Cuiabá ainda tem cerca de 50 mil buracos espalhados

Gazeta Digital • 20 de agosto de 2025

Cerca de 50 mil buracos ainda precisam ser tampados em aproximadamente 40 bairros de Cuiabá. A estimativa é da própria Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras que, em sete meses da atual gestão, afirma que já fechou 63.507 crateras em 72 bairros e em 1.200 avenidas.

 

Segundo o secretário municipal de Infraestrutura e Obras, Reginaldo Teixeira, o custo estimado para zerar toda a demanda é de R$ 13 milhões. Ele explica que o município já investiu aproximadamente R$ 15 milhões em serviços de tapa-buraco, recurso direcionado exclusivamente para tentar amenizar os impactos da má conservação das vias.

 

“Somente neste ano, foram utilizadas aproximadamente 19,8 mil toneladas de massa asfáltica”, revela. Ele afirma que todas as regiões de Cuiabá são atendidas, simultaneamente, pelas equipes. “Na zona urbana, foram realizados 235 quilômetros de patrolamento, enquanto na zona rural o número chegou a 600 quilômetros”.

 

O cronograma, segundo Reginaldo, é contínuo e ininterrupto, conforme as demandas apresentadas e as prioridades técnicas definidas. “A meta é garantir maior alcance das equipes em campo e intensificar os serviços nos próximos meses, com o objetivo de acelerar o atendimento às demandas, especialmente em função do período chuvoso, quando a deterioração do asfalto tende a aumentar”.

 

Diante da alta demanda, ele explica que foi necessário ampliar o número de equipes em campo para reduzir o tempo de resposta às solicitações da população. Morador no bairro Itapuã, Orenil Alves da Costa, espera ansioso pela continuidade da execução dos serviços.

 

“A operação tapa-buraco foi realizada parcialmente na via principal, por onde circula o ônibus, mas eu passo diariamente pela rua Iporã e aqui tem um buraco enorme. As demais ruas do bairro também estão cheias de buracos e praticamente intransitáveis, com destaque para a rua Limeira, onde acidentes são frequentes”.

 

Orenil afirma já ter sofrido prejuízos no veículo devido às crateras. “Estou sem amortecedor no carro de tanto impacto causado pelos buracos”.

