os argumentos, alegando que a sim delimitação e objeto a investigação, que apura possíveis fraudes fiscais e descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). “Nesse contexto, em juízo de cognição sumária, não vislumbro, neste momento processual, ilegalidade manifesta na definição do objeto da CPI que justifique a intervenção judicial para suspender seus trabalhos, especialmente considerando a presunção de legitimidade dos atos administrativos e a necessidade de preservação da autonomia do Poder Legislativo”, diz trecho da decisão. Na justificativa apresentada para a criação da CPI, está a possível apropriação indevida de contribuições previdenciárias, configurando, em tese, o delito previsto no art. 168-A do Código Penal Brasileiro, déficit fiscal e ausência de disponibilidade financeira, com despesas empenhadas e não liquidadas nos dois últimos quadrimestres, totalizando mais de R$ 295 milhões, sem a existência de saldo financeiro suficiente para a quitação das obrigações. Também pretende apurar a realização de pagamentos irregulares na transição de governo, com agendamentos bancários estratégicos para sobrecarregar a nova administração, somando mais de R$ 11 milhões, o descumprimento das disposições da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), gerando desequilíbrio nas contas públicas e comprometendo a implementação de políticas públicas essenciais e possível superfaturamento na contratação de empresas para execução de serviços essenciais, sem observância às regras e procedimentos da Lei de Licitações.
Por Gazeta Digital 7 de outubro de 2025
A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou a "Operação Agrofraude", na manhã desta terça-feira (7), com o objetivo de cumprir 36 mandados contra um grupo criminoso de estelionatário por fraude eletrônica. Ao todo foram cumpridos 17 mandados de prisão, 19 de busca e apreensão. Na investigação, foram identificadas mais de 40 pessoas envolvidas e distribuídas em 9 estados, sendo eles: Amazonas, Acre, Distrito Federal, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul Piauí e Mato Grosso, cujos alvos estavam concentrados nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande e Campo Verde. Com o andamento da investigação, os policiais identificaram que o grupo agia aplicando, golpes do falso intermediário de comercialização de grãos de milho. Estima-se que o prejuízo tenha alcançado R$ 1 milhão das últimas vítimas, todas da região da cidade de Rio Verde, em Goiás, e que, em cinco anos, o grupo já teria movimentado mais de R$ 120 milhões. Em Mato Grosso, a operação foi coordenada pela Delegacia Especializada de Estelionato de Cuiabá, com apoio de demais unidades da Diretoria Atividades Especiais (DAE) e da Diretoria Metropolitana, sendo empregados 85 policiais e 19 viaturas.
Por Midia News 7 de outubro de 2025
O governador Mauro Mendes (União) afirmou nesta segunda-feira (6) que o Governo de Mato Grosso está em alerta total devido aos casos de intoxicação por metanol que vêm sendo registrados no país. Segundo ele, as equipes de segurança estão devidamente orientadas e preparadas para agir, e pediu que a população denuncie qualquer suspeita de bebida adulterada. “O Governo está em alerta total. As forças de segurança, o Procon e todas as nossas unidades estão devidamente orientadas pela Secretaria de Segurança”, disse Mendes em coletiva à imprensa. “Pedimos ao cidadão que utilize o 181, canal de denúncia anônima, para informar qualquer evidência ou fato suspeito. Assim, nossas equipes poderão fiscalizar e proteger o cidadão e o consumidor mato-grossense”, completou. Mato Grosso teve um caso suspeito, que foi descartado pela Secretaria de Estado de Saúde nesta segunda-feira. A equipe técnica do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) analisou prontuário e exames laboratoriais do paciente, que estava sob cuidados do Hospital Regional de Peixoto de Azevedo. No dia 30 de setembro, A Polícia Militar fechou uma fábrica ilegal de bebidas alcoólicas em Nova Mutum. Uma equipe da Politec foi acionada para analisar o conteúdo, que pode ter sido adulterado com soda cáustica. Panorama no Brasil De acordo com o Ministério da Saúde, até domingo (5) foram registrados 225 casos de intoxicação por metanol no país, entre casos investigados e confirmados. Até o momento, 15 mortes foram associadas à ingestão da substância: dois confirmados em São Paulo e 13 em investigação (7 em SP, 3 em Pernambuco, 1 em Mato Grosso do Sul, 1 na Paraíba e 1 no Ceará).
