Lúdio afirma que AL tem 'dívida histórica' com a população LGBTQIA+
O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) afirmou que a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) carrega uma “dívida histórica” com a população LGBTQIAPN+ do Estado. A declaração foi feita na tarde deste sábado (14), durante a concentração da 22ª Parada da Diversidade, na Praça Ipiranga, em Cuiabá.
Em entrevista, o parlamentar o criticou o comportamento conservador da ALMT e citou episódios de resistência dentro da Casa. “A Assembleia de Mato Grosso tem uma dívida histórica, e talvez seja maior que a dívida de todos os parlamentos do país. Porque Mato Grosso não tem um conselho dos direitos das pessoas LGBT por conta da Assembleia. Não é só uma questão de não aprovação, é de já ter anulado um decreto do Poder Executivo que havia criado o conselho”, apontou.
Na última legislatura foram apresentados 21 projetos com menções à comunidade LGBTQIA+ na ALMT, entre eles audiências públicas, moções de aplauso e indicações ao Executivo. Em 2021, o governo estadual chegou a apresentar um projeto para criar o Conselho LGBTQIA+, mas a proposta foi arquivada após resistência da bancada conservadora, liderada pelo deputado Sebastião Rezende (União).
Passado os anos, o assunto ainda segue sendo resistido pela maioria dos parlamentares. “Todos os anos é preciso lembrar o parlamento dessa dívida e apoiar as mobilizações para que a correlação de forças, que hoje é muito desigual, comece a mudar, mesmo que gradativamente”, afirmou.
Segundo o parlamentar, embora seja uma tarefa difícil, é fundamental ocupar o espaço legislativo e manter a luta por visibilidade e direitos. “Mesmo sendo oposição, sendo minoria, a gente tem que utilizar todas as ferramentas que tem para ocupar o espaço, para gritar alto em defesa dos direitos das pessoas LGBT. Todos os anos, no mês de junho, abrimos o parlamento na marra para que as pessoas LGBTI ocupem as audiências públicas e as sessões especiais”, completou Lúdio.
Resistência
Dados divulgados em 2023 pela Folha de São Paulo mostram que o Legislativo de Mato Grosso também apresentou oito projetos com teor contrário a pessoas trans, contribuindo com o total de 69 propostas com esse viés registradas em todo o país.
O deputado estadual Henrique Lopes (PT) criticou as mobilizações que vão contra o direito das minorias.
"Hoje, não só o parlamento do Mato Grosso, mas boa parte dos parlamentos estão muito preocupados com a questão de pautas conservadoras que não vão levar absolutamente nada a não ser uma marcada de posição. Então é preciso que os parlamentos reconheçam a diversidade, reconheçam a necessidade de se respeitar as pessoas por aquilo que elas realmente são. Então a comunidade LGBT, ela existe, ela está aqui, está na no meio das famílias, em todas praticamente as religiões e merece acima de tudo o respeito", pontuou.