Por Gazeta Digital 20 de agosto de 2025
Um homem, ainda não identificado, morreu após sofrer um mal súbito e bater o veículo Fiat Palio contra uma placa de sinalização, na avenida Monte Líbano, em Cuiabá, nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (20). Segundo informações do Corpo de Bombeiros, eles foram acionados às 06h40 para atender uma ocorrência de acidente de trânsito. Ao chegar no local, os militares encontraram a vítima sem sinais vitais. Tudo indica que o condutor tenha sofrido um mal súbito. Em seguida, perdeu o controle do carro e bateu contra uma placa de sinalização. Corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para exame de necropsia para constatação da causa da morte. Caso será investigado pela Polícia Civil. O acidente registrou um pico de congestionamento na via, que segue movimentada.
Por Mídia News 20 de agosto de 2025
O senador Wellington Fagundes (PL-MT) classificou como "passo importante" a decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em suspender os efeitos da chamada Moratória da Soja — um acordo privado firmado desde 2006 entre tradings e ONGs para restringir a compra de soja de áreas desmatadas no Brasil, mesmo quando essas áreas estão dentro da legalidade do Código Florestal. A decisão também determinou a abertura de inquérito para apurar possível abuso de poder econômico e formação de cartel. “Essa história ainda está longe de acabar. A suspensão foi um passo importante, mas a gente continua na trincheira pra acabar de vez com essa prática ilegal. Essa decisão do CADE vai muito além do agro: é uma vitória de quem produz, que gera emprego e que respeita quem trabalha. No fim das contas, quem ganha é a população, com desenvolvimento regional e comida na mesa a preços justos", disse. “Agora o Cade corta as asas desse povo, impedindo que as tradings continuem comprando a qualquer preço e impondo suas regras. Mas vamos seguir atentos e cobrando, porque essa decisão ainda precisa se tornar definitiva.” Wellington reforçou a atuação conjunta com a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), presidida por Lucas Beber, e lembrou da mobilização internacional: “No ano passado, estive na Europa com o Lucas Beber e toda a diretoria para defender o nosso Código Florestal — o mais avançado do mundo em legislação ambiental. Agora, a realidade muda: as tradings não vão mais ditar o preço como bem entenderem. E vamos à Justiça para garantir os direitos dos pequenos e médios produtores, que tiveram prejuízos nesses anos todos.” Desde o início de 2024, o senador tem liderado articulações políticas para enfrentar os impactos da moratória da soja sobre a economia mato-grossense. Em abril, foi sancionada a Lei Estadual nº 12.709/2024, que proíbe concessão de incentivos fiscais a empresas que adotem boicotes ao agro local. A norma foi suspensa por decisão do ministro Flávio Dino, do STF, o que gerou forte mobilização, com a participação de Fagundes. Ainda em abril, o senador presidiu audiência pública no Senado para debater os efeitos da moratória e a insegurança jurídica vivida por produtores que atuam dentro da lei. No mesmo mês, a Aprosoja-MT e o deputado estadual Gilberto Cattani reconheceram publicamente o papel de Wellington Fagundes na decisão do STF que restabeleceu os efeitos da lei estadual a partir de janeiro de 2026. A mobilização teve ainda respaldo da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), incluindo a senadora Tereza Cristina, o deputado Pedro Lupion e o ex-ministro Aldo Rebelo, defensor do Código Florestal. Fagundes tem sido direto ao criticar o chamado “baronato do agro” — termo usado por ele para se referir a grandes grupos econômicos que tentam impor regras acima da lei, prejudicando quem realmente produz no Brasil. Segundo o senador, a luta é contra acordos feitos por interesses privados, sem respaldo na legislação brasileira. Ele também apontou que o governo federal, na figura do ministro Carlos Fávaro, tem cedido a pressões de multinacionais que buscam dificultar a vida do produtor rural.
Por FolhaMax 20 de agosto de 2025
