‘Aluguel de tornozelos’ pode custar até R$ 19 mil em MT

Gazeta Digital • 17 de agosto de 2025

Número de pessoas monitoradas por tornozeleira eletrônica cresceu 1.305% em Mato Grosso. Segundo o Plano Estadual de Pena Justa, em 2014 eram 511 monitorados e este ano já são 7.184. Com a crescente “demanda”, surge um novo “serviço”, que são os tornozelos “alugados” por valores mínimos que variam de R$ 1 mil e R$ 1,5 mil, mas que em alguns casos chegaram a R$ 19 mil por mês.

 

Fonte da reportagem, que preferiu não se identificar, enfatiza que muitos tornozelados, principalmente criminosos contumazes e integrantes de organizações criminosas, usam deste artifício para fugir da fiscalização estatal. Funciona da seguinte forma: o reeducando, que recebe como medida o uso de tornozeleira eletrônica, retira o equipamento, que passa para o tornozelo de uma segunda pessoa, que receberá pelo “favor”.

 

Neste caso, os envolvidos podem responder pelos crimes de integrar organização criminosa e fraude processual. Um dos casos que mais chamou a atenção foi do “cuidador de tornozeleira”, que recebia R$ 19 mil para ficar responsável pelo equipamento que deveria ser usado pelo tesoureiro do Comando Vermelho (CV), Paulo Witer Faria Paelo, o WT. Preso na segunda fase da operação “Apito Final”, em maio do ano passado, Jeferson da Silva Sancoviche, o “Japão”, era “testa de ferro” do tesoureiro.

 

Ele aparecia como dono de um imóvel em edifício de luxo, em Cuiabá. No entanto, quem morava no local era W.T. Jeferson foi flagrado horas após a prisão de Paulo Witer, saindo do apartamento, carregando uma sacola com vários objetos, entre eles a tornozeleira.

 

O equipamento de monitoramento ficava no apartamento. A tornozeleira também era levada até o Jardim Florianópolis nas ocasiões em que Witer estava em viagens ao litoral de Santa Catarina e Rio de Janeiro. No dia 9 de agosto de 2025, a operação Desterro foi deflagrada contra integrante de uma facção envolvida no desaparecimento de cinco maranhenses em Várzea Grande.

 

A Polícia Civil cumpriu 13 mandados de buscas, objetivando apreender celular e outros equipamentos eletrônicos, de modo a avançar nas investigações e estabelecer autorias. Duas pessoas foram presas em flagrante, uma por porte legal de arma de fogo e a outra por fraude processual, porque usava a tornozeleira que era de um dos alvos da operação e recebia mensalmente para isso.

Por Gazeta Digital 17 de agosto de 2025
O ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil Carlos Fávaro (PSD) reiterou que o país está aberto ao diálogo, mas não abrirá mão da soberania nacional e não deve interferir no Poder Judiciário. A fala faz referência às tensões comerciais com os Estados Unidos a partir do ‘tarifaço’ de Donald Trump para o Brasil e o 'Magnitsky' contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. “Em momento algum, por determinação do presidente Lula, fechamos o diálogo. Buscamos isso na mesa de negociação, mas em hipótese alguma vamos abrir mão da soberania. Em hipótese alguma negociar a atribuição do Executivo, como interferir no Judiciário”, disse. Em entrevista na quinta-feira (14), após o leilão na B3 do sistema rodoviário BR-060/364/GO/MT, o ministro anunciou que as medidas compensatórias divulgadas, na quara-feira (13), pelo governo federal podem ser aprimoradas conforme a necessidade dos setores e está disposto a ouvir as demandas. Ele também celebrou o recorde de abertura de novos mercados. “As medidas vão precisar de implementações e estamos abertos a ouvir os setores e tomar medidas de auxílio. Paralelo a isso, estamos fazendo um redirecionamento da produção brasileira. Nunca na história do Brasil se abriu tanto mercado para a agropecuária, são 400 novos mercados. Ano passado foram 222 e ontem chegamos a 400 novos mercados plurais, não só soja, milho, algodão, mas também gergelim, algodão e tudo isso garantindo um país mais competitivo lá fora e gerando oportunidades aqui dentro”, salientou. Fávaro ainda garantiu que o governo deve intensificar compras públicas para os setores mais afetados e principalmente os fornecedores e exportadores de produtos perecíveis. Nesse sentido, analisou que o consumo interno também deve ser intensificado e cita a exemplo as merendas escolares, alimentação do Exército Brasileiro, entre outros para absorver o excedente que não for exportado. MP (Medida Provisória) Brasil Soberano  O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta quarta-feira (13) a MP (Medida Provisória) Brasil Soberano, que vai destinar R$ 30 bilhões de socorro às empresas afetadas pelo 'tarifaço' de 50% imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Linhas de crédito - R$ 30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações (FGE) serão usados como funding para concessão de crédito permitindo taxas acessíveis. - Prioridades por: dependência do faturamento em relação às exportações para os EUA; tipo de produto e porte de empresa. Serão priorizados os mais afetados. - As pequenas e médias empresas também poderão recorrer a fundos garantidores para acessar o crédito. - O acesso às linhas estará condicionado à manutenção do número de empregos.
