Câmara já gastou R$ 3,3 milhões com deputados presos ou fora do Brasil

Gazeta Digital • 19 de outubro de 2025

A Câmara dos Deputados já gastou, em quase dois anos, R$ 3,3 milhões para custear gastos do gabinete de parlamentares que estão presos ou fora do Brasil, sem registrar presença em sessões. Foram cerca de R$ 1,9 milhão gastos com Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), R$ 900 mil com Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e R$ 300 mil com Carla Zambelli (PL-SP). Governistas criticam gastos e até já apresentaram projeto de lei contra “deputado home office”.

 

Tanto Zambelli como Eduardo, mesmo ausentes e impedidos de receberem salário da Câmara por determinação da Corte, mantêm o mandato de deputado federal e o gabinete ativo, mesmo sem poder registrar presença.

 

Já Brazão perdeu o mandato em abril deste ano, pouco mais de um ano depois de ser preso preventivamente sob acusação de ser o mandante do assassinato da ex-vereadora do Rio Marielle Franco.

 

Maior parte dos gastos da Câmara foi em razão do custeio do gabinete. A regra da Casa legislativa diz que parlamentares podem contratar entre 5 e 25 assessores. A verba máxima mensal para ser gasta com essa equipe pode chegar a até R$ 133.170,54.

 

Os dois deputados do PL pediram licença parlamentar para saírem do Brasil. O primeiro passo foi dado por Eduardo, que foi aos Estados Unidos buscando sanções do governo americano ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

 

O afastamento, segundo o que determina a Câmara, durou quatro meses e expirou em julho. Desde então, mesmo sem registrar presença em nenhuma sessão, Eduardo mantém um gabinete operante na Câmara.

 

O mesmo aconteceu com Zambelli, que pediu licença e foi para a Itália após ser condenada pelo STF a dez anos de prisão pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ela acabou sendo localizada pela polícia italiana e presa no final de julho.

 

A licença de Zambelli expirou no começo deste mês de outubro. O gabinete continua ativo mesmo com a deputada presa.

 

Mesmo durante a licença parlamentar, os funcionários do gabinete de Eduardo e Zambelli continuaram ativos na Câmara.

 

Procurada, a Casa informou que deputados que tiram licença por motivo de saúde conjuntamente com a licença para tratar de interesse particular mantêm a estrutura do gabinete. Durante esse período, os funcionários, que são pagos com a verba de gabinete, trabalham para o suplente que assumiu a vaga.

 

O gabinete da deputada Carla Zambelli respondeu à reportagem que a estrutura segue funcionando normalmente.

 

“A equipe de assessores e colaboradores continua desempenhando suas funções administrativas, legislativas e de atendimento às demandas da população, garantindo a continuidade dos trabalhos e do mandato da parlamentar”, disse a equipe, em nota. “O gabinete permanece comprometido com a responsabilidade institucional e com o pleno exercício das atividades vinculadas ao mandato da deputada.”

 

Segundo a equipe, mesmo com a deputada presa, os assessores têm a responsabilidade de fazer a execução das rotinas administrativas, gestão de documentos e processos internos, elaboração de estudos e minutas legislativas, acompanhamento de pautas e comissões, atendimento às demandas da população e interlocução com órgãos públicos.

 

Hoje, o gabinete da deputada mantém 12 funcionários. No mês de setembro, essa equipe custou R$ 103,2 mil da verba da Câmara. A reportagem também perguntou se atualmente há contato direto do gabinete com a deputada. “A equipe da deputada Carla Zambelli é formada por profissionais experientes que já trabalham com ela há bastante tempo e conhecem suas orientações e forma de atuação”, respondeu a equipe.

 

No gabinete de Eduardo trabalham nove servidores que custam R$ 132,4 mil por mês à Casa. Procurado, o gabinete de Eduardo não respondeu às perguntas da reportagem.

 

Até o momento, ambos seguem muito pouco produtivos na Câmara. Estando nos Estados Unidos, Eduardo dividiu a coautoria em emendas ao texto da proposta de emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública e foi subscritor de outra PEC que dificulta a criação de moeda digital pelo Banco Central no mês de setembro, depois um hiato produtivo de seis meses.