O Governo do Estado publicou no Diário Oficial a lista com 30 tenentes coroneis da Polícia Militar de Mato Grosso que estão aptos para disputarem a vaga para coronel da corporação. O governador Mauro Mendes (União) irá escolher 10 deles. A nomeação é feita de forma aleatória, independente da pontuação, e a definição será oficialmente divulgada em setembro deste ano. A diferença salarial entre as patentes de coronel e tenente-coronel é de aproximadamente R$ 2 mil, sendo R$ 36 mil para coronel e R$ 34 mil para tenente-coronel. A lista já vem gerando burburinho entre a tropa. Os nomes foram foram escolhidos pelo comandante geral da PM, o coronel Cláudio Fernando Tinoco. Em grupos de WhatsApp, circula um texto apócrifo com críticas a lista que vão desde favorecimento político a citações de que candidatos ao posto máximo da PM respondem processos criminais, como por exemplo de violência doméstica.  Os 30 postulantes foram definidos pela Comissão de Promoção de Oficiais da Polícia Militar, que também divulgou as notas obtidas por cada candidato. LISTA 1. Ten Cel ADÃO CESAR RODRIGUES SILVA – 5,387 2. Ten Cel ALESSANDRO GONÇALVES GUIMARÃES FERREIRA – 5,384 3. Ten Cel MANOEL BUGALHO NETO – 5,383 4. Ten Cel MURILO FRANCO DE MIRANDA – 5,378 5. Ten Cel FABIO MOTA DE SOUZA – 5,370 6. Ten Cel GIBSON ALMEIDA COSTA JUNIOR – 5,368 7. Ten Cel EDYLSON FIGUEIREDO PINTEL – 5,363 8. Ten Cel PAULO JAILSON SECCHI DE ÁVILA – 5,358 9. Ten Cel ERNESTO XAVIER DE LIMA JUNIOR – 5,333 10. Ten Cel HENDER ULISSES DA SILVA – 5,330 11. Ten Cel JORDAN ESPÍNDOLA DOS SANTOS – 5,133 12. Ten Cel WANDERSON DA SILVA SÁ – 5,129 13. Ten Cel OSWALDO MARINS RABELO – 4,980 14. Ten Cel SARA CRISTINA DA SILVA BORGES – 4,977 16. Ten Cel JEAN KLEBBER BRITTO DA SILVA – 4,917 17. Ten Cel WALDILEY ALENCAR TAQUES DO VALLE JUNIOR – 4,913 18. Ten Cel VALÉRIA FLECK – 4,912 19. Ten Cel FERNANDO FRANCISCO TURBINO DOS SANTOS – 4,670 20. Ten Cel KLEBER FRANKLIN DE LIMA FERREIRA – 4,667 21. Ten Cel GYANCARLOS PAGLYNEARI CABELHO – 4,663 22. Ten Cel RICARDO DE ALMEIDA MENDES – 4,658 23. Ten Cel ROOSEVELTH FABIANO OLIVEIRA ESCOLÁSTICO – 4,654 24. Ten Cel FABIO ALVES RIBEIRO – 4,652 25. Ten Cel THIAGO VINICIUS PINHEIRO DA SILVA – 4,651 26. Ten Cel ANDERSON LUIZ DO PRADO – 4,647 27. Ten Cel BRUNO MARCEL SOUZA TOCANTINS – 4,642 28. Ten Cel SÁVIO PELLEGRINI MONTEIRO – 4,567 29. Ten Cel LUDMILA EICKHOFF – 4,473 30. Ten Cel BRENO CHAVES NOGUEIRA – 4,471
Por Agência Brasil 19 de agosto de 2025
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), emitiu nesta terça-feira (19) novo despacho para esclarecer a decisão em que vedou a eficácia automática de leis e ordens judiciais estrangeiras no Brasil. Nesse documento, ela afirma que a determinação não alcança tribunais internacionais reconhecidos pelo país. Segundo Dino, a vedação não alcança “a jurisdição obrigatória de tribunais internacionais - uma vez reconhecida pelo Brasil - e os efeitos imediatos de suas decisões”. Salvo esse ponto específico, Dino afirmou que “em relação aos aspectos atinentes a leis estrangeiras e demais atos jurídicos estrangeiros, nada há a adicionar a título de esclarecimento, permanecendo íntegra a decisão” do dia anterior. Na segunda (19), Dino proferiu uma decisão segundo a qual as leis, decisões judiciais e ordens executivas provenientes de países estrangeiros somente podem produzir efeitos em território nacional se forem homologadas pela autoridade competente brasileira, de acordo com os respectivos ritos de cooperação internacional. “Trata-se de decisão que reitera conceitos básicos e seculares, destinada a proteger o Brasil - abrangendo suas empresas e cidadãos - de indevidas ingerências estrangeiras no nosso território”, escreveu Dino, nesta terça-feira. O ministro esclareceu ainda que a decisão do dia anterior não vem inovar, mas apenas reitera o que diz a legislação e a Constituição. “Trata-se de decisão que reitera conceitos básicos e seculares, destinada a proteger o Brasil - abrangendo suas empresas e cidadãos - de indevidas ingerências estrangeiras no nosso território”, escreveu. A decisão de Dino protege ainda contratos firmados ou bens que estejam no Brasil. A ordem foi proferida em ação aberta pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que acionou o Supremo contra municípios brasileiros que abriram ações diretamente na Justiça do Reino Unido contra mineradoras britânicas. O ministro escreveu que qualquer violação dessa determinação “constitui ofensa à soberania nacional, à ordem pública e aos bons costumes, portanto presume-se a ineficácia de tais leis, atos e sentenças emanadas de país estrangeiro”. Lei Magnitsky A liminar de Dino foi concedida no momento em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impõe um tarifaço contra o Brasil e sanções a ministros do Supremo, em especial ao ministro Alexandre de Moraes, com base em leis norte-americanas. Moraes foi enquadrado pela Casa Branca na Lei Magnitsky, que prevê sanções econômicas contra violadores dos Direitos Humanos. Trump acusa o ministro de impedir a liberdade de expressão e promover uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu grupo político, com quem mantém afinidades ideológicas. Sem citar a lei norte-americana, Dino