Por Gazeta Digital 16 de agosto de 2025
O deputado estadual Júlio Campos (União) rejeitou dados recentes divulgados por pesquisas eleitorais que têm circulado na mídia avaliando nomes ventilados para as eleições de 2026. Assim como em outras ocasiões, o político criticou o debate antecipado e sinalizou que as movimentações estão “precipitadas”. Para ele, não é o momento para avaliar o desempenho de possíveis candidatos, já que até o ano que vem, não se sabe nem quem "estará vivo". “Qualquer pesquisa um ano, um ano e meio antes da eleição não tem sentido. É apenas uma lembrança. [...] Daqui até março, daqui até a convenção em julho, daqui até eleição em outubro, não sabemos nem quem vai estar vivo, quem vai estar no cemitério, quem vai estar de tornozeleira, quem vai estar inelegível. Então, para com essa história. Essas pesquisas hoje são um mero fato do momento”, afirmou durante coletiva na quinta-feira (13), na Assembleia Legislativa (ALMT). O deputado comentou que vários políticos ainda devem fazer movimentos de troca de grupos até março de 2026, período de abertura da janela partidária, o que, em sua visão, reforça a ideia de que avaliar nomes no momento não representa um cenário real da disputa. “Nós não temos ainda candidato definido. Até hoje o partido continua conversando. Nada acontecerá na política de Mato Grosso antes de 30 de março, porque em março haverá janela partidária. Hoje eu estou na União Brasil, em março posso não estar. Hoje o Max está no PSB, em março ele pode estar no Podemos. Hoje o deputado de Dilmar está na União Brasil, ele poderá ir para o PRD. Então vamos aguardar”, enfatizou. Júlio ainda sinalizou que, assim como seu partido não possui nomes formalizados para concorrer às eleições, nem mesmo o comando da sigla foi definido pela direção nacional, agora que União Brasil e Progressistas se uniram na Federação União Progressista, lançada em 29 de abril deste ano. Segundo o deputado, a direção estadual ainda não foi definida. Anteriormente o governador Mauro Mendes capitaneava o União Brasil e o deputado Paulo Araujo o PP.