 

Governistas criticam gastos da Câmara com os ambos os deputados. É uma vergonha. Eles continuarem recebendo salários e usando verbas de gabinete é um escárnio. Por essas e outras razões, a Câmara dos Deputados está perdendo credibilidade”, disse Helder Salomão (PT-ES).

 

“Acho isso um absurdo. São deputados que não exercem o mandato plenamente. Dois deles com condenações, e acaba gerando um custo, recurso público, sem gerar qualquer tipo de eficiência política, administrativa, funcional para o Parlamento e a sociedade brasileira”, afirmou o deputado Alencar Santana (PT-SP), primeiro-vice-líder do governo na Câmara.

 

Santana é autor de um projeto de resolução da Câmara que proíbe o que ele chama de “deputado home office”. O texto diz que, para exercer o mandato parlamentar, o deputado deve apresentar-se à Câmara durante a sessão legislativa “em território nacional”. Caso ele esteja fora do País em afastamento irregular e sem justificativa, ele pode perder o mandato. O texto também proíbe que deputados usem do mandato “para a prática de atos deliberadamente atentatórios à soberania nacional”.

 

“Defendo a aprovação do nosso projeto, que acaba com o deputado home office, com a possibilidade de exercer o mandato fora do Brasil, com sua estrutura de gabinete funcionando e sendo paga com recurso público. É até ilógico ser eleito para exercer função na Câmara e ficar em outro país”, afirmou o petista.

 

Diferentemente dos outros dois, Chiquinho Brazão, mesmo preso, continuou recebendo salário, com os descontos relativos às faltas que acumulou em plenário. Ele recebeu, em média, R$ 18,9 mil por mês mesmo estando na cadeia. Ele manteve uma equipe de 24 funcionários no gabinete que custava cerca de R$ 120 mil por mês.

 

A Câmara chegou a avaliar a possibilidade de cassar Brazão. Em agosto de 2024, o Conselho de Ética aprovou a cassação do parlamentar. O último passo, a votação em plenário, nunca foi dado. Com isso, ele perdeu o mandato apenas em abril de 2025, em razão do número de faltas no ano anterior. Isso pode fazer com que ele mantenha a elegibilidade.

 

Neste momento, a Casa também avalia a cassação do mandato de Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro. No caso de Zambelli, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) julga o pedido da perda do mandato feita pelo STF. Não há previsão do colegiado julgar esse caso.

 

“O processo da representação contra a deputada Carla Zambelli ainda está em fase de diligências na CCJ”, diz o gabinete do deputado Diego Garcia (Republicanos-PR), relator que avalia o pedido.

 

Ele recebeu do STF o relatório de análise que resultou na condenação pela invasão ao sistema e consulta, por meio da advocacia da Câmara, se pode usar informações presentes nos autos, que está sob sigilo, no relatório.

 

“Enquanto aguardamos o retorno dessas providências, ainda não há previsão de data para a apresentação do parecer do relator nem para a deliberação do caso pela Comissão”, diz a equipe do deputado.

 

O Conselho de Ética da Câmara avalia representação apresentada contra Eduardo Bolsonaro. O relator da representação, Delegado Marcelo Freitas (União-MG), pediu arquivamento do caso.

 

Ainda assim, Eduardo poderá perder o mandato em março de 2026, quando a Câmara contabilizará as faltas que ele teve neste ano. Caso tenha mais de um terço de faltas, perderá o mandato.

 

Para o cientista político Marco Antônio Carvalho Teixeira, da Fundação Getúlio Vargas, a situação é um problema para o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e aumenta o desgaste da avaliação popular sobre a Casa.

 

“É uma arapuca que Hugo Motta não consegue desatar”, afirma. “Quando a Câmara mantém o pagamento de três parlamentares que não prestam nenhum serviço à Casa, com o agravamento que Eduardo Bolsonaro está fora do País trabalhando contra o próprio Brasil, a imagem da Câmara fica ainda mais abalada, sobretudo após o episódio da PEC da Blindagem.”

 

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta segunda-feira, 13, mostra que 83% dos brasileiros acreditam que deputados e federais atuam em benefício próprio. O levantamento ainda mostra 58% desaprovam o trabalho da Câmara, e 51% o do Senado.