escreveu que a realidade tem mostrado “o fortalecimento de ondas de imposição de força de algumas Nações sobre outras”, e que por isso “na prática, têm sido agredidos postulados essenciais do Direito Internacional”. “Diferentes tipos de protecionismos e de neocolonialismos são utilizados contra os povos mais frágeis, sem diálogos bilaterais adequados ou submissão a instâncias supranacionais”, disse o ministro. Dino continuou afirmando que “nesse contexto, o Brasil tem sido alvo de diversas sanções e ameaças, que visam impor pensamentos a serem apenas ‘ratificados’ pelos órgãos que exercem a soberania nacional”. Apesar de não citar as sanções econômicas contra Moraes, que têm o potencial de bloquear a utilização de cartão de créditos com bandeiras dos EUA como Visa e Mastercard, por exemplo, Dino ordenou a notificação do Banco Central Banco Central; da Federação Brasileira de Bancos (Febraban); da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF) e da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg). “Transações, operações, cancelamentos de contratos, bloqueios de ativos, transferências para o exterior (ou oriundas do exterior) por determinação de Estado estrangeiro, em desacordo aos postulados dessa decisão, dependem de expressa autorização desta Corte, no âmbito da presente ADPF”, escreveu Dino. O ministro da escreveu ainda que qualquer cidadão brasileiro que se sinta prejudicado por imposição internacional pode acionar o Supremo diretamente, em busca de proteção. Dino convocou ainda uma audiência pública sobre o tema, cujo cronograma ainda deve ser divulgado. 
Por Gazeta Digital 19 de agosto de 2025
O juiz Alexandre Elias Filho condenou a ex-primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro (PV) a pagar R$ 100 mil ao governador Mauro Mendes (União) a título de indenização por danos morais, por ataques feitos durante as eleições de 2022, quando disputaram o comando do Palácio Paiaguás. Mendes acusou Márcia Pinheiro de ter proferido ataques à sua família durante a disputa eleitoral. Márcia teria chamado o filho do governador, o empresário Luís Antônio Taveira Mendes, de ‘Lulinha do Cerrado’, pelo fato do jovem ter um patrimônio em bilhões de reais, e em referência ao filho do presidente Lula (PT). Ela também teria criticado a primeira-dama de Mato Grosso, Virgínia Mendes, alegando que ela teria ‘fabricado uma notícia de câncer’ antes das eleições daquele ano. Segundo o magistrado, a legitimidade para pleitear indenização por dano moral é da própria pessoa ofendida, mas que, no entanto, em determinadas situações, a ofensa dirigida a um membro da família pode atingir a honra e a imagem de outros membros, legitimando-os a pleitear a reparação do dano. “No caso em apreço, as ofensas dirigidas ao filho do autor (apelidado de "lulinha do cerrado") e à sua esposa (acusada de "fabricar uma notícia de câncer") podem ter atingido a honra e a imagem do autor, na medida em que se referem a pessoas de seu círculo familiar mais próximo. Assim, entendo que o autor possui legitimidade para propor a presente ação, razão pela qual rejeito a preliminar de ilegitimidade ativa”, diz a decisão. Para o magistrado, ficou comprovado que Márcia Pinheiro, proferiu declarações e divulgou informações que atingiram a honra e a imagem do autor. “As declarações, conforme se depreende dos documentos juntados aos autos, extrapolam os limites da crítica política e da liberdade de expressão, configurando, em verdade, ofensas pessoais que visavam a denegrir a imagem do autor perante a opinião pública”. “Diante do exposto, julgo procedentes os pedidos formulados na inicial por Mauro Mendes Ferreira, para condenar o Requerido Marcia Aparecida Kuhn ao pagamento de R$ 100.000,00 a título de dano moral, acrescido da Taxa (SELIC) a partir da citação”, finaliza.
Por Estadão 19 de agosto de 2025
Os advogados Leonardo Guimarães Salles, Leandro Guimarães Salles e Henrique Vieira Pereira deixaram nesta segunda-feira, 18, a defesa do empresário Renê da Silva Nogueira Junior, de 47 anos, preso preventivamente desde a semana passada, dia 11, e investigado pela morte a tiros do gari Laudemir de Souza Fernandes, em Belo Horizonte. Segundo a polícia, Nogueira Junior atirou contra Fernandes após se irritar com a presença de um caminhão de lixo que estava parado, impedindo o fluxo de carros na rua enquanto aguardava os garis coletarem o lixo. O empresário queria passar com seu carro e inicialmente ameaçou atirar na motorista do caminhão. Acabou disparando contra Laudemir, que fazia a coleta. Renê da Silva Nogueira Junior nega ser o autor do disparo que matou o gari. Consultado pelo Estadão, Leonardo