Por Agência Brasil 16 de agosto de 2025
A dor de perder um parente próximo traz prejuízos para o bolso. Abaladas pela partida do ente querido, as famílias brasileiras deixam de resgatar, em média, de R$ 10 mil a R$ 50 mil em benefícios a que a pessoa falecida tinha direito. O levantamento foi divulgado pela Planeje Bem, primeira plataforma digital brasileira dedicada ao planejamento sucessório e ao apoio pós-perda. Segundo a diretora executiva e fundadora da Planeje Bem, Carolina Aparício, a principal causa desse prejuízo é o desconhecimento em torno de direitos financeiros e sociais em nome do falecido, classificados como “ativos invisíveis”. Somados ao luto, à burocracia e à falta de orientação financeira, as famílias se esquecem de resgatar os valores. “É comum que as pessoas imaginem que todos os bens e direitos passem obrigatoriamente pelo inventário, mas há diversos ativos que podem ser resgatados de maneira simples, desde que se saiba onde e como procurar. Muitos desses valores são esquecidos porque não há uma orientação clara no momento do luto, que já é delicado por si só”, diz Carolina. Com base em levantamento dos clientes atendidos pela plataforma, os ativos mais negligenciados pelas famílias, com o respectivo percentual de esquecimento, são os seguintes: Indenização do Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito (DPVAT) por acidente ou morte: 40% Auxílios e benefícios trabalhistas (FGTS, PIS/Pasep, salário, férias, décimo terceiro e outros): 25% a 30%; Contas bancárias, investimentos e consórcios: 25%; Seguros de vida e de acidentes pessoais: 20%; Seguros corporativos e previdência privada (PGBL/VGBL): 20%; Pensão por morte do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS): 10%. Também existem outros benefícios menos divulgados, mas o levantamento não divulgou o percentual de esquecimento. Eles são os seguintes: Auxílios-funeral: oferecidos por bancos e operadoras de cartão, geralmente entre R$ 2 mil e R$ 5 mil; Milhas aéreas: podem representar perdas de até R$ 4 mil se não transferidas a tempo; Carteiras virtuais e auxílios vinculados a cartões de crédito: recursos que também exigem atenção. Segundo a Planeje Bem, grande parte desses recursos de menor porte pode ser acessada diretamente, sem necessidade de inventário, mas isso exige prazos legais e documentação específica, desconhecidos pela maioria das famílias. A maior parte dos pedidos e das verificações pode ser feita online, mas precisa ser feita rapidamente, porque os benefícios podem expirar. Perfis Os perfis de clientes que mais se esquecem dos ativos invisíveis são os seguintes: Gênero: homens representam de 65% a 70% dos casos de esquecimento, enquanto mulheres correspondem de 30% a 35%; Idade: a faixa etária predominante é de 25 a 45 anos. Segundo a Planeje Bem, isso sugere uma necessidade de conscientização na juventude, numa fase em que a organização financeira costuma dividir espaço com múltiplas responsabilidades; Vínculo familiar: em muitos casos, os homens de 25 a 40 anos que esquecem os benefícios são sobrinhos, filhos, netos do falecido, fora da gestão financeira daquela pessoa. Após resolverem as burocracias mais práticas, como questões do funeral, esses parentes retomam as rotinas e deixam os prazos expirarem. Causas do esquecimento No caso do DPVAT, o benefício mais ignorado, a diretora executiva da Planeje Bem atribui a causa do esquecimento ao choque das famílias após uma perda provocada por acidentes de trânsito inesperados. “A inesperada natureza das mortes por acidente de trânsito e o forte luto emocional levam ao adiamento da busca por esses direitos. A pessoa, às vezes, até sabe que tem, mas deixa para ver depois. E aí, o tempo vai passando, e ela acaba deixando para lá”, explica Carolina. Em relação aos auxílios trabalhistas, a diretora da Planeje Bem diz que, caso os herdeiros estejam de acordo, não é necessário esperar o inventário para sacar os valores. “Em alguns casos, quando já há inventário, o valor entra no processo, mas, muitas vezes, se os herdeiros estiverem de acordo apenas com um alvará judicial simples, eles conseguem fazer essa solicitação de resgate”, destaca. Sobre as contas bancárias, investimentos e consórcios, Carolina diz que a criação do Sistema de Valores a Receber (SVR) do Banco Central tem ajudado os herdeiros a reaver os valores, mas o esquecimento do próprio falecido ou direitos adquiridos em casamentos anteriores contribuem para ampliar o desconhecimento. “Às vezes, até a própria pessoa que faleceu esquece que tem aquele benefício e acaba não informando aos familiares. Muitas vezes, os beneficiários também ficam desatualizados. Quando acaba acontecendo a morte, a pessoa, às vezes, está na quarta esposa, mas o beneficiário ainda é a primeira”, diz.