 

O cientista Político Cláudio André de Souza, da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), concorda que a manutenção de mandatos desses parlamentares prejudica a percepção popular sobre o Congresso Nacional. “Atitudes como essa de provocar ainda a continuidade de figuras que passam por investigação ou mesmo esse cenário de prisão, de fato não ajuda o Parlamento a se aproximar da sociedade. Tanto na confiança política como na representatividade”, diz.

Por Agência EBC 20 de novembro de 2025
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, anunciou nesta quarta-feira (19), em Belém, que o governo da Alemanha confirmou aporte de 1 bilhão de euros para Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês).  O valor era aguardado desde a semana passada, quando o chanceler do país europeu, Friedrich Merz, que participou da Cúpula do Clima, na capital paraense, se comprometeu com um valor "considerável" para o instrumento financeiro lançado pelo Brasil para captar recursos que remunere a manutenção das florestas de pé. "Tivemos a alegria que a Alemanha fez o anúncio do seu aporte (...) na ordem de 1 bilhão de euros para o TFFF, graças a todo o esforço que vem sendo feito, numa demonstração de que, de fato, esse instrumento de financiamento global é muito bem desenhado, muito bem estruturado e que começa a dar as respostas", afirmou a ministra, em declaração à imprensa, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com isso, o valor total já prometido ao TFFF ultrapassar os US$ 6,5 bilhões. O TFFF vai combinar investimento público e privado e prevê que os recursos sejam repassados a países com florestas tropicais, para que trabalhem pela preservação dessas áreas. A proposta é que sejam captados US$ 25 bilhões de recursos púbicos por parte dos países investidores. Assim, espera-se que o aporte seja um atrativo para alavancar o capital da iniciativa privada e, com isso, reunir US$ 125 bilhões a serem investidos na conservação das florestas tropicais. Lula na COP30 e combustíveis fósseis O presidente passou o dia em Belém, se reunindo com diferentes grupos negociadores da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), para destravar as negociações em torno de acordos sobre adaptação climática, transição justa e o desenvolvimento de um mapa do caminho para a redução do consumo de combustíveis fósseis - os principais emissores dos gases que causam o aquecimento da atmosfera, resultando nas mudanças climáticas que abalam a vida no planeta. Lula esteve na abertura na COP30, no dia 10 de novembro, e retornou ao evento dois dias antes de seu término, em um esforço para avançar em consensos sobre esses tópicos. "O senhor veio abertura na COP, na Cúpula [do Clima] e, agora, nessa fase decisiva. É uma demonstração do seu empenho com um dos maiores desafios que a humanidade teve que enfrentar, que é o problema da mudança do clima, sobretudo olhando para os mais vulneráveis", destacou Marina Silva. Em sua declaração a jornalistas, Lula comentou sobre a expectativa de aprovação de acordo sobre a eliminação gradual do consumo de combustíveis fósseis . "É preciso a gente mostrar, para a sociedade, que nós queremos, sem impor nada a ninguém, sem determinar um prazo, que cada país seja dono de determinar coisas que possa fazer, dentro do seu tempo e das suas possibilidades, mas que nós estamos falando sério. É preciso que a gente diminua a emissão de gases do efeito estufa", afirmou. O presidente reforçou que os líderes dos países precisam compreender que, sem refletir a aspiração do povo, a democracia e multilateralismo perderão credibilidade na sociedade. "A questão do clima não é mais apenas uma visão acadêmica, não é mais uma visão de mais dúzia de intelectuais, de meia dúzia de ambientalistas. A questão climática é uma coisa muita séria que coloca em risco a humanidade. É por isso que tratamos isso com muita seriedade", reforçou. O presidente destacou ainda a necessidade de os países ricos ajudarem os mais pobres, com recursos, transferência de tecnologia, e voltou a pedir que os bancos multilaterais transformem dívida em investimentos na proteção do meio ambiente. "Precisamos convencer as pessoas. Empresas têm que pagar uma parte, as mineradoras, as pessoas que ganham muito dinheiro têm que pagar uma parte disso", disse. Após passar o dia em Belém, Lula retornou a Brasília. O presidente viaja a São Paulo nesta quinta-feira (20) e, no dia seguinte, embarca para a Cúpula do G20, na África do Sul.