Por Gazeta Digital 6 de outubro de 2025
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), rebateu as críticas de vereadores de Cuiabá sobre o andamento das obras do Bus Rapid Transit (BRT) na Capital. Em entrevista à imprensa, na última semana, o chefe do Executivo afirmou que as cobranças não contribuem para o avanço do modal, que enfrenta atrasos devido à escassez de mão de obra. “Se criticar resolvesse, eu criticaria o dia inteiro. Sairia dois, 3 dias só criticando. Agora, o governo trabalha com seriedade para resolver problemas e não só com críticas”, declarou Mendes. Conforme noticiou o , os parlamentares têm apontado que a situação “caótica” do trânsito local é agravada pela falta de informações sobre o andamento de obras realizadas simultaneamente pelo governo estadual e pela concessionária de transporte em paralelo à concessionária de água e esgoto. Além do BRT, o cronograma da construção do Complexo Leblon e outras intervenções têm impactado diretamente os comerciantes e motoristas. Ao justificar os atrasos, o governador destacou a dificuldade de mão de obra disponível. “Hoje me dê uma obra que está acontecendo por aí que não esteja atrasada por problema. Essa é a dura realidade”, alegou. Mendes ainda explicou que a escassez não atinge apenas o setor público. “Se todas as lojas, empresas de diversos tamanhos estão com falta de gente para trabalhar. As construtoras estão vivendo esse problema. Nós já rescindimos contrato por conta disso, que a empresa não performava porque não tinha gente, contratamos outra e a nova tá performando mal. Porque ele vai lá no Nordeste, em alguns estados brasileiros, traz mão de obra, o cara fica aqui 15 dias, 30 dias e vai embora, não quer ficar", acrescentou.
Por Gazeta Digital 6 de outubro de 2025
A presidente estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) em Mato Grosso, Rosa Neide, afirmou que já estão se organizando para disputar candidaturas majoritárias no estado nas eleições de 2026, em conjunto com partidos da base aliada do governo federal. Uma semana após figuras do partido cobrarem pela imprensa um projeto ‘ousado’ da sigla para confrontar o bolsonarismo, a presidente garantiu metas internas e perspectivas grandiosas no palanque do presidente Lula (PT). Em entrevista ao , Rosa explicou que o foco da agremiação está na construção de um projeto político coletivo, e não apenas candidaturas isoladas do PT, prestigiando o arco de alianças presente no governo federal. “O partido vai trabalhar fortemente com a federação e outros partidos da base aliada do governo. Não serão candidaturas do PT em si, mas candidaturas da base do governo”, destacou Rosa Neide ao . Ela também revelou que o PT tem mantido reuniões semanais para tratar da composição das chapas estaduais, federais, ao Senado e ao Governo do Estado. Rosa afirmou ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve vir a Mato Grosso para fortalecer a articulação política local. A expectativa é que ele participe de eventos com ministros e lideranças da base aliada, reforçando o compromisso do governo federal com o estado. “O presidente virá a Mato Grosso, junto a ministros, participando da nossa organização. Trabalharemos com força. Não desmerecemos ninguém, Mato Grosso é um estado democrático, que tem espaço para todos. Falas duras não nos amedrontam”, afirmou, em referência às críticas de adversários políticos. A líder petista também defendeu que o partido está empenhado em apresentar um projeto político voltado à população, com foco na melhoria da qualidade de vida dos mato-grossenses. Ela citou parcerias entre os governos federal e estadual como exemplo de atuação conjunta que já beneficia o estado. “Faremos um projeto para melhorar a vida das pessoas, essa é a nossa luta. Estamos vendo como o Governo Federal está sendo parceiro do Governo do Estado, haja vista a BR-163, construção de Institutos Federais, empréstimos para avenidas vicinais. São cerca de R$ 5 bilhões investidos”, afirmou Rosa Neide.