Por Gazeta Digital 16 de agosto de 2025
“Está todo mundo pagando uma conta sem dever”, avalia o mega produtor Blairo Maggi sobre a tarifa de 50% aplicada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, aos produtos brasileiros. Questionado se o cenário seria culpa do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), o ex-ministro desconversou. Alegou que "não sabe se é culpa dele", mas a medida é um exagero e tem fundo totalmente político. “A gente não tira o direito dele de brigar pelas coisas que ele acha que tem que ser feitas. Agora, acho que está todo mundo pagando uma conta sem dever”, ponderou o empresário, que figura entre os bilionários do país, na tarde desta quinta-feira (14), antes de evento com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em Cuiabá. Segundo o produtor, a tarifa é um exagero, visto que os demais países alvos dos Estados Unidos têm seus produtos taxados em 10%,20%. “Claro que a posição de Trump contra o Brasil é política. Isso em função da amizade que ele tem com Bolsonaro, desrespeitando até a nossa legislação. Não justificaria o Brasil estar numa tarifa de 50%. O Brasil deveria estar junto com os outros países, em tarifas de 10%, 20%”, alegou. Na avaliação do ex-ministro, o governo federal já fez a parte de tentar dialogar, mas agora o cenário exige ação. “Eu acho que a diplomacia tem o seu tempo. Acho que o presidente Lula tem que entregar isso para nossa chancelaria, que sempre foi muito boa, não tivemos problemas até agora. Tem que sair da retórica política, que já foi feita, já defendeu o país da forma que achava adequado”, pontou. Sobre o auxílio de R$ 30 bilhões anunciados para socorrer empresas prejudicadas pela elevada tarifa e prejuízos na exportação, Maggi disse que não sabe se o valor é suficiente, mas acredita que a União age na hora certa. “É inviável pagar este valor, mas a medida bem para um socorro a todas as empresas, principalmente socorro aos empregos. [ ...] A China sempre foi um parceiro nosso, acho que é o caminho ampliar as exportações. É o que temos no momento”, declarou Maggi. Para ele, o melhor caminho é a China elevar a abrir novas possibilidades de exportações.
Por Gazeta Digital 16 de agosto de 2025
O imigrante venezuelano Jesus Guillermo Castillo Calmo, 26, morreu em acidente de trânsito, na noite de sexta-feira (15), em Cuiabá. Ele conduzia sua moto pela avenida Fernando Corrêa da Costa, quando bateu em dois carros e caiu no asfalto. Segundo informações da Polícia Civil, a equipe foi chamada por volta de 22h30 para atender ao acidente de trânsito com vítima. No local, a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) disse que foi chamada para prestar socorro ao ferido, mas ele já não tinha sinais vitais. Testemunhas disseram que o homem seguia em alta velocidade pela avenida, que é uma das mais movimentadas da Capital, quando bateu no retrovisor de um carro de passeio ao tentar ultrapassagem. Com a batida, ele se desequilibrou, atravessou a avenida e atingiu outro automóvel, que seguia na pista contrária. Os automóveis eram dirigidos por duas mulheres, ambas habilitadas e que não tinham consumido bebidas alcoólicas. Diante do acidente com morte, a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foi acionada para realizar os exames no local e o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML). O acidente será apurado pela Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (Deletran).