Por Agência Brasil 20 de novembro de 2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou nesta quinta-feira (20) o advogado-geral da União, Jorge Messias, para ocupar uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi confirmada pelo Palácio do Planalto. Ele foi indicado para a cadeira do ministro Luís Roberto Barroso, que anunciou aposentadoria antecipada da Corte e deixou o tribunal no mês passado. Messias tem 45 anos e poderá ficar no Supremo pelos próximos 30 anos, quando completará 75 anos, idade para aposentadoria compulsória. Para tomar posse, Messias precisa passar por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e ter o nome aprovado em votação no colegiado e no plenário da Casa. A data da sabatina ainda será definida. Jorge Messias está no comando da AGU desde 1° de janeiro de 2023, início do terceiro mandato de Lula. Nascido em Recife, o futuro ministro é procurador concursado da Fazenda Nacional desde 2007. Ele é formado em direito pela Faculdade de Direito do Recife (UFPE) e possui os títulos de mestre e doutor pela Universidade de Brasília (UnB). Durante o governo da presidenta Dilma Rousseff, Messias foi subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência da República. O setor é responsável pelo assessoramento direto da presidente.
Por RepórterMT 20 de novembro de 2025
O governador Mauro Mendes (União) comemorou a aprovação do projeto de lei que aumenta as penas para participação em facções criminosas. Ele afirmou que penas mais duras podem desestimular jovens a entrarem em grupos criminosos e trazer mais segurança para o cidadão de bem. Em entrevista à CBN Cuiabá na manhã de hoje (19), Mauro Mendes declarou que, caso a lei antifacção seja sancionada, haverá dois caminhos para os faccionados: morte ou prisão. “Entrou nesse caminho é decretar uma pena de morte ou uma prisão por longos e longos anos”, disse o governador. O projeto de lei foi aprovado na Câmara dos Deputados nessa terça-feira (18), por 370 votos a favor, 110 contrários e 3 abstenções. A pauta tipifica várias condutas comuns de organizações criminosas e atribui a elas pena de prisão de 20 a 40 anos. Os que exercem cargos de liderança ou chefia deverão cumprir pena em presídio federal de segurança máxima. Agora, o texto seguirá para votação no Senado.  Para o governador, os crimes bárbaros cometidos por faccionados deveriam ser enquadrados como terrorismo; no entanto, essa questão não foi abordada no projeto aprovado na Câmara. Mesmo assim, Mauro Mendes disse ter identificado diversos pontos positivos na pauta, que poderão permitir a prisão de bandidos. “Eu já vi pontos positivos que permitem que o Estado prenda essas pessoas que são faccionadas e estão cometendo crimes bárbaros”, afirmou. “Quando eu defendo que sejam classificadas como terroristas é pra dar a essas pessoas uma pena mais dura”, completou. Ainda durante a entrevista, o governador mostrou indignação com o “prende e solta” praticado no Brasil e disse que o Estado de Mato Grosso chegou a prender mais de 2 mil faccionados apenas neste ano, mas que a maioria deles foi solta na audiência de custódia. Caso a Lei Antifacção entre em vigor no país, Mauro Mendes se comprometeu a construir novos presídios, se for preciso, para que membros de facções permaneçam presos, cumprindo uma pena justa para os crimes que praticam.
Por Gazeta Digital 20 de novembro de 2025
Formada por 24 parlamentares, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) possui apenas um deputado estadual que se autodeclara preto em sua composição. Atualmente licenciado, o deputado Juca do Guaraná (MDB) cedeu espaço ao suplente, Silvano Amaral (MDB), que também se autodeclara preto. Cenário similar ocorre com deputados federais e senadores do estado. Com apenas 4,17% de representatividade preta na Casa, Mato Grosso é considerado um dos estados com menor percentual no país. Em contrapartida, cerca de 65% da população do estado se declara parda ou preta, segundo o último censo do instituto Brasileiro de geografia e Estatística (IBGE), de 2022. Para a conselheira