Salles confirmou que ele e seus sócios, que atuam no escritório Ariosvaldo Campos Pires Advogados, deixaram o caso. Em nota, Salles afirmou que, ‘após conversa reservada‘ com o cliente, decidiu, ‘por motivo de foro íntimo, renunciar à sua representação nos autos da investigação que apura a morte do sr. Laudemir‘. A reportagem tenta identificar a nova defesa do empresário, para que se pronuncie sobre a situação. O caso Ao ver a rua por onde transitava com fluxo interrompido momentaneamente pelo caminhão de lixo, Nogueira Junior ameaçou ‘atirar na cara‘ da motorista do veículo, segundo testemunhas relataram à Polícia Civil. Quando Laudemir e outros garis saíram em defesa da colega de trabalho, o motorista sacou a arma e atirou contra a vítima, atingida na região torácica. Laudemir foi encaminhado ao Hospital Santa Rita, em Contagem, mas morreu. O empresário fugiu do local do crime e foi preso enquanto treinava em uma academia de alto padrão no Estoril, bairro nobre de Belo Horizonte. Segundo a polícia, a arma usada no crime é uma pistola calibre .380 que pertence à delegada Ana Paula Balbino Nogueira, mulher de Renê. Exames periciais confirmaram que essa foi a arma usada para matar o gari. A polícia indiciou Nogueira Junior por homicídio duplamente qualificado, porte ilegal de arma e ameaça.
Por Gazeta Digital 19 de agosto de 2025
“Quem pensa diferente de mim, não é meu inimigo”. Assim avalia o ministro presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso, sobre as divergências vividas no Brasil atualmente. Para o magistrado, a polarização entre diferentes grupos sempre existiu, a "novidade" é a intolerância e esta deve ser combatida. “Nós precisamos recuperar, e eu sempre insisto, é a civilização. A capacidade de as pessoas que pensam de maneira diferente poderem conviver com respeito e consideração, como eu disse, hoje quem pensa diferente de mim não é meu inimigo, é meu parceiro”, disse o ministro após palestra a estudantes da Escola Estadual Liceu Cuiabano, nesta segunda-feira (18). O magistrado destaca que há espaço na democracia para todas as opiniões, linhas ideológicas e modo de viver. O que precisa ser consenso é o respeito mútuo e o senso de convívio no coletivo. Mato Grosso há anos vive tempos de intensa divisão política, entre direita e esquerda. Situação que se intensificou após as eleições de 2022, quando houve protestos por parte de apoiadores do candidato derrotado, Jair Bolsonaro (PL), e invasão as sedes dos 3 Poderes, em Brasília. No estado, há registro de assassinatos motivados por ideologias políticas. Hoje, predominantemente, o Estado é composto por eleitores mais voltados à direita política. “O que aconteceu de novidade no mundo foi a intolerância, o extremismo, a incapacidade de aceitar o outro que pensa diferente. A democracia tem lugar para liberdade. Tem lugar para conservadores, tem lugar para progressistas, tem lugar para todo mundo que se disponha a jogar pelas regras do jogo. Parte das regras do jogo da democracia tem respeito e consideração por todas as pessoas”, pondera o ministro. Questionado se a escolha de começar o projeto por Mato Grosso seria por conta deste cenário conservador e de ataque ao Judiciário, o ministro negou a motivação. Barroso, que também é professor, afirma que “não divide a vida em direita e esquerda”. “Para mim não faz diferença se a maior parte da população é mais liberal, mais conservadora, não é esse o ponto. O que eu acho que é importante é uma vida ser feita de valores. A existência de pontos de vista divergentes faz parte da vida e eu diria é desejável”, justifica.
Por Gazeta Digital 19 de agosto de 2025
Polícia Civil está nas ruas de Cuiabá cumprindo 155 ordens judiciais contra uma organização criminosa, com ‘sede’ no CPA 3, responsável por fraude eletrônica e lavagem de dinheiro. Estima-se, conforme a investigação, que o grupo causou um prejuízo de R$ 2 milhões às vítimas. De acordo com as informações divulgadas pelo órgão, a Operação Tertius cumpre 19 prisões, 55 busca e apreensão, 31 cautelares diversas de prisão – como uso de tornozeleira, além do bloqueio de 50 contas bancárias dos investigados. A investigação começou em 2022, após a Delegacia de Estelionato recebeu uma denúncia anônima sobre uma casa, no CPA 3, que estava sendo utilizada como ‘escritório de crimes’. No local, os criminosos atuavam especialmente na modalidade do "golpe do falso intermediário", predominantemente executado por meio de plataformas de compra e venda na internet. Por meio dos elementos apurados foi identificado o esquema criminoso altamente estruturado, caracterizado por uma clara divisão de tarefas entre os