Por Agrolink 6 de outubro de 2025
As exportações brasileiras de soja atingiram 6,5 milhões de toneladas em setembro de 2025, recorde histórico para o mês. O volume reflete a forte demanda internacional, segundo dados do Cepea, e representa alta de 6,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o desempenho das exportações brasileiras de soja em setembro/25 superou expectativas ao atingir 6,5 milhões de toneladas embarcadas, maior volume já registrado para o mês. O dado parcial da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostra aumento de 6,6% frente a setembro de 2024. Apesar do avanço anual, houve retração de 30,3% em relação a agosto — movimento considerado típico para o segundo semestre, quando os estoques internos se reduzem. “Esse comportamento sazonal é comum, mas não impediu que o acumulado do ano alcançasse um novo patamar”, destacam os pesquisadores do Cepea. De janeiro a setembro, os embarques totalizaram 93 milhões de toneladas, outro recorde para o período. O número reforça o protagonismo do Brasil no mercado global da oleaginosa, em um cenário de demanda aquecida e instabilidades climáticas em outros países produtores. A maior oferta de soja na Argentina, principal concorrente sul-americano, exerceu pressão sobre os embarques brasileiros no mês, reduzindo parte do ritmo de exportações. Ainda assim, a qualidade e a competitividade do produto nacional garantiram destaque nos mercados asiáticos e europeus. Além do desempenho nas exportações, o clima segue no centro das atenções dos produtores. O avanço da semeadura da safra 2025/26 de soja no Paraná contrasta com a lentidão observada no Centro-Oeste e Sudeste, onde a escassez de chuvas tem impedido o ritmo ideal de plantio. Com os embarques acumulados em alta e a nova safra sendo implantada sob condições climáticas desafiadoras, o mercado da soja brasileira vive um momento estratégico. A demanda internacional segue firme, mas produtores devem ficar atentos à dinâmica global de oferta e às políticas climáticas que podem afetar a produção nos próximos meses.
Por Gazeta Digital 6 de outubro de 2025
Tentativa de roubo em uma fazenda, na zona rural de Ribeirão Cascalheira (900 km ao leste de Cuiabá), na manhã de domingo (5), resultou na morte de um dos assaltantes. Fazendeiro reagiu, atirou e matou Ronnie Von Barros dos Santos, de 42 anos. O comparsa conseguiu fugir. De acordo com informações apuradas pelo , a Polícia Militar foi acionada, por volta das 8h, para uma ocorrência de roubo em andamento em uma fazenda. Assim que a equipe chegou, encontrou o corpo de Ronnie caído na área. Segundo o relato do funcionário, dois homens encapuzados e armados com revólveres chegaram ao galpão agrícola e o ameaçaram, exigindo informações sobre equipamentos de trator, como sistemas de piloto automático. Como não conseguiram acesso aos equipamentos, os criminosos amarraram o funcionário e o levaram, sob ameaça, até a sede da fazenda. Na casa, o proprietário estava tomando banho quando ouviu os gritos da esposa pedindo socorro. Ele conseguiu entrar pela porta dos fundos e pegar sua arma de fogo. Ao ver a mulher segurada por um dos assaltantes, o fazendeiro efetuou disparos pela janela da residência, atingindo um dos suspeitos, que caiu ao chão. O segundo homem fugiu em direção a uma área de mata, disparando contra as vítimas. Em seguida, o fazendeiro realizou novos disparos ao perceber que o assaltante ferido tentava sacar novamente a arma. Ele ainda atirou contra o pneu do veículo dos criminosos para impedir a fuga e libertou o funcionário que estava dentro do carro. A Polícia Militar constatou que o veículo utilizado no crime era um carro dublê, ostentando uma placa falsa (GWW-5854) pertencente a outro veículo, um Fiat Siena EL, de cor branca. O automóvel verdadeiro, um Fiat Siena Fire prata, possuía registro de roubo em Bom Jardim de Goiás, ocorrido em 9 de setembro de 2025. A área foi isolada e a Polícia Judiciária Civil foi acionada.
