Justiça condena quadrilha que aplicava golpes virtuais a 140 anos de prisão
Em decisão publicada no Diário de Justiça desta segunda-feira (20) o juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, condenou 13 integrantes de uma organização criminosa envolvida com a prática de golpes pela internet, em Cuiabá e Várzea Grande. As penas somadas chegam a mais de 140 anos de prisão.
Os réus foram alvo da Operação Gênesis, deflagrada em 2022 contra uma organização criminosa que praticava golpes virtuais. A Polícia Civil apurou que a quadrilha furtou mais de R$ 1 milhão de 19 vítimas. Os principais golpes aplicados eram os conhecidos como do "perfil falso de Whatsapp" e do "falso intermediador de vendas".
“Se trata de organização criminosa extremamente bem estruturada e engenhosa, com a acesso a diversas contas bancárias de “laranjas”, além de contar com inúmeros participantes, frisando que foram denunciadas 55 pessoas distribuídas entre quatro ações penais”, pontuou o juiz Jean Garcia de Freitas.
O magistrado condenou Edson Duarte da Silva, Victor Hugo Silva Batista Motta, Kamylle Borba de Figueiredo, Ademilton Marcelo Moraes de Sá, Maione Moreira da Silva, Ariem Dayane Leme Jardim, Teresa Raquel de Oliveira Viturino, Bruno Daniel Soares da Silva, Brenno de Arruda Lelis Pineo, Vitória Gomes de Jesus, Luan George Bom Despacho Miranda, Natalia Aparecida de Oliveira e Silva e também Gabrielly Vitória da Silva Oliveira. Todos foram condenados pelos crimes de organização criminosa e estelionato.
“Os integrantes se utilizavam de ferramentas digitais, sobretudo a denominada ‘painel’, contendo dados privados e sensíveis de um sem número de pessoas, deixando claro que a atuação da organização criminosa é extremamente lesiva, diante do potencial exacerbado de alcance, aumentando a eficácia de suas atividades ilícitas, a justificar uma punição mais severa e a valoração negativa das circunstâncias”, considerou o juiz.
Cada um deles foi condenado à pena de 11 anos de prisão em regime fechado, com exceção de Victor Hugo Silva Batista Motta, que teve pena de 11 anos e 8 meses de prisão, e Maione Moreira da Silva, que teve pena de 11 anos, 8 meses e 20 dias de prisão.
“As atividades criminosas, dedicadas à aplicação de golpes eletrônicos, sobretudo mediante utilização de aplicativos de conversas e plataformas digitais, que causaram prejuízo estimado superior a 1 milhão de reais, dependiam da cooperação de diversos agentes, cada qual com sua função definida. Em tese, existiam os que aplicavam os golpes; os que adquiriam contas bancárias ‘fantasma’; os que as vendiam, alugavam e/ou revendiam em troca de valores fixos ou percentuais; os que captavam as informações pessoais das vítimas; os que sacavam os valores, etc. Portanto, a gravidade do crime se reflete não apenas no valor elevado do prejuízo financeiro causado, mas também na complexidade e na sofisticação da organização criminosa”, disse o juiz.
O magistrado concedeu à maioria deles o direito de recorrer em liberdade contra a sentença, com exceção de Ademilton Marcelo Moraes de Sá e Vitória Gimes de Jesus.
“Ademilton somente foi preso em 11/2024, permanecendo com o mandado aberto desde 03/2023, a revelar que prisão preventiva se mostra necessária para assegurar a aplicação da lei penal. Da mesma forma, quanto à ré Vitória, a despeito da anterior decretação da prisão preventiva, ela não foi localizada para o cumprimento da segregação provisória e respondeu ao processo foragida, a revelar um comportamento furtivo e que não pretende se submeter ao império da lei”, explicou o juiz.