envolvidos, sendo consolidada autoria e materialidade dos crimes de fraude eletrônica, lavagem de capitais e organização criminosa, além de indícios da existência de conexões com uma facção criminosa. Modo de ação Para aplicação do golpe foi montado um esquema com estrutura e metodologia bem definidas. Inicialmente, os criminosos realizavam a captação de anúncios legítimos de veículos automotores em plataformas digitais amplamente utilizadas, como o Facebook Marketplace. A partir desses anúncios verídicos, eles apropriavam-se das fotografias originais e de todas as especificações técnicas detalhadas, para então elaborar e publicar novos anúncios, fraudulentos. Os levantamentos apontam que o grupo criminoso publicou mais de 370 anúncios fraudulentos que atingiram mais de 3.445 contas de usuários e um prejuízo superior a R$ 2 milhões às vítimas. Para atrair um maior número de potenciais vítimas, a tática era a fixação de preços ligeiramente abaixo dos valores de mercado, o que criava uma aparente oportunidade vantajosa. Após as vítimas, se interessarem, o primeiro contato era estabelecido por meio do aplicativo WhatsApp, onde os investigados operavam sob identidades fictícias, desenvolvendo narrativas elaboradas e convincentes com as vítimas. Após estabelecerem um vínculo de confiança com as vítimas, os criminosos se apresentavam falsamente como intermediários na negociação entre o comprador iludido e o vendedor real do veículo, aplicando técnicas psicológicas para induzir um senso de urgência na transação. A consumação do golpe ocorria quando as vítimas, persuadidas por essa engenharia social, realizavam transferências financeiras via PIX. Essas transferências, de forma estratégica, eram direcionadas para contas bancárias de terceiros, conhecidos como "laranjas", visando dificultar o rastreamento dos valores. Uma vez que o dinheiro era recebido, a comunicação por parte dos fraudadores cessava abruptamente, caracterizando o desfecho do golpe. Nas investigações foi comprovado que mesmo após a prisão dos integrantes em 2022, o grupo deu continuidade às atividades criminosas, com postagens fraudulentas no decorrer inclusive deste ano de 2025, demonstrando a persistência da organização na prática do crime. Os trabalhos investigativos revelaram uma extensa rede de movimentações financeiras atípicas entre os investigados, que se mostravam incompatíveis com a capacidade econômico-financeira declarada dos envolvidos, com o uso de contas de terceiros e empresas, e intensa movimentação em espécie, o que corrobora a prática de lavagem de capitais e a continuidade das atividades criminosas.
Por Gazeta Digital 18 de agosto de 2025
Golpe que registra vítimas desde 2022 utiliza dados públicos de pessoas com processos em andamento para enviar mensagens falsas, mas com informações verdadeiras, segue tomando dinheiro de mato-grossenses. Na modalidade, os golpistas se passam pelos advogados contratados das vítimas a fim de conseguir pagamentos que seriam decorrentes nas ações movidas. Desde 2023, já foram registrados mais de 2 mil boletins de ocorrência de casos de fraude semelhantes e, essa semana, uma vítima teve sua conta invadida e perdeu cerca de R$ 7 mil, em Cuiabá. Conhecido como o golpe do “falso advogado”, os criminosos criam perfis falsos dos profissionais ou escritórios contratados pela vítima em processos e enviam mensagens alegando que a causa foi ganha. Contudo, para receber a indenização, é necessária alguma outra ação, como pagamento ou o informe de um código. Uma mulher, que preferiu não se identificar, foi vítima e encaminhou seu relato. Com um processo em trâmite desde 2023, ela recebeu mensagem de um perfil com informações idênticas as de sua advogada. O perfil afirmava que ela tinha ganhado a causa, mas que deveria falar com o juiz responsável para receber o valor de R$ 15 mil. “Ela disse que era referente ao meu processo de 2023, falou todas as informações referentes ao meu processo, inclusive mandou o anexo dele no meu WhatsApp, informando que eu tinha ganhado a causa”, contou a mulher. No momento em que recebeu a mensagem, ela estava trabalhando e os golpistas pediam agilidade a todo momento, pois se não fosse resolvido na hora, ela corria o risco de perder o suposto pagamento. Ao entrar na chamada de vídeo, um homem que se passava por juiz confirmou seus dados e, em seguida, pediu para ela acessar a conta bancária e verificar se o recebimento tinha ocorrido. Como se tratava de um golpe, nenhum dinheiro foi creditado, momento em que foi enviado um código para ela. Ao passar o código, a vítima teve sua conta invadida e todo o dinheiro retirado. “Uma hora eu desconfiei