federal e presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Silvia Souza, trata-se de um quadro clássico de sub-representação em cargos de mando e exercício de poder. E a gente está diante de um paradoxo, porque a população é de maioria negra, né? E aí a pergunta é, será que isso é um reflexo do racismo estrutural? Na minha opinião, isso é um reflexo do racismo, ponto. Lembrando que o conceito de racismo estrutural é um conceito mais abstrato. Ele é um conceito acadêmico, importante, mas eu entendo que ele não comporta toda a complexidade do que é esse racismo sistêmico. Eu prefiro usar esse termo, porque essa realidade se reflete em todos o país. E isso decorre do imaginário da população que pessoas negras não são intelectualmente competentes e moralmente preparadas para ocupar cargos como esse, explica Silvia. Forjado ao longo da formação do Brasil, esse imaginário começa a ser moldado no período da escravidão, como também na pós- abolição, em que se iniciaram as políticas de embranquecimento da população que perduraram durante décadas. O país recebeu, segundo Silvia, pelo menos três milhões de europeus em um período de 50 anos. Nesse sentido, houve até mesmo um projeto político que propunha o embranquecimento da população, e que foi apresentado no Primeiro Congresso Internacional das Raças, em 1911, Londres. E se dizia que temos que retirar a mancha negra da população. Então, a construção do negro como ser menos capaz, ela é histórica e ainda se reflete, infelizmente, na política. Isso, para mim, decorre tanto do racismo quanto da ausência de políticas públicas eficazes, desde o período pós-abolição, que destrua esse imaginário e possibilite a formação de políticos negros e negras, de forma que a gente consiga superar esse obstáculo de representação, frisou a advogada.
Por Gazeta Digital 19 de novembro de 2025
4 pessoas foram presas, na manhã desta quarta-feira (19), durante uma operação para desarticular grupo criminoso envolvida no transporte de quase uma tonelada de cocaína, em Mato Grosso. A ação desta quarta cumpriu mandados em diferentes endereços de Várzea Grande. A droga recolhida foi encontrada em duas ocorrências no ano passado. Conforme a Polícia Federal, a quadrilha utilizava compartimentos modificados para armazenar os entorpecentes e transportar a carga em veículos pelas rodovias. A investigação faz parte da Operação Tacada Final. A Polícia Federal deu início às diligências em julho de 2024, quando os agentes interceptaram um caminhão-guincho que transportava 441kg de cocaína. A apreensão foi feita na BR-070. Em outubro do mesmo ano, uma segunda ação policial apreendeu 552 kg de cocaína armazenados em um imóvel desabilitado bairro Residencial Jacarandá, em Várzea Grande. Durante a operação, os investigadores cumpriram 4 mandados de prisão preventiva e mandados de busca e apreensão em endereços vinculados acusados. Além da droga, aparelhos eletrônicos, documentos e veículos também foram apreendidos. Um vídeo registra o momento em que os investigadores entram no local investigado. A Polícia Civil investiga o caso.
Por Gazeta Digital 19 de novembro de 2025
Após diversos adiamentos à Assembleia Legislativa de Mato Grosso (TJMT) aprovou em segunda votação o projeto de Lei que concede reajuste salarial real de 6,8% aos servidores do Poder Judiciário mato-grossense. Ao todo foram 15 votos favoráveis para aprovação. Apenas os deputados estaduais Beto 2 a 1 (União) e Valmir Moretto (Republicanos) votaram contra o aumento. Antes da votação, o presidente da Assembleia, Max Russi (PSB), agradeceu a base do governo Mauro Mendes (União) por não obstruir a votação, como pedir a votação de todos os vetos vencidos. A aprovação ocorreu de maneira célere e não houve discussão. O placar da votação também não foi divulgado pela Mesa Diretora. O governo Mauro Mendes (União) chegou a articular uma tentativa de derrubar o projeto, alegando que a aprovação causaria uma ‘efeito cascata’ em outras categorias que exigiriam aumentos, chegando a ter um impacto de R$ 1.6 bilhão por ano. Apesar da mobilização e pressão, os deputados se recusaram a assumir o ônus de entrar em conflito com o Poder Judiciário e seus servidores em véspera de ano eleitoral. Nos bastidores, os deputados alegam que o governador queria a derrubada para que ele não ficasse com o ônus de ter que vetar a proposta. Os deputados também rejeitaram os argumentos do governo de que o aumento causará uma redução nos investimentos de infraestrutura e corte de gastos, já que o Estado vem obtendo excesso de arrecadação em torno de R$ 4 bilhões nos últimos anos. Agora o projeto vai para o governador Mauro Mendes que poderá vetar ou sancioná-lo em até 15 dias uteis. Caso haja veto, à Assembleia terá 15 dias para decidir se mantém ou derruba o veto.