Por Gazeta Digital 16 de agosto de 2025
O governador Mauro Mendes (União) elogiou publicamente a China e sua liberdade, durante evento na sexta-feira (15). O chefe do Paiaguás afirmou que o ela é o maior exemplo de eficiência em gestão pública e que o Brasil deveria se inspirar na nação comunista. Segundo ele, o país asiático não é ‘bicho-papão’ que a direita afirma ser. Segundo ele, deixando de lado a ideologia do debate sobre eficiência de gestão, já que a China é comandada pelo Partido Comunista da China (PCCh) desde 1949, o país é um dos que mais tem liberdade, entre os que o governador conheceu. “Eu fui lá, fala que é um país comunista, nunca vi uma liberdade absoluta. Um dia um chinês me disse o seguinte: 'Quem tem mais liberdade? Vocês no Brasil ou nós aqui?' Aí ele me disse o seguinte: 'Aqui na China, você pode colocar um saco de dinheiro na cabeça, andar por qualquer rua, qualquer bairro, qualquer cidade, um saco de papel, de plástico transparente e ninguém vai colocar a mão em você'", disse Mauro Mendes nesta sexta-feira (15) durante um debate sobre cidades inteligentes no Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT). O gestor também destacou a segurança pública, que segundo ele, na China não se vê roubo de celulares, como ocorre no Brasil. “Quem tem mais liberdade? Eles na China ou nós no Brasil?”, questiona. Mendes afirma que os chineses criaram uma sociedade que realmente é eficiente, assim como outras nações, citando Singapura, o Oriente Médio e o Japão. “Tantos países que souberam construir sociedades melhores. Eu tive em Tóquio recentemente, você não encontra uma lixeira da rua. Para o nosso modelo mental, é perturbador. E aqui estamos tentando ensinar a população a jogar o lixo dentro da lata de lixo ou não jogar o lixo no local inadequado. Lá eles já eliminaram as lixeiras porque todo mundo, como cidadão, sabe que aquilo é um problema teu e não pode transformar o teu problema num problema coletivo”, pontuou. A declaração de Mauro Mendes ocorre no momento em que ele se aproxima do bolsonarismo, que tem como grande inimigo o "fantasma do comunismo", debate iniciado no século 18, e que até hoje é usado pela direita e extrema-direita no mundo. Atualmente, os bolsonaristas acusam o governo Lula (PT) de se aproximar mais da China do que dos EUA. Para eles, isso seria o principal motivo da taxação em 50% os produtos brasileiros, e não o fato do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ter feito lobby junto ao governo Donald Trump para tentar que o país interfira no Brasil para anistiar o seu pai, ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é réu por tentar planejar um golpe de Estado no país, e outros condenados pelo mesmo crime.
Por Ascom TREMT 16 de agosto de 2025
A 17ª edição do Encontro Nacional do Colégio de Ouvidores da Justiça Eleitoral (ECOJE) foi concluída na manhã desta sexta-feira (15), em Pirenópolis (GO). O evento reuniu magistrados, ouvidores e representantes das Ouvidorias Regionais Eleitorais (OREs) de todo o país. Com o encerramento dos trabalhos, foi publicada a Carta de Pirenópolis, documento que consolida o resultado das deliberações do encontro. A programação do dia começou com a palestra “Violência Institucional e o Papel das Ouvidorias”, proferida pelo professor Roberto Heloani. Em seguida, a advogada Edilene Lobo, ex-ministra do Tribunal Superior Eleitoral, abordou o uso da inteligência artificial no combate à violência política de gênero. Após as exposições, os participantes discutiram e aprovaram as recomendações apresentadas na Carta de Pirenópolis . As principais determinações do documento foram: A criação de Comissão de Acompanhamento Legislativo de Interesse das Ouvidorias; Implementação de programas de capacitação de ouvidores e servidores para atendimento de povos e comunidades tradicionais; A adoção de procedimentos específicos de acolhimento, comunicação e processamento de denúncias de assédio e discriminação; Capacitação contínua e ações educativas permanentes para a prevenção e o enfrentamento do assédio e da discriminação; A adoção de ações permanentes para promover a acessibilidade, a inclusão e a participação ativa das pessoas com deficiência nos processos e serviços da Justiça Eleitoral; Fomentar a observância e aplicação da Resolução CNJ n.º 615/2025; A elaboração e implementação de fluxo interno padronizado para o recebimento, registro, análise preliminar e encaminhamento célere de denúncias relacionadas à violência política de gênero; A garantia de recursos humanos tecnológicos e logísticos adequados para a estruturação, instalação e funcionamento de Ouvidorias da Mulher no âmbito da Justiça Eleitoral; Criação da Revista do COJE, publicação acadêmico-institucional destinada a consolidar e disseminar o conhecimento produzido pelas Ouvidorias da Justiça Eleitoral brasileira; Desenvolvimento e apoio, pelas Ouvidorias, de iniciativas de aproximação com organizações da sociedade civil, bem como programas de apresentação da Justiça Eleitoral para crianças e adolescentes. O documento também anunciou que a próxima edição do ECOJE será realizada em 2026, na cidade de Maceió (AL), em parceria com o Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas, em data a ser definida e divulgada posteriormente. Confira a íntegra da Carta de Pirenópolis. Com a aprovação da Carta, teve início a solenidade de encerramento do XVII ECOJE. Em seu pronunciamento, o presidente do TRE-GO, desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga, expressou agradecimento e reconhecimento a todos os organizadores, participantes e colaboradores, ressaltando que já antecipava o êxito da reunião. “Já previa, pelos indicativos, o sucesso deste evento: pelas palestras, pelos encontros, pela possibilidade que tivemos de discussões de novas práticas. E saio daqui bem melhor do que cheguei, porque foi um momento de aprendizado. Isso me faz reafirmar o saber que, da Serra da Contamana ao Arroio Chuí, somos uma nação, somos o mesmo povo. Somos a mesma pátria, somos a mesma Justiça buscando aprimoramentos, buscando melhoria da atividade jurisdicional. Somos melhores, somos únicos”, declarou. A presidente do Colégio de Ouvidores da Justiça Eleitoral (COJE), juíza Lídia Carvalho, manifestou sua satisfação com o resultado do encontro. “Chegamos ao fim de mais um ECOJE com um senso de dever cumprido, com a participação recorde em relação às edições anteriores, com todos os regionais presentes”, destacou. A magistrada informou que o edital para a eleição da diretoria executiva para o próximo ano será lançado em 22 de agosto e conclamou a participação dos presentes: “Convido todos a participarem efetivamente deste processo democrático, seja candidatando-se, seja apoiando os colegas que demonstrem compromisso efetivo para conduzir o Colégio no próximo ano.” Segundo dia (14/08)  O segundo dia do evento foi marcado por palestras de alto nível e por uma apresentação cultural. Especialistas abordaram temas relevantes para o fortalecimento das ouvidorias e o aprimoramento de sua atuação: Sistema Nacional de Ouvidorias Judiciais: desafios atuais - Ronaldo Pedron Ouvidoria Eleitoral dos Povos Indígenas do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima - juíza Anita Oliveira O papel das Ouvidorias na integridade da informação nas eleições e no combate à desinformação - Joelson Dias, ex-ministro do TSE As Ouvidorias contra a desinformação: um canal de acesso à informações confiáveis - Elder Goltzman A inteligência artificial aplicada nas atividades das Ouvidorias - juiz Diogo Rais O papel das Ouvidorias dos tribunais na Política Judiciária de Combate ao Assédio Moral, Sexual e Discriminação - juiz Igo Correa Como parte da programação, os participantes prestigiaram a apresentação musical das Pastorinhas, manifestação cultural que integra as tradicionais festividades das Cavalhadas de Pirenópolis. A exibição, promovida pela Prefeitura do município, apresentou um recorte da história e das expressões artísticas locais. Ao final, o presidente do TRE-GO apresentou o vídeo de divulgação da 89ª edição do Encontro do Colégio de Presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais (Coptrel), que será realizado em outubro, também em Pirenópolis, reforçando o convite a todos para participarem.
Por Gazeta Digital 15 de agosto de 2025
Amigo do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e admirador do governo Lula (PT), o mega produtor rural Eraí Maggi disse que ainda é cedo para tomar lado, mas teceu elogios a condução do governo federal e ao governo paulistano. Ele desconversou sobre articulações políticas para eleições presidenciais. À imprensa, na quinta-feira (14), o empresário criticou a antecipação de tratativa eleitoral diante da distância das eleições. Na avaliação dele, os governantes eleitos em 2022 devem focar na execução de seus mandatos, evitando disputas políticas prematuras que desviem a atenção das funções inerentes ao cargo. “Nós temos metade do governo pela frente ainda, o Tarcisio tem metade do governo lá em São Paulo, o Lula está na metade do mandato, nós temos que trabalhar, fazer o Mato Grosso. Não vamos ficar falando em política, agora não é hora. Discutir é política ano que vem, agora é só o ensaio, que deixe andar, que vá bem o Brasil, que vá bem o Tarcísio, que vá bem o Lula. Eu estou torcendo para gerar emprego, eu quero gerar indústria, nós estamos no começo do governo, não torcendo para ir mal, de jeito nenhum, o Brasil tem que ir bem”, argumentou o empresário. Além de comentar o cenário político, o empresário criticou duramente o “tarifaço”, promovido pelo presidente estadunidense Donald Trump, aos produtos importados do Brasil em 50%. Para ele, Trump não deveria tentar interferir no Judiciário, respeitando os Poderes, sua conduta expõe o país a constrangimento. Segundo o empresário, se ocupasse a presidência da República, "tentaria" conversar um pouco mais com o presidente, mas crê que Lula tentou contato. “Acho ridículo essa negociação que está se colocando, debitando o tarifaço, eu acho um pouco de humilhação, nós não precisamos passar por essa humilhação. Eu gostaria muito de estar com os Estados Unidos, a parte de inteligência artificial, as tecnologias, tudo que os Estados Unidos mandam para cá para nós, é bacana. Eu teria forçado um pouquinho mais se conversar com o Trump, mas eu imagino que ele tentou”, pontou.
