Rivais podem dividir o palanque nas eleições de 2026 em MT
As articulações partidárias para a eleição do ano que vem - em que serão eleitos governador e dois senadores - deve colocar os rivais Carlos Fávaro (PSD), ministro da Agricultura do presidente Lula (PT), e Pedro Taques (sem partido), ex-governador de Mato Grosso, no mesmo palanque. O rompimento em definitivo entre ambos ocorreu em abril de 2018, quando Taques ocupava a cadeira de governador e Fávaro vice. Por temer uma rasteira eleitoral do ex-procurador da República, Fávaro renunciou ao cargo e se afastou de vez do então aliado.
Agora, com Fávaro licenciado do mandato de senador por estar ocupando uma cadeira no governo Lula, vem atuando para buscar a reeleição, e Taques tentando voltar à cena política em diálogo firme com o PSB, do vice-presidente da República Geraldo Alckmin, os dois podem integrar um grupo de centro esquerda em Mato Grosso.
O diálogo ainda ocorre no âmbito nacional e tem como interlocutores o presidente do PSB, Carlos Siqueira e o presidente do PSD, Gilberto Kassab, que tem interesse em manter a cadeira de Fávaro no Senado Federal. A incógnita fica por conta da candidatura de Taques, que sinaliza a intenção de disputar ao fazer críticas contundentes a gestão Mauro Mendes (União), mas na imprensa diz não tratar sobre o assunto.
Porém, buscando se filiar ao PSB, Taques e Fávaro poderão que dividir o palanque mais uma vez, e esquecer as críticas do passado, quando Fávaro deixou a gestão Taques o criticando, e Taques o classificou como traidor. Ocorre que nesta frente centro-esquerda precisa de um candidato competitivo para comandar o Palácio Paiaguás.
Neste cenário, o nome de Fávaro é lembrado como opção para construir um palanque para Lula no Estado, já que o presidente buscará a reeleição. Além de uma aproximação com Fávaro, Taques também terá a companhia do PT, partido que sempre foi muito crítico durante os seus mandatos de senador e governador.
ROMPIMENTO
Taques e Fávaro se aliaram para disputar a eleição de 2013, quando Mato Grosso era palco de grandes operações policiais e precedia a “delação monstruosa” do ex-governador Silval Barbosa (MDB). A aliança ocorreu após o empresário Eraí Maggi (PP) desistir de ser vice e indicar Fávaro para o cargo, já que na época ele era presidente da Associação Mato-Grossense dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja). Eleitos em 2014, os parceiros políticos começaram a se estranhar como apoios divergentes na eleição de Lucas do Rio Verde (colégio eleitoral de Fávaro), falas indelicadas pela imprensa, e operações policiais na gestão Taques.
Até que veio o escândalo da ‘grampolândia pantaneira” - investigação em que se apurou um suposto escritório em que grampeava os telefones de inimigos de Taques. Um dos chefes de gabinete da vice-governadoria estava na lista do alvos da arapongagem. Com isso, suspeitou que poderia estar entre os números e foi se isolando no seu cargo. Em 2018, já anunciada a intenção de ser candidato ao Senado e não seguir com Taques à reeleição ao Paiaguás, Fávaro foi tomado pelo medo da traição.
Chegou aos seus ouvidos que Taques poderia deixar temporariamente o País a qualquer momento e alçá-lo a governador, impedindo-o assim de concorrer a eleição naquele ano. É que, conforme a legislação, caso um chefe de estado deixe o País, seu vice assume automaticamente. E ainda diz que a pessoa que assumir o cargo de governador seis meses antes da eleição fica impedida de concorrer a outros cargos naquele pleito.
Após a renúncia, Fávaro entregou todos os cargos do PSD no governo. Os que não saíram foram expulsos da sigla, como o ex-secretário e ex-vereador Domingos Sávio.