Por RepórterMT 19 de novembro de 2025
O Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT) alerta sobre tentativa de golpe que está circulando na internet para pagamento de taxa de confirmação de participação no programa CNH Social. O Detran reforça que o programa é totalmente gratuito, sem cobrança de qualquer taxa.  Os golpistas estão utilizando a imagem do aplicativo Gov.BR e solicitando pagamento antecipado como garantia de comparecimento do candidato na autoescola para participação no programa. No momento, o programa não está com edital aberto para novas inscrições, uma vez que 1.516 beneficiários ainda não concluíram todas as etapas para conseguir a CNH, cujo prazo é de um ano. Já obtiveram a CNH gratuita 4.515 beneficiários. A seleção do candidato é feita pela Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc). O Detran-MT destaca que é fundamental que o cidadão, ao acessar qualquer site, observe o endereço eletrônico para se certificar que é oficial, principalmente antes de emitir guias ou fazer qualquer pagamento via boleto bancário ou PIX. Em caso de dúvidas, o cidadão deve entrar em contato com a central de atendimento Disque Detran, pelo telefone (65) 3615-4800 ou pelo WhatsApp: (65) 9 9933-9318.
Por Gazeta Digital 19 de novembro de 2025
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), afirmou não estar preocupado caso não consiga entregar as obras em andamento dentro do atual mandato, que se encerra em 11 meses, ou em 4, caso saia para candidatar-se ao Senado. Atualmente, diversas obras estão licitadas e andamento dentro dos principais municípios do estado, como Cuiabá, Chapada dos Guimarães e na região do Vale da Araguaia. Em entrevista nesta quarta-feira (19), Mauro afirmou que obras em andamento não significam empecilhos para o próximo mandatário, porque deixará dinheiro em caixa para continuidade dos serviços e sanará problemas antigos. Mauro destacou que a dinâmica de um governo não permite paralisar licitações apenas para concentrar entregas dentro de um único mandato. “Trabalhamos hoje com uma quantidade gigantesca de obras em andamento. Eu garanto a você que eu não vou deixar ao próximo governador, seja em abril ou dezembro do ano que vem, obras paralisadas. Deixarei obras em andamento, problemas resolvidos, dinheiro no caixa para tocá-las. Se eu fosse trabalhar obras que pudesse começar ou terminar no meu mandato, teria que parar de licitar há um ano atrás, gerando paralisia”, afirmou. Segundo ele, é natural que um governo mantenha projetos com prazos mais longos, inclusive obras licitadas agora que levarão até 3 anos para serem concluídas. “Serão centenas de obras em andamento. Um governo é isso: não para.” Mauro citou como exemplo o sistema de transporte Bus Rapid Transti (BRT), que enfrenta atrasos e tem sido alvo de críticas. O governador explicou que parte do cronograma foi impactado pela paralisação durante a gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro. No entanto, frisou que nenhuma obra do estado está paralisada por falta de recursos, e que, quando houve interrupções, elas ocorreram por problemas internos das próprias empreiteiras. “O que garanto é que há obras contratadas e todas em andamento. Nenhuma parou por falta de dinheiro. Algumas empreiteiras quebraram no meio do caminho, mesmo com notificações. Isso nos leva a fazer nova licitação e rescindir contratos. Perdemos quase seis meses nesse trâmite.”
Por Gazeta Digital 19 de novembro de 2025