Por Ascom 5 de outubro de 2025
Pela primeira vez desde 2020, o avião superou o ônibus como meio de transporte mais usado em viagens pelo Brasil. A informação é da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) Turismo 2024, divulgada nesta quinta-feira (2) pelo IBGE. Segundo o levantamento, 14,7% das viagens realizadas no país foram feitas de avião, contra 11,9% em ônibus. Carro particular segue como principal meio de deslocamento. A pesquisa mostra que, em 2024, foram realizadas 20,6 milhões de viagens no território nacional, número estável em relação ao ano anterior, mas bem acima do registrado durante a pandemia, quando o turismo chegou a apenas 12,1 milhões de deslocamentos em 2021. O dado mais simbólico, no entanto, é a recuperação da aviação, que volta a ocupar posição de destaque como meio de transporte coletivo nas viagens domésticas, superando os ônibus. Para o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, isso é resultado de políticas públicas para ampliar a conectividade no país e democratizar o acesso ao transporte aéreo. "Com mais conectividade, tarifas acessíveis e infraestrutura adequada, a aviação civil brasileira avança não apenas como um meio de transporte, mas como vetor de integração nacional, que eleva o turismo, aumenta os negócios e gera empregos e oportunidades", afirmou. A aviação civil brasileira avança não apenas como um meio de transporte, mas como vetor de integração nacional, que eleva o turismo, aumenta os negócios e gera empregos e oportunidades", afirma Silvio Costa Filho Movimentação A escolha do avião como principal meio de transporte coletivo nas viagens pelo Brasil está ligada a um conjunto de fatores. O primeiro é o crescimento da renda média do trabalho em 2024, que avançou 4,7% segundo o IBGE. Esse movimento permitiu que mais famílias optassem pelo transporte aéreo, especialmente em viagens de negócios ou lazer de maior distância. Outro elemento é o próprio perfil das viagens. Em 2024, aumentou a proporção de deslocamentos a trabalho, que representaram 28,8% do total. Esse tipo de viagem tende a privilegiar o avião, pela rapidez e pela necessidade de otimizar o tempo. No lazer, embora o carro siga predominante, o avião também ganhou espaço diante da busca por destinos mais distantes, incluindo o crescimento do turismo cultural e gastronômico, em ascensão em várias regiões do país. Há ainda a questão dos custos. Apesar da alta de 11,7% nos gastos totais com turismo em 2024, o avião tornou-se mais atrativo em relação ao ônibus em percursos de longa distância, oferecendo economia de tempo e maior comodidade. Ambiente favorável O avanço da aviação também está ligado a medidas adotadas pelo Ministério de Portos e Aeroportos para criar um ambiente favorável para que as empresas aéreas reduzam custos, aumentem a oferta de voos e cheguem a novos mercados. Uma das iniciativas recentes é o acordo firmado com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para reduzir a judicialização no setor aéreo e diminuir custos operacionais das companhias. Outro instrumento importante é o Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC) que, só em 2025, terá R$ 4 bilhões disponíveis para financiar projetos das empresas aéreas, sendo que uma das condições é que elas aumentem a frequência de voos em aeroportos regionais. O ministério também conduz o programa AmpliAR, criado para modernizar e aumentar aeroportos regionais, permitindo que cidades médias e pequenas tenham acesso a voos regulares e ampliando a oferta de assentos no mercado. Mesmo não sendo uma ação direta do MPor, é possível citar as reduções contínuas nos custos do querosene de aviação (QAV) como mais um fator importante, já que isso representa cerca de 40% das despesas operacionais das companhias, o que contribui para aliviar a estrutura de custos do setor e amplia as condições para tarifas mais acessíveis.