Por Gazeta Digital 15 de agosto de 2025
Sócio-propietário do laboratório Bioseg e preso na Operação Contraprova, na manhã desta sexta-feira (15), em Cuiabá, Igor Phelipe Gardes Ferraz, 37, era assessor parlamentar lotado no gabinete do vereador Gustavo Padilha (PSB). Igor é biomédico e era o técnico responsável pelo laboratório, investigado por falsificar e fraudar resultado de exames. Consta no Portal de Transparência que Igor foi nomeado em cargo de comissão, como assessor parlamentar externo, na data de 06 de junho deste ano, com salário de R$ 2.250. Ao , Padilha afirmou que ‘foi pego de surpresa’ com a prisão de Igor, quem conheceu no trabalho comunitário. Porém, ressaltou que todas as medidas já foram adotadas, entre elas a exoneração do biomédico. O ato também já consta no portal da casa. Delegado Rogério Ferreira destacou que, durante a prisão, também fez apreensões na casa de Igor. “Toda essa documentação, esse material, vai ser submetido a análise, principalmente computadores, celulares e documentos. A investigação continua, os fatos são graves”, destacou. O laboratório Bioseg, que tinha sede em Cuiabá, Sorriso e Sinop, prestava serviço para vários órgãos públicos, entre eles: Câmara e Prefeitura de Cuiabá; prefeituras de Primavera do Leste, Sinop, Nova Ubiratã, Juara e outras. Foram encontradas anotações com valores, por exemplo, de R$ 2 milhões e até R$ 100 milhões em fundos. Em nota, a Câmara de Cuiabá afirmou que não mantém mais qualquer vínculo contratual com a empresa investigada desde maio, “ocasião em que a atual gestão optou pela não renovação da prestação dos serviços”. Já a Prefeitura de Cuiabá ressaltou que a operação é resultado de uma denúncia do próximo executivo municipal e “reforça que todos os contratos com a referida empresa, firmados na gestão passada, passam por reanálise para verificação da legalidade e eficiência”. Operação  Polícia cumpriu 11 mandados na investigação que apura as fraudes e falsificações de exames na Bioseg, que atua em Cuiabá, Sorriso e Sinop. Os 3 sócios da empresa estão entre os alvos, porém, apenas um – que é biomédico – foi preso de forma preventiva. Ele era o responsável técnico pelo laboratório. A rede, identificada por meio de investigações conduzidas pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), realizava exames para diversos órgãos públicos, como a Câmara e a Prefeitura de Cuiabá, e também para clínicas médicas particulares, nutricionistas e um convênio médico, além de atender pacientes particulares. A Justiça determinou ainda a interdição das 3 unidades do laboratório, bem como a suspensão do registro de biomédico do sócio preso, suspensão de contratos do laboratório com o Poder Público e proibição dos sócios de contratar com órgãos públicos da União, Estados e Municípios. Ao final do inquérito, os investigados poderão ser indiciados nos crimes de estelionato, falsificação de documento particular, peculato e associação criminosa, cujas penas podem chegar a até 25 anos de prisão, além de multa. Fatos apurados As investigações começaram em abril deste ano, após denúncia recebida pela Vigilância Sanitária Municipal de Cuiabá de que um dos sócios e responsável técnico pelo laboratório estaria falsificando os resultados de exames. Na ocasião, a unidade foi interditada, e o investigado chegou a ser preso em flagrante delito. O laboratório recebia e coletava amostras de material biológico, incluindo secreção de pacientes de home care, realizando ainda exames de covid-19, toxicológico e de doenças como sífilis, HIV e hepatites. Os laboratórios possuíam unidades nos municípios de Cuiabá, Sinop e Sorriso. Porém, no decorrer das investigações, foi apontado que o laboratório não realizava os exames internamente nem enviava os materiais biológicos para outros laboratórios, como afirmavam os sócios. As amostras coletadas dos pacientes eram descartadas sem qualquer análise e os resultados dos laudos eram falsificados pelo sócio responsável técnico, que também é biomédico. Ele foi preso preventivamente nesta sexta-feira. Durante o cumprimento dos mandados de buscas foram apreendidos armas, munições e diversos documentos.