O Senado aprovou em regime de urgência o projeto de lei n° 3292/2025, de autoria do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que prevê a criação de mais uma vaga de desembargador do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 23ª Região, com sede em Cuiabá. A medida eleva para 9 a composição do Pleno. O PL foi votado nesta terça-feira (18) e agora o texto segue para sanção pelo presidente da República, Lula (PT). O próximo magistrado a ascender ao cargo deverá seguir o critério de antiguidade, já que a última desembargadora eleita foi Eleonora Lacerda, cuja promoção se deu por merecimento em 2023. Para a criação do posto serão transformados 3 cargos vagos de juiz do trabalho substituto. Atualmente, o salário de desembargador do TRT é de R$ 41.845,49, enquanto a remuneração de um juiz substituto é de R$ 37.765,55. Com isso, os R$ 113.296,65 serão utilizados para custear o novo membro da corte e outros cargos comissionados. O valor das sobras orçamentárias derivadas da medida serão utilizados para a criação de 18 cargos comissionados. As despesas serão custeadas com recursos consignados do Tribunal Regional do Trabalho no orçamento geral da União, garantindo que não haverá aumento de despesas para o orçamento do Judiciário. O projeto foi relatado pelo senador Wellington Fagundes (PL), com participação virtual, diretamente do TRT, na capital mato-grossense. "Hoje o tribunal já tem paridade, 50% mulheres e 50% homens, agora com a criação dessa vaga teremos o 1º tribunal com maioria de desembargadores mulheres, pois a próxima presidente por antiguidade será mulher. Fico feliz de contribuir com isso", disse Fagundes. Segundo o PL, a medida se dá diante do aumento de casos novos autuados na Corte, de aproximadamente 30% de 2015 a 2025, repercutindo em sobrecarga de trabalho de magistrados e servidores do Tribunal, chegando a marca de 12.709 processos novos autuados. O PL nº 3.292/2025 foi aprovado na Câmara dos Deputados em 5 de novembro. O anteprojeto, que deu origem à proposta, havia sido aprovado por unanimidade em julho deste ano pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) e pelo Órgão Especial do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Por RepórterMT 18 de novembro de 2025
O governador Mauro Mendes (União Brasil) afirmou que está estudando a possibilidade de trocar o Bus Rapid Transit (BRT) pelo Bonde Urbano Digital (BUD), que pode ser implantado em Cuiabá e Várzea Grande, região metropolitana da capital. O veículo é um transporte público elétrico, silencioso e sustentável, que dispensa trilhos físicos e pode trafegar sem motorista. De acordo com o chefe do Executivo estadual, após o término dos estudos, a decisão será anunciada à população. “Assim que nós concluirmos os estudos a gente vai anunciar”, afirmou o governador. As obras do BRT estão em execução desde 2024 e enfrentaram uma série de obstáculos, como atrasos e rompimento de contrato com uma das empresas vencedoras do edital de licitação. Agora, com o avanço da intervenção na Avenida do CPA, na Prainha e na Avenida XV de Novembro, Mauro Mendes garantiu que os estudos sobre a possível mudança do modal estão alinhados com a infraestrutura já executada, para que não haja alteração no cronograma das obras. Além disso, outros fatores estão sendo avaliados, como custo, manutenção e comodidade. “Nós fizemos uma definição de modal pela infraestrutura que nós implantamos. Dentro da infraestrutura que nós implantamos existem algumas possibilidades, nós estamos estudando todas essas possibilidades. Custo, benefício, manutenção, comodidade pro usuário, custo na tarifa. Há uma série de variáveis que estão sendo levadas em consideração”, garantiu. Ainda segundo Mauro Mendes, o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), o secretário de Estado de Fazenda, Rogério Gallo, e o secretário de Estado de Infraestrutura, Marcelo Padeiro, estiveram recentemente em Curitiba (PR) para conhecer de perto o BUD, que foi implantado na cidade paranaense. O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), também tem sugerido constantemente a troca do BRT por outro tipo de transporte. Na última semana, ele voltou de uma viagem internacional pelos Emirados Árabes e China e apresentou, nas redes sociais, alternativas como o Autonomous Rail Transit (ART), que também é um veículo totalmente elétrico, guiado por “vias virtuais” e que opera sem motorista.  Para o governador, toda ideia é bem-vinda. “Se for algo que o Governo já está fazendo ótimo, se for algo novo a gente analisa se é pertinente aprofundar os estudos”, concluiu.