e questionei. Ele [o falso juíz] me falou ‘você está falando com o juiz, você está quase desacatando uma autoridade’, então pediu para eu falar com a advogada e confirmar, mas como ela também era falsa, me disse que eu poderia seguir com a transação sem problemas”, afirmou. O Delegado Vinícius de Assis Nazário, da Delegacia Especializada de Estelionato de Cuiabá, explicou que, no caso do golpe aplicado à vítima no início da semana, a videochamada com uma pessoa caracterizada como autoridade serve para passar mais credibilidade para o alvo, o que contribui para maior chance de “sucesso” no golpe. Ele afirmou, ainda, que muitas vezes a chamada de vídeo é utilizada como forma de capturar a biometria facial da vítima. “Em alguns casos a videochamada está sendo utilizada para a abertura de contas correntes digitais com a biometria facial e, em seguida, são feitos empréstimos em nome da vítima. Em outros casos, os golpistas pedem os dados bancários das vítimas, cópia de extrato bancário e depois enviam links, com isso conseguem acesso às contas das vítimas e fazem transferências de quantias em dinheiro”, afirmou Nazário. As formas de golpe são cada vez mais aperfeiçoadas e alteradas. Já foram registrados casos da aplicação simultânea, por exemplo, do golpe do “falso advogado” com o da “falsa central”, quando os golpistas utilizam códigos para acessar o aplicativo bancário como o titular da conta. Desde 2023 já foram registrados mais de 2 mil boletins de ocorrências com características semelhantes ao golpe denunciado. Esse tem sido uma das fraudes digitais mais recorrentes no estado. “Muitos desses casos apresentam elementos comuns: nomes de advogados verdadeiros, processos reais e utilização de contas bancárias de terceiros, os chamados ‘laranjas’ ou ‘conteiros”, explicou Nazário. Como se prevenir? O delegado orientou que é preciso desconfiar de qualquer contato repentino que envolva transações financeiras. Caso seu escritório ou advogado entre em contato com um número diferente, é importante que se confirme a identidade. Isso pode ser feito por outras formas confiáveis, como e-mail institucional, visita ao escritório ou até mesmo por ligação. Códigos recebidos nunca devem ser compartilhados, mesmo que a pessoa pareça confiável. Casos em que é solicitada urgência ou pressa também é um sinal de golpe. Se a atividade parecer suspeita e levantar dúvidas, procure seu advogado pessoalmente. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) fez alerta também que sabe dos golpes desde 2022 e que sugere, aos próprios advogados, que instruam seus clientes com relação à possibilidade. É importante que o advogado e cliente mantenham meios confiáveis de comunicação e que o cliente esteja informado em casos de alterações para evitar a situação. Caí em um golpe, como proceder? A primeira etapa é entrar em contato com seu banco e solicitar o bloqueio emergencial das transações, em seguida requerer a rastreabilidade do pix para identificar contas de destino. “Algumas vítimas conseguem restituição judicial ou extrajudicial, especialmente quando o banco falhou em mecanismos de segurança”, explicou Nazário. Além disso, é importante registrar um boletim de ocorrência para que investigações sejam iniciadas e criminosos sejam responsabilizados. “A Polícia Civil tem feito operações para recuperar valores e prender integrantes das quadrilhas. Mas quanto mais cedo a vítima age, maiores as chances de sucesso”, finalizou o delegado.
Por Gazeta Digital 18 de agosto de 2025
Um filhote de onça-pintada foi resgatado na manhã desta segunda-feira (18), em Barra do Garças (509 km a Leste). O animal havia aparecido no quintal de uma propriedade rural com dificuldade para se locomover e moradores realizaram a denúncia à Polícia Civil. O resgate foi realizado por meio da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM) e uma clínica veterinária da cidade foi acionada para disponibilizar o suporte técnico, incluindo a gaiola para o transporte do felino. Após o resgate, o filhote foi encaminhado à clínica, onde passou por avaliação médica e recebeu os cuidados iniciais. Os órgãos ambientais competentes também foram comunicados para as medidas legais e destinação adequada do animal. A Polícia Civil se utilizou do ocorrido para reforçar que casos de animais silvestres encontrados em casa devem ser comunicados e a distância mantida. “A Polícia Civil enaltece que, ao encontrar animais silvestres, especialmente espécies ameaçadas como a onça-pintada, a população deve evitar qualquer aproximação ou tentativa de manejo, acionando imediatamente os órgãos responsáveis”, disse a delegada Luciana Canaverde.