Por Agência Brasil 15 de agosto de 2025
O ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para 2 de setembro o início do julgamento da ação penal que tem como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados, todos réus por tentativa de Golpe de Estado. O julgamento foi marcado para começar às 9h. Zanin reservou oito sessões para a análise do caso, seis delas extraordinárias, ou seja, realizadas em horários fora do previsto para a Primeira Turma. Além do 2 de setembro, com uma sessão pela manhã e outra a tarde, a demais sessões estão previstas para ocorrer nos dias 3, 9, 10 e 12 de setembro, conforme cronograma divulgado pela secretaria da Primeira Turma. A ação penal 2668 é a mais avançada relacionada à trama golpista denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e tem como alvo o núcleo 1 da trama, também chamado núcleo “crucial”, grupo formado pelo que seriam as principais cabeças do complô. Além do relator, ministro Alexandre de Moraes, vão participar do julgamento os outros quatro ministros que compõem a Primeira Turma - Cristiano Zanin, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino. Como de costume nas análises de mérito e presenciais, o julgamento deve ser inteiramente transmitido pela TV e Rádio Justiça, bem como pelo canal do Supremo na plataforma YouTube. Relembre A ação penal 2668 é a mais avançada relacionada à trama golpista denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e tem como alvo o núcleo 1 da trama, também chamado núcleo “crucial”, grupo formado pelo que seriam as principais cabeças do complô. Pela denúncia do procurador-geral da República, Paulo Gonet, elaborada com base nas investigações da Polícia Federal (PF), Bolsonaro foi o líder de uma trama golpista que tinha como objetivo mantê-lo no poder mesmo com derrota na tentativa de reeleição, em 2022. Segundo a narrativa da acusação, o plano golpista começou a ser colocado em prática em meados de 2021, quando Bolsonaro orientou o alto escalão de seu governo a atacar o sistema eletrônico de votação, de modo a desacreditar o processo eleitoral e criar o clima social propício a uma ruptura democrática. Ainda segundo o PGR, a tentativa de golpe culminou com o 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores de Bolsonaro que não aceitavam o resultado das eleições invadiram e depredaram amplamente as sedes dos Três Poderes, em Brasília. Entre as provas apresentadas estão, por exemplo, minutas de um decreto golpista encontradas em endereços dos investigados, bem como rascunhos de planos como “Luneta”, “Copa 2022” e “Punhal Verde Amarelo”. O PGR enfatizou que tais planos chegaram a prever, inclusive, o sequestro e assassinato de autoridades ainda em 2022, entre as quais o ministro do STF Alexandre de Moraes, o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o vice eleito, Geraldo Alckmin. Todos os oito réus do núcleo 1 foram acusados de cinco crimes: organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Somadas, as penas podem superar os 30 anos de prisão. O julgamento final da ação penal contra Bolsonaro foi marcado pouco depois de todas as defesas terem entregado ao Supremo suas alegações finais no caso. O prazo final para isso se encerrou na última quarta (13). Defesas  Com a exceção da defesa de Bolsonaro, que chamou a narrativa da PGR de “absurda” e “golpe imaginado”, as demais defesas optaram em geral por não contestar a existência de uma trama golpista em si, mas concentraram esforços em desvincular seus clientes de um eventual complô, mesmo que fique provada a existência deste.